Doenças tropicais negligenciadas são lembradas neste 30 de janeiro

Patologias infecciosas relacionadas a condições socioeconômicas, como dengue, hanseníase, doença de Chagas, leishmaniose e outras afetam mais de um bilhão de pessoas em todos os continentes

No calendário da saúde, o dia 30 de janeiro é dedicado às doenças tropicais negligenciadas, um termo usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para designar uma série de patologias causadas por agentes infecciosos e consideradas endêmicas em populações de baixa renda. A data, estabelecida em 2020, tem o objetivo de alertar para a necessidade de combate a essas doenças, o que inclui o desenvolvimento de novas ações preventivas e novos medicamentos.

Estão nesta lista da OMS doenças como dengue, hanseníase, úlcera de Buruli, doença de Chagas, cisticercose, dracunculíase (doença do verme da Guiné), equinococose, fasciolíase, tripanossomíase africana (doença do sono), leishmaniose, filaríose linfática, oncocercíase (cegueira dos rios), raiva, esquistossomose, parasitoses, tracoma e bouba. A OMS estima que 1,5 bilhão de pessoas em cerca de 150 países de todos os continentes sofram em decorrência das suas consequências, e que juntas elas causem até um milhão de mortes anualmente.

No Brasil, ainda estão presentes várias destas doenças, como dengue, hanseníase, tracoma, doença de Chagas, esquistossomose, leishmaniose e filariose linfática. Só no caso da dengue, de acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados até dezembro do ano passado mais de 1,6 milhão de casos prováveis em todo o país, um aumento de 15% em relação a 2022, com 1.079 óbitos.

Ações na capital

Na cidade de São Paulo, foram confirmados 13.031 casos de dengue em 2023. Para realizar o controle, que depende essencialmente da eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), promoveu 5.239.858 ações de prevenção ao Aedes aegypti na capital em 2023. Entre elas, visitas casa a casa, vistorias a imóveis e pontos estratégicos, ações de bloqueios de criadouros e nebulizações, orientações à população, entre outras atividades específicas, além de investimentos em infraestrutura, equipes e novas tecnologias.

Em relação à hanseníase, doença transmissível que possui tratamento integralmente realizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a SMS intensificou as ações de conscientização, busca ativa em diagnóstico neste mês de janeiro, como parte da campanha Janeiro Roxo, voltada ao combate à doença. Em 2023, no município de São Paulo, foram diagnosticados 102 casos de hanseníase. Em 2022 foram 122 casos.

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