Capital registra diminuição de 50% na espera por próteses dentárias

Objetivo da Prefeitura é zerar a fila, que atualmente conta com 46 mil pessoas. Em 2020, devido à pandemia, mais de 81 mil pacientes aguardavam pelo benefício

Após um ano de implantação da produção de próteses dentárias em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a Prefeitura de São Paulo comemora os números obtidos. Atualmente, 46.379 pacientes aguardam pelo benefício. Esse índice, no entanto, era muito maior em abril de 2020, período crítico da pandemia de Covid-19, quando haviam 81.869 pessoas na fila de espera. Atualmente, a confecção dos dispositivos é executada em 425 das 470 unidades básicas e continua sendo realizada nos Centros de Especialidades Odontológicas, onde eram originalmente produzidos. Para saber quais UBSs têm consultório dentário, basta acessar a plataforma Busca Saúde, clicar em UBSs, Unidades Especializadas e, por fim, em Clínicas Odontológicas.

A produção das peças nas unidades de saúde, de acordo com a secretária executiva da Atenção Básica de Especialidades e Vigilância, Sandra Maria Sabino Fonseca, diminuiu o tempo de espera em um ano e o objetivo é zerar a fila.

“Com o feitio nas UBSs houve uma redução de 50% no número de pessoas que necessitavam do benefício, porque o acesso foi ampliado. Hoje, disponibilizamos esse serviço em todas as unidades que têm o atendimento de odontologia”, enfatiza Sandra.

Aprendizado

Com o aumento expressivo da fila de espera e objetivando diminuí-la, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou a capacitação dos dentistas.

“Os profissionais iniciaram o aprendizado em fevereiro de 2021 e seis meses depois, em agosto, a população começou a ser atendida”, recorda a secretária.

Continuidade

Desta forma, as próteses passaram a fazer parte da rotina de tratamento. As peças são produzidas e disponibilizadas na continuidade das consultas.

“Dar uma prótese para uma pessoa significa melhorar sua qualidade de vida, proporcionar-lhe autoestima, devolução da dignidade e da cidadania, assim como propicia melhores condições de saúde e mais oportunidades de emprego”, elenca a médica.

Nova fase

A vida literalmente voltou a sorrir para a dona de casa Givanilda da Silva, de 44 anos, moradora do Jabaquara, na Zona Sul. Por estar com os dentes quebrados, sentia dores muito fortes e costumava beber para amenizar o incômodo.

“Depois que conheci meu marido abandonei esse hábito e fui incentivada por ele a procurar a UBS Santa Catarina, próxima de nossa casa, onde comecei o tratamento”, conta Givanilda.

A prótese da dona de casa foi solicitada após algumas extrações e, de acordo com ela, todo o processo durou dois meses.

“Tirei os dentes quebrados, fiz o molde e logo recebi minha prótese. Agora posso comer de tudo, o que é ótimo, porque meu marido cozinha muito bem. Pesava 45 quilos e hoje estou com 60kg. Se continuar assim, acho que vou precisar fazer dieta”, diverte-se.

O pedreiro e costureiro Ramon Bernardino Aguilera, 61, morador da Zona Norte, também tem motivos para comemorar.

“Antes não gostava de me olhar no espelho. Tinha muitos dentes estragados. Só não sentia vergonha porque, por conta da pandemia, usava máscara o tempo todo. Na hora do almoço, ia comer longe dos colegas”, recorda-se.

Os dias difíceis também fazem parte do passado da aposentada Sebastiana Fagundes Lemos, 76, paciente da unidade de Saúde da região Norte, assim como Ramon.

“Estava há uns quatro ou cinco anos sem os dentes da frente e com a ponte desgastada na parte de baixo. Machucava muito quando ia comer. Depois que coloquei a prótese passei a me alimentar melhor e engordei 1,5kg. Minha aparência melhorou muito. Não estou tão magra como antes”, explica.