Ronald, gestor hospitalar conta como o HD Cidade Ademar inovou para humanizar o atendimento

Hospital trouxe a novidade do 'cão hospitalar' aos pacientes e também oferece capas de super-heróis a crianças antes delas passarem por cirurgias ou procedimentos na internação

Ronald Maia Filho, 56 anos, médico e gestor do Hospital Dia, na Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, administrado pelo Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), cresceu em uma família onde a paixão pela medicina se transforma em vocação. Não foi diferente com ele, que cursou direito, passou na prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas logo percebeu que não estava destinado a passar a vida nos tribunais. Aos 23 anos, tomou a decisão de ingressar na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Depois de completar a formação médica, Ronald se especializou em gestão hospitalar e pediatria na mesma universidade e, desde então, tem se dividido entre o atendimento a crianças e adolescentes e a gestão da unidade.

A imagem mostra um ambiente hospitalar com um médico com uniforme azul, touca e máscara de proteção; e uma criança, que está de costas, usando roupa hospitalar e uma capa verde com o rosto do incrível Hulk

HD Cidade Ademar transforma crianças em super-heróis para enfrentar cirurgias com coragem (Foto: arquivo pessoal)

Seu contato próximo com os pacientes pediátricos o inspirou a incorporar uma inovação ao Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade: oferecer capas de super-heróis a crianças antes delas passarem por cirurgias ou procedimentos na internação. Assim nasceu o projeto “Pequenos Heróis”. “Aqui a prioridade é sempre colocar o paciente no centro do cuidado, temos o ‘escritório do paciente’, um grupo de estudo formado por diferentes profissionais da unidade que busca a humanização e qualidade do atendimento. E o projeto ganhou corpo a partir das ideias do grupo.”

Além das fantasias, as crianças recebem um “certificado de coragem”. Segundo o médico, a alegria que essa ação proporciona contagia a todos: pacientes, familiares e até mesmo os funcionários do hospital. O “escritório do paciente” recentemente trouxe outra novidade para o ambiente, um cão hospitalar. Considerado parte da equipe, inclusive com crachá funcional, Ademar, como foi batizado, vivia em situação rua nos arredores. Os profissionais do hospital cuidavam dele, depois veio a ideia e o cão passou por treinamento para, hoje, acompanhado do adestrador, visitar os quartos dos pacientes e interagir com as pessoas na recepção da unidade e nos corredores. Querido por todos os colaboradores da unidade e pacientes, Ademar promove “conexões significativas”, conforme o gerente médico Ronald.

Na imagem, doutor Ronald, um homem branco, de cabelo grisallho e óculos, usa jaleco branco e segura o cão hospitalar, um cachorro sem raça definida de cor preta e patas com pelos de cor caramelo. No ambiente, há três bancos de madeira, paredes azuis e avisos coloridos em uma delas

Com Ademar, o cão hospitalar, parte da humanização do atendimento (Foto: arquivo pessoal)

Segundo ele, a presença de Ademar tem auxiliado no processo de recuperação de muitos porque interfere positivamente no bem-estar físico e emocional dos pacientes. “Sempre que ele percorre os corredores, é uma alegria, as pessoas param para fazer carinho nele, abraçá-lo. É evidente o quanto faz bem a todos.”

Q+

Além da medicina, tem outra paixão hereditária na família Maia: o São Paulo Futebol Clube. Marília, 23 anos, filha de Ronald, segue os passos do pai e do avô na profissão. O médico conta que conta que juntos eles não perdem uma partida do time, seja no estádio ou na televisão. “Somos fanáticos pelo tricolor do Morumbi e pela medicina aqui”, orgulha-se.