Prefeitura lança o projeto “Driblando a Tuberculose”

Implementada pelo Ministério da Saúde na Copa do Mundo 2010, a iniciativa será adaptada à realidade brasileira através da Parceria Brasileira contra a Tuberculose na Copa do Mundo 2014

A Prefeitura de São Paulo lançou nesta terça-feira (27), no CEU Butantã, o projeto de mobilização no combate à Tuberculose durante a Copa do Mundo 2014, o “Driblando a Tuberculose”. Com a presença da Coordenadora da Atenção Básica da Secretária Municipal da Saúde, Dra. Rejane Calixto, do Coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Dr. Dráurio Barreira, do diretor da Cepheid no Brasil, José Aparecido, do ex –jogador de futebol, Paulo César Caju e de 300 alunos do ensino fundamental do CEU Butantã, o evento uniu o esporte e a mobilização social.

Segundo a Coordenadora da Atenção Básica da Secretária Municipal da Saúde, associar o projeto ao momento da Copa do Mundo FIFA 2014 propicia a utilização do campeonato como veículo transmissor de mensagens positivas, alcançando um grande número de pessoas. “O projeto contribuirá para o alcance de informações para o combate à doença para as famílias por meio das crianças, desmitificando conceitos equivocados sobre a tuberculose e promover a mudança de comportamento para a prevenção da doença”, explica Dra. Rejane Calixto.



Tuberculose tem taxa de cura de 78% no Município


Dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) indicam que os serviços de diagnóstico e tratamento oferecidos pela Rede Municipal de Saúde conseguem levar os pacientes à cura, em média, em 78,8% dos casos novos que ingressam na Rede.

Para assegurar que o paciente complete o ciclo de combate à doença, que dura no mínimo seis meses, a SMS adotou estratégias recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O processo é supervisionado por profissionais das unidades básicas de saúde (UBS). Com isso, a taxa de abandono apresentou queda, segundo levantamento da SMS. Em 2006, 15,1% dos doentes deixaram de tomar medicamentos e comparecer às consultas médicas após o desaparecimento dos sintomas mais graves. Em 2013, o índice caiu para 11,0% (dados do primeiro quadrimestre).

Entre as ações implementadas e que permitem a fidelidade dos pacientes ao tratamento estão medidas de caráter social, como a entrega de cestas básicas, o que garante o reforço alimentar, e de bilhetes de transporte, para que a frequência às consultas e exames não sejam interrompidos. Cerca de 20 mil cestas e 105 mil passes foram distribuídos em 2013. “Com o engajamento dos profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários) e mais estes benefícios, houve queda também no índice de abandono de tratamento nos últimos anos”, enfatiza Naomi Kawaoka Komatsu, coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose no Município de São Paulo.

Quem abandona os cuidados fica sujeito ao retorno da doença e pode ver a eficácia dos remédios reduzida. Para a SMS, a diminuição do abandono deve-se também à ampliação da rede que faz o acompanhamento dos pacientes. Atualmente, as 447 UBS estão preparadas para identificar os suspeitos, realizar os exames clínicos e bacteriológicos necessários ao diagnóstico e tratamento da tuberculose.

Em relação aos óbitos, atualmente, a taxa é de três para cada 100 mil habitantes, muito próxima da meta do milênio proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) de 2,8 óbitos para 2015. O número de mortes causadas pela tuberculose registrado em 2012 foi de 340. Em 1990, por exemplo, era de 529. Os dados de 2013 ainda estão em análise.