Esporotricose: saiba mais sobre a doença e os cuidados para evitá-la

Provocada por um fungo, a zoonose afeta principalmente gatos que, ao circular por ambientes externos, infectam-se podem transmiti-la também aos humanos

Até outubro deste ano, mais de 2.700 animais de estimação, gatos e cães, foram diagnosticados com esporotricose, uma doença zoonótica de origem fúngica que pode ser transmitida aos humanos, provocando principalmente problemas cutâneos. No caso dos animais, especialmente os gatos, mais suscetíveis à infecção pelo fungo que provoca a doença, esta pode se manifestar de forma grave. Por isso, é preciso prestar atenção aos sintomas e procurar atendimento médico ou veterinário, caso eles sejam detectados. Veja a seguir algumas perguntas e respostas sobre a esporotricose e o atendimento na cidade de São Paulo.

O que é a esporotricose e como é transmitida?
A esporotricose é uma micose causada por um fungo do gênero Sporothrix, presente na natureza, solo, palha, vegetais, espinhos e madeira, e que pode afetar tanto os humanos quanto os animais de estimação, principalmente os gatos, que infectados de forma acidental ao circular por ambientes externos ou ter contato com outros animais infectados, estão mais propensos a desenvolverem uma forma grave da doença.
No início da manifestação clínica, as lesões de esporotricose podem ser confundidas com qualquer outro ferimento, comuns em gatos e geralmente provocados por brigas. Os cachorros também podem ser infectados, porém a diferença em relação aos gatos é que eles transmitem menos a doença. No caso da transmissão dos animais para os humanos, ela acontece principalmente por arranhadura ou mordedura de animais doentes.

Como a esporotricose se manifesta nos animais? E nos humanos?
Os principais sintomas em gatos e cachorros incluem feridas na pele que não cicatrizam, aumento do tamanho do focinho, espirros com secreção e dificuldade para respirar. Nos humanos, o sintoma mais comum é o aparecimento de pequenos nódulos na pele ou no local da lesão inicial, sendo as principais formas clínicas da doença: a esporotricose cutânea, com uma ou múltiplas lesões, localizadas principalmente nas mãos e braços, a esporotricose linfocutânea, que se caracteriza pela formação de pequenos nódulos na camada mais profunda da pele, seguindo o trajeto do sistema linfático, a esporotricose extracutânea, quando a doença se espalha para outros locais do corpo, como ossos, mucosas, entre outros, sem comprometimento da pele, e a esporotricose disseminada, quando a doença se dissemina para outros locais do organismo, com comprometimento de vários órgãos e/ou sistemas, como pulmão, ossos e fígado.

Como prevenir a doença em animais e humanos?
No caso dos gatos, a maneira mais eficaz de preveni-la é evitar que os animais entrem em contato com o ambiente contaminado, ou seja, que tenham acesso à rua. Isso porque eles podem se infectar ao caminhar em um solo que tenha o fungo e transportá-lo embaixo das patas e garras para dentro de casa, o que pode levar à infecção dos tutores por meio de arranhaduras ou mordedura.

Qual é a orientação para humanos e animais, em caso de sintomas?
Na cidade de São Paulo o tratamento para a esporotricose é fornecido tanto para humanos quanto para os pets. O principal antifúngico utilizado para o tratamento da esporotricose é o itraconazol. Pessoas com os sintomas da doença devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência para consulta e diagnóstico (clique aqui para ver a localização dos equipamentos de saúde https://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/). No caso de animais, estes devem ser levados para avaliação em uma das 28 Unidades de Vigilância em Saúde da capital. (Uvis), ligadas à Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), para que recebam diagnóstico e tratamento. Clique aqui para conferir os endereços das Uvis. 

Quantos casos de esporotricose foram registrados na capital no último ano?
Em 2023, até 27 de setembro, foram confirmados 405 casos de esporotricose em humanos, contra 388 casos no mesmo período de 2022, sem registro de óbitos. Em animais, até 30 de outubro deste ano foram registrados 2.712 casos em cães e gatos. Em 2022, no mesmo período, foram efetuados 2.034 diagnósticos.