Os catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis desempenham papel fundamental na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Esses profissionais são parte significativa da cadeia produtiva da reciclagem, contribuindo diretamente para um mundo mais sustentável. Ao mesmo tempo, muitos vivem em situação de vulnerabilidade.
Para promover saúde e bem-estar para este público que nem sempre busca os equipamentos da rede municipal, a UBS Iguaçu Maria José Mariano da Silva, que atende à região de Sapopemba, criou o Projeto Catadores Saudáveis do Iguaçu.
No último dia 28 de junho, o programa realizou mais uma edição da manhã de serviços voltados exclusivamente a esses profissionais, na Praça Moleque Travesso, localizada nas proximidades da unidade de saúde.
Élen Soares, gestora local do Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (Pavs), da Supervisão Técnica de Saúde Vila Prudente/Sapopemba, conta que a UBS iniciou o atendimento específico aos catadores em 2013, com o cadastro, agendamento e realização de consultas. Em 2014, a partir de um levantamento detalhado do perfil destas pessoas e suas necessidades, a iniciativa foi incorporada à unidade. “Os objetivos principais são valorizar os catadores e tornar os serviços de saúde mais acessíveis para esse público”, explica.
Os profissionais receberam massagem e fizeram escalda pés. (Foto: Divulgação/SMS)
Ao longo do evento foram oferecidos serviços como auriculoterapia, avaliação nutricional e odontológica, entrega de kits de saúde bucal, aferição de pressão, teste para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), vacinação contra a gripe, orientações socioambientais e sobre animais sinantrópicos e corte de cabelo, água aromatizada, sais de ervas, entrega de lanches, entre outros.
Por carregarem muito peso e andarem longas distâncias, Camila Cristina Zanchim, gerente da UBS, explica que uma das questões de saúde específicas dessa população são dores musculares. Por isso, a ação contou ainda com orientação ergonômica, massagem e escalda pés.
Raimundo Soares da Silva, de 65 anos, é catador há mais de 15 anos. Ele conta que quando era mais jovem, chegava a percorrer quase 25 quilômetros por dia com sua carroça. Para ele, o atendimento voltado aos catadores é essencial, pois além dos cuidados em saúde, também fornece informações sobre a forma correta de manejar os materiais coletados.
A manhã de serviços também teve atrações culturais, como uma exposição sobre a escritora Carolina Maria de Jesus, que trabalhou como catadora, e a apresentação da banda Pavianos, formada por agentes de promoção ambiental (APA) do PAVS, que tocou músicas autorais sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente.