2ª Bienal dos Pobres Incentiva a Leitura na Praça Silva Teles

Com objetivo de promover o acesso fácil à leitura, em busca do conhecimento e com democracia, acontece na Praça Silva Teles no Itaim Paulista, até o próximo domingo 24/08 das 9 às 17:30 horas, a “2ª Bienal dos Pobres – Incentivando a Leitura”.

“Morte e Vida Severina” - João Cabral de Melo Neto; “O Nome da Rosa” – Umberto Eco; “Poesias” – Gonçalves Dias; “Infância” – Graciliano Ramos, e Vinícius de Moraes, entre outras variadas obras, fazem parte do acervo da Bienal, que estão disponíveis para empréstimos e doações.

A Bienal teve início no dia 17 de agosto e em cinco dias de evento na Praça Silva Teles, já emprestou 5mil livros.

“Nesse espaço a pessoa pode ler, folhear, devolver ou doar o livro. A Bienal dos Pobres nasceu da idéia de um grupo de intelectuais e organiza bibliotecas comunitárias desde 1999, promove leituras em praças públicas, na Penitenciária Feminina do Butantã, e em Associações Comunitárias, e mantém o ‘Projeto Samba Leitura’, junto às Escolas de Samba: Gaviões da Fiel, Vai-Vai, Barroco da Zona Sul e Leandro de Itaquera, comenta, Devanir Amâncio, presidente da Organização Não Governamental (ONG) Educa São Paulo”.

Amâncio também informa, que em breve será inaugurada a Biblioteca da Paróquia São João Batista, e atribui o sucesso ao engajamento da Comunidade São João Batista, e à Subprefeitura do Itaim Paulista (SPIT).

A ONG Educa São Paulo recebe apoio do Núcleo de Trabalhos Comunitários da Pontifícia Universidade Católica (NTC/PUC-SP), Comunidade São João Batista, SPIT, e Casa de Belém, e está localizada na rua do Ouvidor, 56, na Praça da Bandeira. Telefone 3107.5470.

POEMA:

Primeiro poema publicado por Machado de Assis aos 16 anos de idade.

Em 12 de janeiro de l855

ELA

Seus olhos que brilham tanto,

Que prendem tão doce encanto,

Que prendem um casto amor

Onde rara beleza,

Se esmerou a natureza

Com meiguice e com primor

 

Suas faces purpurinas

De rubras cores divinas

De mago brilho e condão;

Meigas faces que harmonia

Inspira em doce poesia

Ao meu termino coração!

 

Sua boca meiga e breve,

Onde um sorriso de leve

Com doçura se desliza,

Ornando purpúrea cor,

Celestes lábios de amor

Que com neve se harmoniza.

 

Com sua boca mimosa

Solta voz harmoniosa

Que inspira ardente paixão,

Dos lábios de Querubim

Eu quisera ouvir um –sim-

P’ra alívio do coração!

Vem, ó anjo de candura,

Fazer a dita, a ventura

De minh’alma, sem vigor;

Donzela, vem dar-lhe alento,

“Dá-lhe um suspiro de amor!”.

Foi encontrado em meio ao acervo, por uma professora da PUC, durante a Bienal na Praça Silva Teles.

A professora encaminhou o poema para a biblioteca da PUC.