Data alerta para doenças compartilhadas entre humanos e animais

As zoonoses são mais de 200 doenças surgidas a partir da adaptação, ao ser humano, de microrganismos originalmente presentes em outras espécies

O Dia Mundial das Zoonoses, 6 de julho, é dedicado à conscientização sobre a importância da vigilância e controle das doenças que são transmitidas entre animais e seres humanos. A data, criada em 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), lembra o dia em que o cientista francês Louis Pasteur aplicou pela primeira vez a vacina contra raiva em um menino mordido por animais raivosos e que sobreviveu, no ano de 1885.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem mais de 200 tipos de zoonoses, e cerca de 60% das doenças infecciosas humanas têm sua origem em animais, sendo que pelo menos três novas zoonoses surgem todos os anos em decorrência da interação homem-animal.

A transmissão de zoonoses pode ocorrer tanto de forma indireta, por vetores como por exemplo os mosquitos (o Aedes aegypti, transmissor da dengue, é um deles) ou por meio do consumo de alimentos contaminados e também por mordidas, arranhões e contato com secreções.

Entre as zoonoses, que podem ser transmitidas por parasitas, vírus e bactérias, estão Covid-19, influenza aviária, febre maculosa, gripe, ebola, dengue, leptospirose, toxoplasmose, raiva, febre amarela, entre muitas outras. Todas surgiram a partir da transmissão de microrganismos originalmente presentes em animais. Esse processo de migração e adaptação de microrganismos de um hospedeiro animal para seres humanos é conhecido como “transbordamento zoonótico” e ocorreu nas zoonoses conhecidas até hoje, como a recente Covid-19 e o sarampo, presente há centenas ou mesmo milhares de anos entre os humanos, mas que tem origem nos bovinos.

Prevenção e controle

As ações de prevenção e controle de zoonoses são executadas por meio de ações, atividades e estratégias direcionadas as populações animais e/ou humanas, de educação em saúde e manejo ambiental.

Na cidade de São Paulo, a Divisão de Vigilância de Zoonoses (DVZ), ligada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS) é o órgão responsável pela coordenação e planejamento de ações voltadas as populações animais e ao ambiente para prevenir e controlar doenças e agravos causados por diferentes espécie. Entre estas ações estão a vacinação permanentes contra raiva em cães e gatos, vigilância e controle de roedores e vetores (como os mosquitos que transmitem dengue, zika e Chikungunya), além de ações educativas.

A DVZ é composta pelo Núcleo de Plantão de Triagem, Urgências e Emergências (PLANTÃO), Núcleo de Vigilância, Prevenção e Controle da Fauna Sinantrópica (NVSIN), Núcleo de Vistoria Zoossanitária (NVZ), Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE), Núcleo de Gestão de Pessoas e Educação (NGPE), Laboratório de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores (LabZoo) e Laboratório de Identificação e Pesquisa de Fauna Sinantrópica (LabFauna), além do Núcleo Administrativo e de Serviços (NAS).

Como resultado da excelência de seu trabalho, a divisão foi reconhecida pelo Ministério da Saúde (MS) como Centro de Referência Nacional para Zoonoses Urbana e é designada pela Organização Panamericana da Saúde/OMS como Centro Colaborador para Treinamento e Pesquisa em Zoonoses Urbanas.

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