Vôlei adaptado promove a saúde e socialização entre participantes

Os benefícios proporcionados pela modalidade ajudam a evitar doenças e elevam a autoestima

Todas as quartas-feiras, das 8h15 às 9h15, um grupo de usuários da rede municipal de saúde entra em quadra para uma disputa em que o resultado principal é comemorar a socialização, a saúde e os benefícios que a atividade física proporciona. Há três meses, cerca de 25 participantes, divididos em quatro equipes, participam do projeto de vôlei adaptado realizado pela Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Celeste, na zona sul da capital.

Embora seja indicado para pessoas acima de 60 anos, o grupo é aberto e a idade não é um fator limitante. Para fazer parte das atividades, é preciso ter o direcionamento e encaminhamento de uma UBS. Estando apto para participar, é só deixar o sedentarismo de lado e substitui-lo por disposição e energia. O encontro semanal acontece numa quadra poliesportiva próxima à UBS.

Na prática, o vôlei adaptado é praticamente o mesmo que o tradicional, porém as regras mudam para se adequar às necessidades e realidade dos participantes, seja para evitar impactos, danos nas articulações e movimentos bruscos. Para acompanhar as turmas, há uma equipe multiprofissional que orienta sobre a prática e vivência do jogo, além do apoio da nutricionista da unidade, Deisiellen Cabral.

Ideia partiu de morador
Tudo começou com uma ideia do professor José Carlos Gomes de Melo, 56, morador da comunidade, que conheceu a modalidade na faculdade e quis implementá-la. “Eu tive aulas de vôlei adaptado e me apaixonei”, conta ele, que, em conversa com o educador físico da unidade de saúde, Luiz Alex de Moura, que já dava aulas para a terceira idade, viu a ideia se fortalecer e virar realidade. “Está sendo um sucesso, com a troca de experiências e inúmeros benefícios cognitivos, físicos e emocionais para os participantes”, comenta José Carlos, que planeja as aulas e os fundamentos do jogo.

De acordo com a gerente da unidade, Thatiana Pereira Vasconcelos Pinto, o objetivo do projeto é para que a prática seja segura e prazerosa. “Queremos que este espaço seja de transformação para o usuário. Temos observado uma troca importante de energia, vivências e estímulos para todos”, reforça a profissional.

Na imagem, há um grupo de pessoas, dividido em duas equipes, jogando vôlei em uma quadra coberta. Os participantes dos grupos são diferenciados com coletes nas cores vermelha e amarela

Participantes comentam que a atividade tem proporcionado inúmeros benefícios no dia a dia

Atualmente, homens e mulheres participam das aulas. Há integrantes com algum tipo de deficiência e a faixa etária atinge até os 86 anos de idade. A aluna Maria da Conceição Gomes Silva, 66 anos, moradora do Jardim São Luís, conta que desde que começou a participar do vôlei adaptado, já sente mudanças significativas na sua saúde e cotidiano.

“Eu sentia muitas dores nas pernas e braços, que diminuíram desde que comecei a me exercitar com o grupo. Também sou hipertensa e minha pressão tem estado mais controlada. Sem contar os benefícios de estar entre amigos, da diversão que a atividade proporciona”, avalia Maria da Conceição.

Diante dos resultados gerados e alcançados, o educador físico Luiz Alex destaca que o principal objetivo é garantir um futuro com autonomia para os participantes. “Fazer movimento é fazer tratamento. Além do acolhimento que fazemos na UBS, o vôlei adaptado melhora a autoestima, o humor, o equilíbrio e tudo isso reflete na saúde. Queremos que nossos usuários se movimentem e tenham liberdade para realizar suas tarefas”, conclui.