Prefeitura de São Paula realiza vistoria com uso do FWD na São João com a Ipiranga

Equipamento diagnostica se há danos estruturais sem precisar abrir valas nas ruas. A tecnologia é a mais moderna e usada nas pistas dos aeroportos.

Na manhã desta terça-feira (19), um mês após o início do maior programa de recapeamento da história de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes vistoria mais uma etapa do trabalho de recape que antecede a chegada das máquinas para asfaltamento. Pela primeira vez, o uso do FWD está previsto no edital da Prefeitura para os estudos das vias. O equipamento é de alta precisão, capaz de diagnosticar a condição da malha viária nas suas estruturas mais profundas e, dessa maneira, intervir com exatidão nos locais em que essa recuperação se faz necessária. O Secretário Municipal das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, subprefeitos,engenheiros, entre outros, também acompanham a vistoria.

O FWD é usado nas pistas dos principais aeroportos do país dada a precisão que tem em identificar problemas. É composto basicamente por um trailer com “duplo” eixo de rodagem simples, favorecendo a plena distribuição e estabilização da carga total do FWD sobre o revestimento. O FWD apresenta o seguinte princípio de fundamento: um conjunto de pesos é solto em queda livre sobre uma plataforma com amortecedores de borracha e a carga de impacto é transferida para o pavimento por meio de uma placa de carregamento.

O padrão de carga utilizada para rodovias, de acordo com as normas brasileiras, é de 41 KN, podendo ser alterado a critério do cliente, enquanto a faixa de carga do FWD é de 7 a 150 KN, ou seja, pista simples, tráfego leve a pesado e, ainda, pista de aeródromos e de aeroportos internacionais, onde pousam desde Boeing 747 a Airbus A380. Quando submetido a um pulso de carga, o pavimento deforma e uma bacia de deflexão é delineada, e estudada.

As deformações são registradas pelos 14 geofones posicionados em distâncias regulares e padronizadas por norma, os registros são armazenados instantaneamente no HD do equipamento. Essas deformações recuperáveis são chamadas de deflexões, que são analisadas para o melhor serviço nos locais.

O estudo com o uso do FWD é a última etapa para o planejamento da obra de recape. A avenida Ipiranga é uma das vias que integram o programa de recapeamento. O trecho previsto tem uma extensão de 2650 metros e fica entre a Avenida Cásper Líbero e a rua da Consolação.

O Programa
O programa de recapeamento teve início há um mês na cidade de São Paulo, é o maior do país e vai recuperar 5,8 milhões de metros quadrados da malha viária. Nesse programa, as primeiras vias que recebem o asfalto são as usadas pelo transporte coletivo e tem trânsito pesado, entre outros quesitos. Ao todo, 82 vias vão ser contempladas nas 32 subprefeituras.

Outros programa ainda se somam ao programa de recapeamento em curso. Ao todo, 20 milhões de metros quadrados, até 2024, receberão recape, micropavimentação ou a manutenção de pavimento rígido.

Novos recursos tecnológicos no recapeamento e monitoramento viário
Além disso, o Sistema Gaia, desenvolvido em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), substitui o modelo que era seguido aqui na capital para inspeção das condições do asfalto. Através de dispositivos acoplados em 108 carros de aplicativos e táxis parceiros que são capazes de verificar as condições do asfalto e localizar possíveis irregularidades.

O levantamento gera dados que possibilitam o recapeamento segundo a necessidade de cada via e uma maior otimização dos recursos públicos. Se o Sistema Gaia mostrar, por exemplo, que as condições do asfalto são ruins ou péssimas, outros dois equipamentos são usados para medir a ondulação e definir se é um problema estrutural ou superficial.

O monitoramento da condição da camada superficial das vias ocorre por meio de escaneamento da superfície do pavimento, realizado pelo PavScan – Pavement Scanner, que gera imagens em 3D da camada superficial do revestimento asfáltico, permitindo a avaliação das imperfeições e desgastes. Já a avaliação das condições estruturais é por meio do equipamento FWD - Falling Weight Deflectometer (usado em pistas de aeroportos), que permite a identificação da existência ou não das chamadas “bacias de deflexão” no pavimento. Quando constatadas, há necessidade de reparo profundo.

Com a utilização dessas três tecnologias (Pavscan+ FWD+ Sistema Gaia), é possível determinar com maior precisão as soluções necessárias para o pavimento das vias, tanto qualitativa como quantitativamente, sendo possível ainda, conferir maior eficiência aos recursos financeiros dispendidos, com mais economia financeira e de materiais, e mais qualidade. Ao final das execuções, isso pode ser verificado de forma bastante perceptível.