Planejamento e gestão reduzem impacto das chuvas na capital

Operação Chuvas de Verão 2015-2016 enfrentou terceiro período mais chuvoso desde 1950. Ação contribuiu para a redução do impacto dos temporais e agilizou atendimento à população afetada

A Prefeitura de São Paulo apresentou na manhã desta segunda-feira (2), o relatório com os resultados das ações da Operação Chuvas de Verão 2015/2016. O trabalho, realizado entre novembro de 2015 a abril deste ano, contribuiu para a redução do impacto das tempestades no período, que foi o terceiro mais chuvoso desde 1950.

O prefeito Fernando Haddad reafirmou a importância de ações que ampliem a segurança da população. “Nós fomos a gestão que mais investiu na mitigação dos efeitos das chuvas de verão, superamos R$ 1 bilhão em investimentos em obras de macro e microdrenagem. Tivemos também reforma semafórica, melhorias na limpeza urbana, redução de pontos viciados e melhor articulação de equipes”, disse Haddad.

No total, 79% dos dias da operação registraram chuvas, que somaram 1.142 milímetros em toda a capital. A grande quantidade de chuvas foi provocada pelo fenômeno climático El Niño. Nesse período, houve 59 dias em estado de atenção, 23 de alerta e 13 ocorrências críticas.

Cerca de 60% das ocorrências aconteceram na zona leste da Capital, que recebeu chuvas com volume 14% superior ao restante da cidade. Na região leste, as tempestades afetaram mais de 10 mil famílias em 30 bairros. Em toda a cidade, as chuvas geraram 169 ocorrências, que afetaram 11.925 famílias.

A redução do impacto das chuvas de verão foi resultado de uma rotina de monitoramento e de redes de comunicação, que possibilitam ação imediata e atendimento à população. Os trabalhos também foram acompanhados de um processo de avaliação, que possibilita aprimorar o planejamento de protocolos para futuras ocorrências. A operação foi comandada por uma central integrada 24 horas, composta por subprefeituras, secretarias e órgãos municipais.

“Enfrentar as chuvas é um trabalho que as pessoas nem sempre veem, mas é da maior importância, porque vai reduzir os danos para a cidade e vai reduzir perigos e problemas para a população. A cidade é complexa, nós construímos uma metrópole em cima de rios e córregos, está impermeabilizada, então o trabalho preventivo é fundamental”, afirmou a vice-prefeita, Nádia Campeão, que coordena os trabalhos da operação. A vice-prefeita também defendeu o fortalecimento da Defesa Civil na cidade e a consolidação do trabalho integrado nas bacias hidrográficas.

Uma novidade implantada na última edição da operação foi a realização de ações locais baseadas nas bacias hidrográficas, como por exemplo a limpeza de córregos que passam por diversas subprefeituras. Na zona leste, foi realizada em fevereiro limpeza, zeladoria e combate ao mosquito Aedes Aegypti ao longo dos córregos Itaim, Guaratiba, Itaquera-Mirim, Jacuperval e Rodeio.

Redução de danos
Dos alagamentos ocorridos, somente metade eram intransitáveis. Destes, quase 70% foram escoados em até 1h30, sendo um terço em até 40 minutos. Em cinco meses, somente 190 pontos de alagamento ficaram intransitáveis e duraram mais de 1h30. Estes índices são resultado das intervenções do Programa de Redução de Alagamentos, que tem atualmente 49 obras em toda a cidade, e também a intensificação da limpeza em 148 pontos identificados pelas subprefeituras como reincidentes. Nesses pontos prioritários, a redução na quantidade de alagamentos foi de cerca de 70%.

Além disso, a Companhia de Engenharia de Tráfego instalou 33 placas e 88 banners alertando para a possibilidade de alagamentos. As falhas nos semáforos também caíram 43% nos últimos três anos, por conta do Programa de Revitalização Semafórica.

No período da operação, foram limpos 311.547 metros cúbicos de piscinões, 244.140 bocas de lobo, 55.370 poços de visita, além de 1,3 milhão de metros de ramais e 551.897 metros de galerias. Nos córregos, foram cerca de 3,2 milhões de metros que receberam limpeza manual e 218.546 tiveram limpeza mecanizada. Foram recolhidas mais de 14,5 mil toneladas de resíduos por varrição e 1.847 toneladas de materiais pesados. Foram trabalhados 3.345 pontos viciados de descarte de lixo.

Com um plano de manejo, a quantidade de quedas de árvores caiu cerca de 30%, em comparação com o verão anterior. No período de chuvas de 2015/2016, foram registradas 1661 árvores caídas, enquanto em 2014/2015 foram quase 630 árvores a mais. O plano realizou 18.846 manejos, quantidade 80% superior ao ano anterior. As ações foram realizadas pelas subprefeituras Butantã, Ipiranga, Mooca, Santo Amaro, Vila Mariana, Vila Prudente, Lapa, Pinheiros e Sé.

Segurança
A comunicação com a população foi feita por meio de relógios urbanos, cartazes e folhetos informativos distribuídos principalmente nas regiões mais críticas. Estes materiais conscientizavam sobre a importância de proteger-se durante as tempestades.

Durante 169 ocorrências de emergência por enchente, as equipes de assistência social atenderam 44.300 pessoas, com a distribuição de 35.646 colchões, 31,607 cobertores, 12.845 cestas básicas e 11.831 kits de higiene e limpeza.

“Estamos deixando para a cidade este legado de gestão das chuvas, momentos críticos para a cidade. Tivemos crises bastante agudas, mas em momento algum nós tivemos falta de resposta. Isso faz a diferença para a população, que sente a presença do poder público”, disse Milton Persoli, coordenador geral da Defesa Civil na cidade.

Além das ações de redução de danos, a cidade tem hoje em andamento 13 obras de macrodrenagem. As intervenções nos córregos Água-Preta/ Sumaré, Cordeiro e Ponte Baixa já estão funcionais. E mais oito bacias estão com os projetos prontos e licenciados para receber investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal. No total, estão programados R$ 4,8 bilhões de investimentos, que vão aumentar 52% da capacidade de reservação da cidade.