Saúde mental de idosos requer cuidados especiais

Além das capacidades físicas, qualquer alteração cognitiva observada na população idosa deve ser acompanhada com atenção

Os cuidados com a saúde mental devem fazer parte de todas as fases da nossa vida, ainda mais em um momento de adaptação, como na velhice. À medida que a população envelhece, é comum o aparecimento de transtornos mentais, principalmente relacionados à cognição.

Alterações de humor, depressão e, principalmente, a ansiedade são condições comuns na terceira idade. Por isso, devem ser levadas a sério como qualquer outra doença, enfatiza a assessora técnica de Saúde do Idoso, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Lilian Faria, em entrevista para o Ativa Idade, canal da SMS no YouTube.

“Um quadro depressivo, um problema de alteração cognitiva ou de ansiedade devem ser tratados, assim como o diabetes e a pressão alta, sem tabus. O cuidado com a saúde mental do idoso colabora para que o indivíduo lide com o processo de envelhecimento de maneira mais natural e saudável, evitando muitas doenças crônicas”, avalia Lilian.

É comum que esses problemas ocorram, por exemplo, logo após a aposentadoria ou devido a mudanças na família, gerando transtornos que levam a quadros mais graves. Pode começar com um déficit de memória ou de aprendizado, e isso não deve ser encarado como natural do envelhecimento. “Estar atento a isso, principalmente os familiares, os cuidadores ou quem tem o convívio com esse idoso, é importante para oferecer auxílio e tratamento adequados e oportunos”, reforça a assessora.

Acolhimento dos idosos

O município de São Paulo tem ampla estrutura de atuação para acolher a população idosa em todas essas situações. A Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (Raspi) está pronta para recebê-la, por meio de atendimento que se inicia logo já Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência, onde será feita a Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa da Atenção Básica (Ampi-AB).

“É aplicado um questionário simples, respondido imediatamente, com questões direcionadas para avaliação da saúde mental. E à medida que o idoso faz esse exame e se detecta alguma alteração, ocorre o encaminhamento ao serviço especializado”, explica Lilian.

Na UBS, o idoso tem acompanhamento para a maioria dos problemas de saúde, principalmente aqueles muito comuns nessa fase da vida, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, dores nas articulações e até sintomas de depressão.

No caso de outros cuidados e doenças de difícil controle, a própria equipe da UBS providencia o encaminhamento para a Unidade de Referência à Saúde do Idoso (Ursi), especializada para atender a população acima dos 60 anos. A Ursi conta com equipe composta por assistentes sociais, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e médicos geriatras, para oferecer atendimento individual e coletivo, dentro de uma visão integral de saúde.

Ainda na linha de cuidados da SMS com os idosos, o Programa Acompanhante de Idosos (PAI) é considerado a segunda família de muitas pessoas com mais de 60 anos na capital. Especialmente, àqueles em situação de fragilidade clínica, vulnerabilidade social, isolamento ou exclusão devido à insuficiência de suporte familiar ou social. Para participar da iniciativa e passar a receber visitas da equipe, é necessário estar cadastrado em uma Unidade Básica de Saúde que conte com o serviço.

Clique aqui para consultar a localização dos equipamentos da rede municipal de saúde.

Clique aqui para acessar o canal Ativa Idade, que oferece conteúdos e dicas para um envelhecimento saudável.