Comitê se reúne para discutir estratégias no combate ao tráfico de animais silvestres

A reunião abordou a importância da fiscalização e punição para este tipo de crime

 O tráfico de animais silvestres, configurado pela retirada de animais de seus habitats naturais e destinados à comercialização, é um dos graves problemas enfrentados no Brasil. Como forma de contribuir no âmbito municipal, a Secretaria de Segurança Urbana, por meio da Divisão de Defesa e Vigilância Ambiental, participa do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Tráfico de Animais Silvestres (COMETAS), que tem o objetivo de discutir novas diretrizes na tentativa de combater esse tipo de atividade ilegal.

Na reunião desta quinta-feira (27), o Secretário Adjunto da Pasta, Celso Aparecido Monari, realizou a abertura enfatizando o importante trabalho de prevenção, realizado pela Unidade ambiental da Guarda Civil Metropolitana, com as rondas diárias e o apoio às ações, principalmente, no resgate de animais vítimas do tráfico que, após serem libertados, são encaminhados ao CEMACAS (Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres), para que possam ser reabilitados. Completou, ainda, dizendo que tem o projeto de ampliar a Unidade ambiental, com viaturas, equipamentos e efetivo.

Dados apresentados pelo médico veterinário, Dr. Roberto Vieto, Gerente de Campanhas de Vida Silvestre, da World Animal Protection (WPA), revelam que aproximadamente 38 milhões de animais, principalmente aves, são retirados de seus habitats naturais anualmente. Por isso, apresentou a campanha: “Animal silvestre não é pet”, documentário que traz a triste realidade de animais vítimas do tráfico, e que traz os conceitos básicos da diferença entre animais domésticos e silvestres.

Durante o encontro, também foram citados os problemas da falta de fiscalização e ausência de punições severas. Julianna Suma, diretora da Divisão de Fauna Silvestre, da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, explicou que muitas aves chegam com anilhas adulteradas. Uma das soluções colocadas pelo grupo seria recorrer à tecnologia e exigir que os criadores registrem a genotipagem - exame que informa o código genético.

De acordo com a Dra. Angela Maria Branco, médica veterinária e diretora da Divisão de Defesa e Vigilância Ambiental, da SMSU, o trabalho da esfera municipal está sendo fundamental, porque São Paulo é rota do tráfico de animais silvestres, e as novas estratégias nas operações, e na política pública, contribuem para mudar este cenário.