Parque Edu Chaves 89 anos de fundação e 60 anos de urbanização

Bairro apresenta grande progresso e demonstra ser um exemplo de organização

Em terras pertencentes a Eduardo Pacheco Chaves, piloto conhecido por fundar a primeira escola de aviação do Brasil, vasta região que fica situada entre os bairros da Vila Sabrina, Jardim Brasil, Jaçanã e Rodovia Fernão Dias (Vila Galvão/Guarulhos), foi traçado o loteamento do Parque Edu Chaves, considerado atualmente um dos bairros mais progressistas da Zona Norte da capital, que completa 88 anos de fundação no próximo dia 3 de dezembro. Pra quem não sabe, o Parque Edu Chaves está localizado na Zona Norte da cidade de São Paulo, distante 5 quilômetros do Trópico de Capricórnio e 11 quilômetros do “Marco Zero”, situado na Praça da Sé desta exuberante metrópole. O Parque Edu Chaves tem como vizinhos os bairros de Vila Sabrina, Jardim Brasil, Jaçanã e, seu lado leste é margeado pelo Rio Cabuçu de Cima e Rodovia Fernão Dias. No Censo de 2000, a população registrada no distrito era de 63.500 habitantes. Ao longo de sua história, o bairro vem apresentando um grande desenvolvimento e tem demonstrado ser um exemplo de organização.

A região recebeu este nome em homenagem ao aviador Eduardo Pacheco Chaves (Edu Chaves), porém, alguns moradores atribuem que o distrito era utilizado como local de pista de treino. Todavia, o campo de pouso e hangares criados e utilizados por Edu Chaves localizavam-se em Jaçanã, na região hoje ocupada pela Aliança Metalúrgica. Deste modo, este bairro foi planejado, tendo como formato a Praça Champs Elysees, em Paris.

Por ser área de cheia e várzea do Rio Cabuçu apresentava a ocorrência de enchentes como padrão, na época de chuvas. E por essa mesma razão o terreno era bastante úmido e propício a proliferação de rãs e preás (rato do mato), os quais eram caçados por meninos que se aventuravam nos brejos com calças arregaçadas até os joelhos. O bairro também tem em sua maioria da população, famílias de militares e ex-militares, de modo que a maior parte de suas ruas tem o nome de muitos capitães, majores e tenentes, em homenagem a esses que já se foram, porém contribuíram de alguma forma em prol do bairro. Assim, após a crescente desvalorização dos imóveis na região por conta das enchentes, o Parque Edu Chaves viveu uma valorização imobiliária devido a canalização do rio.

Origem

Antes considerada uma região pantanosa, por ser coberta de vegetação rasteira e marcada por pastagem de boiada e trilhas de boiadeiros, onde existiam muitas traíras e rãs por ocasião do transbordamento do Rio Cabuçu de Cima. No local, foi construído o primeiro campo de aviação e a primeira escola de pilotos. O bairro foi idealizado pelo proprietário da área, o aviador Eduardo Pacheco Chaves. E foi em 3 de dezembro de 1924, que Eduardo Pacheco Chaves vendeu uma parte de suas terras para Max Lowestein e outra para a Sociedade Comercial & Construtora S.A, que fez os loteamentos na época. Mas, foi a Companhia Planurba que elaborou o planejamento das ruas arredondadas e ficou encarregada de vender os 1535 lotes. Dessa maneira, o povoamento do bairro teve início em 1953, com a construção de 300 casas financiadas pela Caixa Econômica e vendidas aos sargentos da então Força Pública.

Características

Hoje, o bairro é uma típica região de classe média, já que possui um traçado “sui generis”, com uma praça central denominada Comandante Eduardo de Oliveira, contendo ruas circulares e outras radiais, largas, planas, pavimentadas e arborizadas, cuja estética teve a inspiração geométrica do charme francês da Place D’Etoile, em Paris , onde fica o Arco do Triunfo.

Criação da Sociedade Amigos do Parque Edu Chaves
Foi em 11 de Agosto de 1957, que Arlindo de Souza Pícoli, sargento da Força Pública, juntamente com outros moradores, fundou a Sociedade Amigos do Parque Edu Chaves “Sapec”, ativa até os dias de hoje, a qual vem conquistando melhorias para o desenvolvimento do bairro.

Fundação do Lions Clube

Em 29 de março de 1980, Anildo Baldin e outros abnegados moradores, criaram o Lions Clube Parque Edu Chaves, com o intuito de prestar serviços a comunidade, o mesmo funcionou aproximadamente durante 10 anos, deixando uma importante contribuição na área social.

Um pouco mais sobre a Brigada Ecológica

Em 1980, um grupo de moradores preocupados com o meio ambiente deram início ao plantio de árvores no bairro, porém somente em 1994 foi fundada a Brigada Ecológica Edu Chaves, composta por sua primeira diretoria: o presidente, José Pinheiro; secretário, Gildo Benício (in memorian); tesoureira, Irmã Saade; e o ouvidor, Júlio Caprara. Desde então a empresa desenvolve trabalho de planejamento para arborização das ruas e praças locais,
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida na comunidade.

Neste em particular, exalta-se os moradores do bairro, especialmente a classe estudantil, pelo elevado grau de conscientização e atitudes ecológicas na defesa e preservação da natureza.

Vale salientar ainda que a Brigada Ecológica Edu Chaves é uma entidade sem fins lucrativos, composta por associados voluntários, que têm como postulados fundamentais o exercício das atividades essenciais ao equilíbrio da natureza e a implementação de mecanismos que propiciem um meio ambiente mais saudável para o cidadão. Exemplo deste trabalho são as ruas e praças do bairro totalmente arborizadas, um trabalho que não para em momento algum, transformando o Parque Edu Chaves em um dos locais mais agradáveis de São Paulo para se viver.

S.O.S Enchentes

E os acontecimentos na região não param por ai, isso porque, em 15 de janeiro de 1991, ocorreu a maior enchente da história do bairro, que motivou a criação da “S.O.S Enchentes”, grupo de trabalho liderado por Moacir Maiochi, que através do seu empenho conseguiu a canalização do Rio Cabuçu de Cima, junto ao governo do Estado, eliminando definitivamente o problema.

Surgimento da Associação dos Comerciantes

Foi em 26 de novembro de 2002, que Marcos Roberto Seicho juntamente com outros comerciantes do bairro, fundaram a Associação dos Comerciantes do Parque Edu Chaves “A.C.O.M.P.E.C”, visando organizar o desenvolvimento comercial. Uma de suas conquistas foi o novo acesso ao bairro pela Rodovia Fernão Dias.

Prosaico da vida real

Preenchendo um espaço tão necessário do cotidiano, sem qualquer exigência normal, o bairro preserva um “ponto de encontro”, onde pessoas, de várias faixas etárias se reúnem para ouvirem, discutirem e opinarem sobre os acontecimentos do País, do Estado, e do Município. Trata-se da “Barbearia do Alfredo”, fundada em 1957, local acolhedor, onde os frequentadores exaltam suas prosas e cultivam suas estórias de vivências passadas e presentes, as quais provocam risos e, às vezes reflexões, conservando assim uma dinâmica da vida real e funcionando como “arauto da comunidade regional. (Nota escrita pelo historiador: José Pinheiro dos Santos).

Um pouco mais de quem foi Eduardo Pacheco Chaves

Eduardo Pacheco Chaves, conhecido como Edu Chaves, (nascido em São Paulo, no dia 18 de julho de 1887 — Falecido em São Paulo, no dia 21 de junho de 1975) foi um aviador brasileiro, pioneiro nas ligações aéreas entre São Paulo e Santos; São Paulo e Rio de Janeiro, e também entre o Rio e Buenos Aires. Sua paixão pela aviação começou ainda na Inglaterra, onde estudava, ocasião em que conheceu Santos Dumont.

Edu Chaves era filho de Elias Pacheco Chaves e de Anésia da Silva Prado. Nasceu em um casarão da Rua de São Bento na cidade de São Paulo e era filho de uma antiga família de cafeicultores. Fascinado pela aviação, foi para a França com o propósito de tornar-se piloto. Em 28 de julho de 1911 adquire seu “brevê” de piloto da Federation Aeronautique Internacionale a bordo de um aparelho modelo Bleriot de 25 HP. Ainda na França, foi o primeiro aviador a relizar voôs noturnos. Foi o primeiro piloto brasileiro a voar nos céus do Brasil no dia 8 de março de 1912, na cidade de Santos. Neste período teve a oportunidade de voar em companhia do aviador francês Roland Garros na breve estadia do mesmo no Brasil. Também foi o criador da primeira escola de aviação do país na cidade de Guapira, interior de São Paulo, onde empregou aviões trazidos da Europa.