Crianças carentes participam de evento em Heliópolis

Caminhada faz parte do cortejo “Vidas Preciosas”, uma das ações do projeto “Espetáculo da Terra”, que reintegra moradores da periferia à sociedade

As ruas estreitas da comunidade de Heliópolis deram espaço a centenas de crianças e adolescentes na manhã desta sexta-feira (14). Com balões coloridos nas mãos representando cada uma delas, os jovens seguiram no cortejo “Vidas Preciosas”, uma caminhada inspirada nas ações no projeto de arte pública e performance urbana “Espetáculo da Terra”, criado pela artista Denise Milan, e que desde 2010 é realizado em comunidades da periferia de São Paulo.

“Esse cortejo é uma caminhada espontânea realizada sem patrocínio. É uma resposta às ações desenvolvidas nos últimos anos, é o sinal da relevância e ressonância da proposta de arte-educação que nós criamos. Ao reagir espontaneamente, Heliópolis mostra que já houve uma reflexão e que está pronta para outros desafios”, explicou Denise.

A primeira-dama do município, Ana Estela Haddad, acompanhou o cortejo e ficou impressionada com a participação das crianças. “Adorei fazer parte dessa campanha pela vida. Ver de perto esse espírito de comunidade que luta para fazer parte da sociedade é gratificante”, disse Ana Estela.

As crianças que seguiram na caminhada fazem parte de dez Centros para Criança e Adolescentes (CCAs) da região, e que são mantidos através de um convênio entre a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e a União de Núcleos, Associações e Sociedade de Moradores de Heliópolis e São João Clímaco (UNAS).

O cortejo terminou no Centro de Convivência Educativa e Cultural da comunidade, onde as crianças cantaram e soltaram os balões simbolizando a sua independência e o começo da sua reintegração à sociedade.

“Queremos viver com paz, não com violência. Nossa vida é preciosa”, disse a pequena Camila Bernardes, de 10 anos.

Sobre o projeto “Espetáculo da Terra”
O projeto constitui dentro do espaço escolar, a convivência a partir dos interesses, demandas e potencialidades da comunidade abordada, o que permite aos educadores usar abordagens e estratégias diferentes das utilizadas em escolas públicas para auxiliar o aprendizado nos conteúdos básicos ao mesmo tempo em que trabalham aspectos sociais.


Foto: Fábio Arantes / SECOM

 

Texto: SECOM