Prefeitura vai investir R$ 21 milhões em programa de prevenção contra incêndios

Em Santo Amaro, três comunidades recebem o projeto

Começou a implantação em toda cidade do Programa de Prevenção Contra Incêndios em assentamentos precários (PREVIN). Com investimento previsto de R$ 21 milhões, além de R$ 18 milhões para a instalação de extintores pela Sabesp, 50 locais, espalhados por 21 Subprefeituras, serão beneficiados. Todos os assentamentos foram “diagnosticados” com alta vulnerabilidade para ocorrência de incêndios.

O projeto-piloto está sendo realizado no assentamento Sônia Ribeiro, no Jardim Aeroporto. A comunidade foi selecionada em razão de suas características peculiares: construções irregulares de madeira, ligações clandestinas de água e luz, falta de hidrantes nas proximidades e inexistência de uma cultura de prevenção contra incêndios.

Na comunidade Sônia Ribeiro, 595 moradias já receberam selos de identificação. O local, onde foram instalados hidrantes, já conta com dois zeladores comunitários que terão como função orientar a população sobre ações preventivas, bem como organizar a comunidade para evitar acidentes. Além disso, já foi iniciado o processo para compra de equipamentos de proteção individual (EPI) - o "kit" será composto por uma capa de aproximação, botas, luvas, máscara e capacete com viseira, bem como por uma bomba-costal com capacidade para 20 litros de água, além de carretas de água e pó químico. Neste mês de abril começam as palestras para a população e as lideranças, além de orientação às crianças e adolescentes nas escolas. A ação deve ser concluída ainda no primeiro semestre.

A novidade fica por conta do Projeto Particular de Intervenção que com ao auxilio do Corpo de Bombeiros irá redesenhar o local com o posicionamento dos hidrantes e dos zeladores.

Na Subprefeitura Santo Amaro, outros dois assentamentos também estão sendo beneficiados pelo Programa: o Comando e o Levanta a Saia.

Saiba mais sobre o PREVIN:

Com este programa, a Prefeitura está implantando uma ação conjunta e participativa entre órgãos municipais e estaduais, possibilitando uma atuação mais ágil, rápida e eficiente, para minimizar os transtornos e problemas nestas comunidades. A ação envolve, além da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, outras Secretarias Municipais: Habitação, Assistência e Desenvolvimento Social, Educação, Segurança Urbana, Controle Urbano, Desenvolvimento do Trabalho e Infraestrutura Urbana. Ainda tem a colaboração de SPTuris, Corpo de Bombeiros, Sabesp e Eletropaulo.

 O programa é amplo, conta com etapas de atuação, e prevê ações integradas. A Sabesp, por exemplo, realizará obras para a implantação ou ampliação da rede de hidrantes em local onde exista viabilidade. Para garantir a segurança e a ação rápida em casos de incêndio, a Secretaria da Habitação fará o cadastramento dos domicílios já existentes, contabilizando o número de pessoas, o que agilizará o trabalho das assistentes sociais e os auxílios habitacionais para as vitimas.

 Já a Eletropaulo atuará de forma a identificar e eliminar as ligações clandestinas, os chamados "gatos" ou gambiarras, que podem iniciar incêndios nas comunidades. Além disso, cada Subprefeitura (das comunidades atingidas) ficará responsável por apontar e identificar as escolas públicas na região, cujos alunos do ensino fundamental, ciclos 1 e 2, receberão cartilhas elaboradas pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC), específicas para crianças e jovens, nas quais são apresentadas situações de risco do dia a dia que podem iniciar um incêndio.

Para facilitar o diálogo entre a comunidade e o poder público, cada assentamento terá um representante, o zelador comunitário, que fará parte do Programa Operação Trabalho, da Secretaria Municipal do Trabalho, e receberá R$ 572,25 mensalmente. Todos serão treinados com base no "Manual do Zelador Comunitário e do Grupo de Ação Comunitário", desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros. Até o fim do ano a expectativa é contratar 150 zeladores, para atuação nos 50 assentamentos.

 De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, em agosto de 2010 houve mais registro de ocorrências de incêndios em favelas na cidade, com 53 casos, o que representa um aumento de 35% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Ao todo, foram identificados mais de 320 locais com algum grau de vulnerabilidade quanto à possibilidade de incêndios. Desse total, 50 foram considerados prioritários devido ao grande potencial de risco e foram inclusos no Programa. O cronograma prevê que até o final de 2012 o Previn já esteja implantado nessas 50 comunidades.

A implantação do programa será dividida em quatro etapas. A primeira vai beneficiar 21 locais; a segunda vai implantar as ações em novos 16 assentamentos; a terceira etapa será realizada em 7 comunidades; e na quarta e última etapa serão 6 locais beneficiados. A conclusão do último ciclo está prevista para dezembro de 2012.