SMSU participa da palestra “Adoecimento Mental e uma Análise Crítica sobre Suicídio Policial”

O evento foi realizado na segunda-feira (09), no auditório da Escola de Gestão e Contas do Tribunal de Contas do Município de São Paulo

A Palestra teve como objetivo debater a saúde mental dos servidores da área da segurança, que atuam no Estado de São Paulo, bem como as ações que estão sendo feitas nas várias corporações.

 A Diretora da Divisão de Orientação Social - DOS, da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, Solange Navas Guerreiro, uma das convidadas, destacou o trabalho que vem sendo realizado com os profissionais da Guarda Civil Metropolitana e seus familiares, voltado ao acolhimento e ao tratamento da saúde destes servidores. "São várias ações que têm o objetivo de descompressão, seja na Casa de Atenção ou por meio de nossos parceiros". Ela disse ainda que, quanto ao índice de suicídios na instituição, o número ainda é baixo, mas ressalta que a saúde mental é um fator que preocupa bastante. “A escuta precisa ser feita, o acolhimento é necessário e ajuda muito, porque quando você fala, desmistifica muita coisa”, disse a diretora.

 O Ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Benedito Mariano apresentou seu trabalho realizado entre 2017 e 2018, o qual revelou os números de suicídio na Polícia de São Paulo: houve 78 casos, sendo 56 na Polícia Militar e 22 na Polícia Civil. Ele destacou oito hipóteses de motivos para cometer o ato, tais como: estresse inerente à função; falta de suporte à saúde mental; adoecimento mental; conflitos institucionais (abuso de poder, assédio moral, etc.); conflitos familiares, entre outros.

 A vitimização policial também foi um assunto tratado na sua pesquisa e que homens na faixa etária de 31 a 36 anos (26%), e 41 a 45 anos (21%) são mais propensos a cometer suicídio, usando armas de fogo, remédios e o enforcamento. O Ouvidor Benedito Mariano também sugeriu que o tema "saúde mental" seja disciplina obrigatória nos Cursos de Formação de Soldados, Sargentos e Oficiais da Polícia Militar.

 Já o tema da Coronel PM Mônica Ferreira, diretora de pessoal da PMESP, foram os transtornos pós-traumáticos, que os bombeiros sofrem no dia a dia de suas atividades, em razão de perdas de vidas em acidentes. O Delegado Luís Gabriel Garcia, do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo, retratou a dificuldade de ser policial. “Quem vai cuidar do polícial? Quem cuida de quem cuida?", disse ele acrescentando que é muito importante escutar estes profissionais.

 Participaram ainda do evento, o representante do Conselho Regional de Psicologia, Jamil Torquato Filho e Beatriz Brambilla, Presidente do Conselho Regional de Psicologia do Estado de São Paulo.