A Coordenadoria de IST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), lançou, no dia 11 de agosto, a segunda edição do edital para financiamento de coletivos com atuação junto a populações socialmente vulnerabilizadas ou de risco acrescido à infecção pelo HIV/Aids na capital. Ao todo, serão 12 coletivos financiados no decorrer de dez meses.

O objetivo do lançamento anual de um edital destinado a coletivos que buscam atuar na área da prevenção combinada, da redução do estigma e do acesso à informação sobre HIV/Aids é promover o acesso tanto aos serviços de saúde quanto a informações corretas sobre a transmissão do HIV, tratamento e prevenção. Incentivar os grupos a se desenvolverem em seus territórios e a propagarem as estratégias de prevenção atualmente disponíveis para toda a população do município é fundamental para o enfrentamento estratégico da epidemia.

Podcasts, rodas de conversa, lives nas redes sociais, conteúdos digitais (estáticos e animados), atividades culturais, batalhas de rima e conteúdos audiovisuais (como webséries e videocasts) são exemplos de produtos que podem ser subsidiados pelo aporte do edital.

Atuação nos territórios
“Estar lado a lado com os grupos que atuam nas mais diversas regiões da capital é, certamente, uma forma de promover o acesso à saúde pública”, pontua Cristina Abbate, coordenadora da coordenadoria de IST/Aids da cidade de São Paulo e idealizadora do edital anual para coletivos. “Os coletivos se comunicam conforme as demandas de seus territórios e conseguem dialogar com a população local de forma única, por isso é importante que eles possuam o apoio necessário para tornarem realidade projetos que auxiliam a capital a enfrentar a epidemia de HIV”, acrescenta.

Em sua primeira edição, um dos grupos selecionados para o financiamento foi o Terça Afro, coletivo da zona norte da capital que produziu conteúdos de divulgação de estratégias de prevenção como a PrEP e a PEP, bem como realizou atividades para debates sobre a intersecção entre as questões raciais e o acesso à saúde em IST/Aids.

“Quando recebemos o financiamento, abrimos uma possibilidade de manutenção de cuidado com a saúde da nossa população negra”, conta Harry de Castro, organizador cultural do coletivo Terça Afro. “A ideia foi importantíssima porque conseguimos expandir e dialogar com parceiros. A saúde precisa caminhar com a questão étnico-racial, precisa-se observar que a população negra e a questão das ISTs e da Aids devem caminhar com coletivos e grupos ligados a questões raciais”, afirma.

Em um dos eventos organizados pelo Terça Afro em parceria com a coordenadoria de IST/Aids por meio do edital, o coletivo recebeu a participação da ativista de IST/Aids Priscila Obaci na sede do Quilombaque, em Perus, para debater sobre ISTs, HIV e cuidados da população negra. Como relata Harry de Castro, o apoio permitiu que o coletivo realizasse atividades como essa, dialogando com novas pessoas e possibilitando novas conexões.

Condições para participar
O candidato deve possuir cadastro de Microempreendedor Individual (MEI), atuar junto a pelo menos um dos grupos indicados (homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, travestis, profissionais do sexo, população negra, população jovem e mulheres de vulnerabilidade acrescida ao HIV) e ter interesse em desenvolver atividades e materiais de divulgação que auxiliem na redução de estigmas e propaguem informação sobre a transmissão, a prevenção e o tratamento das infecções sexualmente transmissíveis e do HIV/Aids.

Os coletivos interessados podem se inscrever até as 23h59 do dia 10 de setembro de 2023. Para saber mais e conferir o edital na íntegra, clique aqui.