Há alguns meses a região de São Mateus tem percebido um grupo de pessoas uniformizadas trabalhando em praças, canteiros, rios e outras áreas públicas. Esses trabalhadores fazem parte da Frente de Trabalho, composta por moradores da própria região.
Essa ocupação possibilitou a esses munícipes participar diretamente dos serviços de limpeza e conservação na região onde moram, dando a eles uma outra visão, percebendo a importância desses serviços para a comunidade e também as dificuldades enfrentadas pelas equipes da Prefeitura em manter a limpeza no bairro, às vezes por conta da indiferença de alguns munícipes que não colaboram com a limpeza.
Como bolsistas do Programa Emergencial de Auxílio-Desemprego, uma iniciativa do Governo do Estado, eles não têm registro em carteira de trabalho. Portanto, o bolsista não terá direito a FGTS, 13º salário, cesta-básica de natal, salário-família e/ou auxílio-desemprego, benefícios do INSS etc.; e também não cria vínculo empregatício entre o bolsista e o Estado. Aos bolsistas serão concedidas bolsas-auxílio e cestas-alimentação mensais durante nove meses
Além do aprendizado de um novo oficio, eles também participam de curso profissionalizante uma vez por semana oferecido pelo programa, acrescentando um item a mais no currículo profissional de cada, alem de possibilitar o retorno ao mercado de trabalho, já que esta frente de trabalho é emergencial e tem contrato de nove meses.
Kátia Cilene Rodrigues de Camargo é moradora do Jd. Esther e ficou sabendo da Frente de Trabalho por meio de uma amiga, se inscreveu numa escola perto de casa e logo foi convocada para participar de reunião na subprefeitura de São Mateus, onde obteve maiores informações sobre o programa. Ela aceitou o desafio e diz ter aprendido muito. "Foi bom porque além do meu salário, tive alguns benefícios pessoais como o convívio em grupo e a possibilidade de aprender uma nova profissão".
Recomeçar foi a palavra de ordem determinada a si mesmo pelo Sr. Benigros de Souza de 56 anos, 7 filhos e desempregado desde 1988. Morador do Jardim Rodolfo Pirani, um bairro muito pobre do distrito de São Rafael, Benigros encontrava muita dificuldade em arrumar emprego,segundo ele, a causa seria sua idade. Com a Frente de Trabalho, ele terá a oportunidade de se atualizar e se preparar para voltar ao mercado de trabalho."Fiquei muito feliz, porque depois de uma certa idade o mercado de trabalho nos fecha a porta, aqui pelo menos vou aprender uma profissão nova e quem sabe arrumar um novo emprego".
O programa Frente de Trabalho em São Mateus foi dividido em duas turmas com 90 pessoas com contrato de nove meses, atuando no corte de grama em praças, canteiros, rios, no plantio de mudas de árvore e no planejamento e execução de jardinagem em espaços e equipamentos municipais.