Condutas humanizadas aos familiares integram protocolo de recuperação dos pacientes críticos em UTIs

No Dia do Médico Intensivista, em 10 de novembro, destacamos a importância da escuta acolhedora desses profissionais à beira dos leitos

Acolher os familiares dos pacientes internados em leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) faz parte das condutas humanizadas adotadas como parte do processo de recuperação dos doentes da rede municipal de saúde da cidade de São Paulo. Esse é um dos protocolos de atuação que médicos intensivistas, juntamente com a equipe multiprofissional, realizam no Hospital Municipal (HM) Tide Setúbal, localizado em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. Por meio dessa conduta, um ambiente intensivo torna-se um local mais humanizado.

No Dia do Médico Intensivista, celebrado em 10 de novembro, é importante ressaltar a grandeza desse profissional que trata pacientes nas UTIs, na maioria dos casos, no limite entre a vida e a morte, e busca com a equipe multiprofissional humanizar os momentos críticos. Os médicos intensivistas são peças-chaves nas UTIs pela complexidade da rotina.

“Toda especialidade tem sua importante função, porém de todas, a medicina intensiva é a mais próxima da vida e da morte. Nas UTIs são os intensivistas que fazem com que o paciente se recupere. É aquele que tem que estar próximo ao paciente”, afirma o diretor do HM Tide Setúbal, Carlos Alberto Velucci.

“Entendemos que não é só receber o paciente, mas os familiares também. O tempo todo a equipe está relacionando-se com eles, pois dependendo do caso, um familiar será o futuro cuidador. Por isso, vamos orientando os familiares para aprenderem a cuidar do paciente”, reforça o diretor.

Ele destaca ainda que a equipe instrui a família sobre vários cuidados, como: orientações sobre banhos, nutrição, medicações, entre outros. Nos casos de pacientes não têm acompanhamento familiar é oferecido apoio pela equipe.

”A estrutura é importante, mas, o contato humano é tudo e a escuta é essencial. Temos a consciência de que quando um paciente fica internado em uma UTI, a família fica doente, por isso tratamos a família também”, pontua o intensivista e coordenador das UTIs adulto do hospital, Flávio Araújo.

“No período de visitas um psicólogo fica à disposição para o atendimento, pois na maioria dos casos, a família fica insegura sobre a gravidade dos desfechos”, acrescenta o intensivista.

“Esse trabalho é tão significativo que, em casos de óbito, temos retorno da família que agradece o apoio e muitos dizem que só puderam enfrentar a morte pois tiveram acolhimento da equipe, minimizando assim o impacto da dor”, afirma Georgea Michelucci Caamano, psicóloga do hospital.

Outros exemplos de condutas humanizadas com familiares acontecem nas UTIs neonatal, principalmente, em casos de bebês que nascem com até 500g, quando a presença de uma mãe é recorrente.

Atualmente, a rede municipal de saúde conta com 28 hospitais, 1.084 leitos e 486 médicos intensivistas na rede hospitalar, entre plantonistas, diaristas e responsáveis técnicos.