Seminário apresenta projetos voltados à saúde da população negra na capital

Evento faz parte das ações de implementação do Programa Municipal de Saúde Integral da População Negra

Na última sexta-feira (10), como parte do Mês da Consciência Negra, a Área Técnica da Saúde da População Negra da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) promoveu o seminário “Implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra no Município de São Paulo”, com a participação de mais de 600 trabalhadores dos serviços de saúde de todas as regiões da cidade.

“Desde 2020 temos o Programa Municipal de Saúde Integral da População Negra, que por sua vez foi regulamentado por um decreto deste ano; o objetivo de eventos como este é trazer as diretrizes estabelecidas em lei cada vez mais para o dia a dia das unidades de saúde”, explica a coordenadora da área técnica, Valdete Ferreira dos Santos.

Ela ressalta que pontos como a coleta do quesito raça/cor nos equipamentos de saúde e a conscientização dos profissionais para o enfrentamento e combate ao racismo são pontos essenciais para a oferta de serviços que atendam às necessidades deste público que, em vários distritos da capital, ultrapassa 50% da população.

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Entre os convidados do seminário estiveram Daniel Almeida dos Santos, coordenador de promoção da igualdade racial da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos, que falou sobre a necessidade do enfrentamento e combate ao racismo, e Cássia Liberato Muniz Ribeiro, coordenadora da Área Técnica de Saúde da Pessoa em Situação de Violência, que compartilhou a iniciativa que vem sendo realizada dentro dos serviços de saúde da capital para o enfrentamento à violência contra jovens negros.

Regiões apresentaram projetos

Durante o evento também foram apresentados seis projetos desenvolvidos pelas Coordenadorias Regionais de Saúde Norte, Sul e Centro, com foco na saúde da população negra. Entre eles estão um recorte envolvendo a coleta do quesito raça/cor para avaliar o perfil de pessoas atendidas pelos serviços, realizado pelas Supervisões Técnicas de Saúde (STSs) Pirituba e Perus, um estudo sobre a relação dos fatores raça, gênero e renda com o aumento do risco de violência sexual (STS M’Boi Mirim), a iniciativa envolvendo a criação de um grupo de trabalho para a discussão e o resgate da identidade negra (STS Cidade Ademar) e um trabalho de prevenção em saúde realizado junto a homens negros por meio de rodas de conversa com times de futebol de várzea (STS Vila Maria/Vila Guilherme).

“Estes são apenas alguns exemplos de como, a partir da coleta e análise de dados demográficos, é possível propor soluções criativas e efetivas para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população negra e a sua adesão a eles”, reitera Valdete.