Com o tema “Mais possibilidades, menos violência”, o bloco CarnaCaps, organizado pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Álcool e Drogas (AD) III São Mateus, desfilou na Rua Joaquim Gouveia Franco na manhã da última sexta-feira (9).

De acordo com a gestora da unidade, Maria Josélia Matias, festas e datas comemorativas sempre fizeram parte da programação do Caps, já que entre os objetivos do equipamento está a integração social. Mas foi em 2012 que o Carnaval atravessou o portão do local e se uniu à comunidade e a outros equipamentos de saúde, cultura e educação: “A gente quebra esse estigma de que dependência química e saúde mental ficam trancadas de um lado e a comunidade do outro.”

A gestora reforça que o Caps é um serviço de passagem e que é importante “tratar para que eles se empoderem da vida lá fora.” Além disso, a junção com outros equipamentos é necessária para pensar na integralidade do sujeito: “O usuário não é só da saúde, ele é da comunidade.”

A assistente social do Serviço de Proteção Social à Criança e Adolescente Vítimas de Violência (SPVV), Vanessa Kryolla, também enfatiza a importância desse tipo de evento para ajudar os usuários a se sentirem pertencentes à comunidade, além de aproximar profissionais e pacientes.

Comunidade participa do CarnaCaps (Foto: Acervo SMS)

Cerca de 30 serviços participam da festa

A partir do tema “Mais possibilidades, menos violência”, sugerido pelos pacientes do Caps Infantojuvenil (IJ) II de São Mateus, e um samba-enredo criado pelo grupo de samba do Caps AD III, equipe e pacientes começaram a estruturar a festa em setembro de 2023.

Segundo a organização, uma média de 30 serviços participaram do evento, entre eles Unidade Básica de Saúde (UBS), Unidade de Referência à Saúde do Idoso (Ursi), Núcleo de Convivência de Idosos (NCI), Caps Adulto e Infantojuvenil, Centro de Referência em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CRPics), Serviço de Atendimento Especializado (SAE), Serviço de Proteção Social à Criança e Adolescente Vítimas de Violência (SPVV) e Centro de Acolhida e Casa de Cultura.

Wellington Lima da Silva, de 40 anos, participa há alguns anos das atividades do Caps, onde faz o tratamento contra o vício em álcool e drogas. Ele acredita que o evento ajuda a mostrar que “independentemente de estar fazendo tratamento, aqui a gente tem condições de se divertir.”

Para a gestora, esse tipo de atividade é importante para os pacientes pois “eles experimentam uma satisfação que até então eles só conheciam pela bebida e pela droga.”

Aos 75 anos, Otacília Teixeira, que utiliza o NCI Tia Dirce, participa do terceiro CarnaCaps. Ela conta que gosta da festa porque “a gente esquece os problemas da vida e fica feliz de estar num ambiente tão gostoso com todo mundo.”

Equipe do NCI Tia Dirce do CarnaCaps 2024 (Foto: Acervo SMS)