Artigo - Que diferença você faz?

Desde o início da década, venho notando uma mudança nas aspirações dos executivos que entrevisto em minha atividade como headhunter.

Nessas conversas, percebo o interesse deles em buscar um significado maior para a carreira. Com muita satisfação, ouço profissionais de alto nível preocupados em responder a questões como: “Que causas defendo?”, “Que diferença eu faço para a sociedade?”, “Que lições deixei para as pessoas com quem trabalhei?”. Essas perguntas nos remetem ao nobre sentimento de deixar um legado, uma herança. O legado é o conjunto de realizações, sentimentos e atitudes que perpetuam a imagem de um indivíduo. 

Vejo com muito otimismo esse desejo de perpetuação se espalhar entre gerações. Ele obriga alguns profissionais a rever sua história de vida, procurando encontrar fatos e oportunidades em que sua atuação pessoal tenha ajudado diretamente outras pessoas a crescer e a se desenvolver.

Não é preciso estar na posição de líder para fazer a diferença.Fica evidente que estamos vivendo uma era de muita competitividade e, cada vez mais, o diferencial do sucesso está na qualidade, no comprometimento e no desempenho das pessoas que formam o corpo social da empresa. Os executivos que fazem a diferença são aqueles que realmente contribuem para o crescimento dos que estão à sua volta. A complexidade das tarefas exige cada vez mais que as respostas estejam no esforço coletivo. Para conseguir essa superação, as pessoas precisam notar claramente que estão crescendo e se desenvolvendo — a todo o momento.

Por isso cabe sempre perguntar: “Que diferença você faz para os outros?”, “Quem você ajudou a crescer?”, “Que legado você está deixando para o grupo com o qual trabalha?”. 

Veja bem: não é necessário estar na posição de liderança para fazer diferença. O que importa é ter uma atitude permanente de saber ouvir, de elogiar, de ensinar e de perdoar. 

Estas são as ferramentas que você precisa usar para fazer a diferença. São aparentemente simples, mas exigem uma competência fundamental: ter um profundo interesse pelo ser humano.  

(Texto: Por Luiz Carlos Cabrera–Publicado na revisa Você S/A)