Julho Amarelo alerta para prevenção e cuidados com as hepatites virais

Rede de Saúde Municipal oferece serviços de diagnóstico, imunização e tratamento aos moradores da capital.

 O Julho Amarelo é o período do ano em que as ações contra as hepatites virais ganham maior visibilidade. A hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada pelo uso de alguns medicamentos, consumo de álcool ou por doenças de etiologia autoimune, metabólica e genética. Quando causada por vírus, recebe o nome de hepatite viral. Assim, durante todo o mês de julho, a sociedade visa conscientizar a população sobre as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento destas doenças.

No Brasil, estima-se que 2,3 milhões de pessoas tenham algum tipo de hepatite. Cerca de 1,5 milhão de brasileiros são portadores do tipo C. Só no município de São Paulo, a estimativa é de que haja 83.087 casos de hepatite C. Nas últimas duas décadas (de 2000 até 2020), foram 32.928 casos da doença descobertos, confirmados e notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

O alerta de prevenção e diagnóstico vale principalmente para as hepatites B e C, que são doenças silenciosas, ou seja, que não apresentam sinais na maioria dos casos. Elas também podem não curar após a fase aguda, evoluindo para doença crônica.

Na hepatite B, 90% dos infectados se curam de forma espontânea, mas se a infecção ocorre nas crianças menores de um ano e não vacinadas ao nascer, o risco de evoluir para forma crônica chega a até 90%. Na infecção pelo vírus da hepatite C, 70 a 80% das pessoas que contraíram o vírus evoluem para doença crônica, que pode progredir para a cirrose hepática.

Formas de transmissão e prevenção

A hepatite A pode ser transmitida por relação sexual desprotegida, água e alimentos contaminados, além do uso de drogas ilícitas. O principal modo de prevenção para este tipo de hepatite é lavar as mãos com água e sabão após ir ao banheiro ou trocar fraldas, antes de comer ou preparar alimentos.

Já as hepatites B e C são transmitidas pelo sangue, podendo ser por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, hemodiálise, procedimentos cirúrgicos e odontológicos em que não se aplicam as normas adequadas de esterilização, compartilhamento de material contaminado no uso de drogas, aparelhos de barbear, aplicação de tatuagens e piercings; da mãe portadora do vírus B ou C para o filho, principalmente durante o parto; e através do contato sexual.

As vacinas contra as hepatites A e B estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de São Paulo. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) destaca que todos os recém-nascidos devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B nas primeiras 24h de vida. Ao todo, são três doses para prevenir o tipo B.

Não existe uma vacina para a hepatite C, mas a doença pode ser evitada ao não se compartilhar seringa, agulha e objetos cortantes (lâminas de barbear, alicates para cutícula etc.) com outras pessoas e ao usar preservativo em todas as relações sexuais.

Diagnóstico

Os portadores de Hepatites B e C podem ser diagnosticados com a realização de Teste Rápido nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), onde também pode ser feito o tratamento da doença. Vale pontuar que a hepatite C tem tratamento seguro e leva a cura em mais de 95% das pessoas tratadas adequadamente.

O Programa Municipal de Hepatites Virais da SMS de São Paulo alerta para a necessidade de realização de teste rápido para descoberta dos casos de hepatite C em todas as pessoas acima de 40 anos, com histórico de transfusão sanguínea antes de 1993, que fizeram ou fazem uso de drogas e que tiveram ou têm relações sexuais desprotegidas.