Semana da Enfermagem: profissional relata trabalho em Polo de Curativos

Caroline Padovani especializou-se em estomaterapia e realiza cerca de 200 atendimentos por mês dentro de uma AMA Especialidades na zona norte

De 12 a 20 de maio, durante a Semana de Enfermagem, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) homenageia estes profissionais, que na rede pública da capital somam 36.183 pessoas, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, atuando em todos os equipamentos.

Veja a seguir o depoimento da enfermeira Caroline Padovani de Souza, que atua no Polo de Curativos da Assistência Médica Ambulatorial (AMA) de Especialidades Vila Zatt, na zona norte. A capital possui 26 polos de curativos, criados em 2021 e especializados no tratamento de lesões de maior complexidade, como feridas crônicas.

A enfermeira Caroline aparece à esquerda da imagem, sorrindo para a foto, apoiando o queixo com o braço  direito. Ela é loira e está com o cabelo preso. Ao seu lado há um painel com os dizeres: "Avança Saúde - Polos de Curativo'.

A enfermeira trabalha em Polo de Curativos na zona norte da capital (Foto: Acervo Pessoal)

Em 2021, a partir do meu trabalho prévio e da especialização em estomaterapia, que trata, entre outras condições, de feridas agudas e crônicas, fui convidada a trabalhar no Polo de Curativos da AMA Especialidades Vila Zatt, em Pirituba.

Aqui, minha rotina se divide entre primeiras consultas encaminhadas pelas UBSs e retornos de pacientes com quadros mais complexos, além de atendimentos domiciliares, que são feitos via Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar (Emad) e Estratégia Saúde da Família (ESF). Em média atendo 200 consultas por mês, em sua maioria de pacientes idosos. A condição mais comum são as feridas vasculogênicas, originadas em problemas de circulação nos membros inferiores, e que precisam de cuidados permanentes. Temos pessoas que estão há mais de um ano conosco.

O mais desafiante no meu trabalho não é a parte técnica, de lidar com as feridas e curativos, e sim conscientizar estes pacientes de sua condição, que é crônica, e lidar com a frustração que isso gera, pois a ferida ainda gera estigma e preconceito e abala o emocional. Então o meu papel também é orientar, dar conselho, acolher, abraçar. Em troca, recebo muito reconhecimento e carinho.

Depois de 14 anos na profissão, a gente desenvolve essa habilidade de olhar pelo outro; entendi que o que nos caracteriza, como profissionais da enfermagem, é estarmos sempre ao lado dos pacientes. Me identifico muito com esse cuidado, e por mais que eu chegue cansada em casa, sempre termino meu dia em paz.