Central de Monitoramento envolve mudanças técnicas e treinamento das equipes

A partir da assinatura do convênio entre a Prefeitura e a Telefônica, em fevereiro deste ano, vários estudos foram feitos para determinar os locais prioritários para a instalação das câmeras, além das modificações técnicas no prédio da Guarda Civil Metropolitana e o treinamento das equipes.

Assim que o convênio entre a Prefeitura de São Paulo e a Companhia Telefônica foi assinado, no dia 28 de fevereiro, a equipe da Guarda Civil Metropolitana começou o estudo de campo analisando os locais de maior movimentação de pessoas em torno de pontos históricos e culturais e áreas de maior incidência de criminalidade no centro da cidade. Concluído, o projeto foi apresentado para a Telefônica, que se interessou em fazer o patrocínio integral e destinou uma verba de R$ 2,7 milhões. A companhia fez o estudo técnico com sua equipe de Engenharia envolvendo rede, compra, montagem e instalação de equipamentos, importação de câmeras, instalação dos postes e cabos e análise da rede de todas as concessionárias (luz, gás, tv a cabo etc). As câmeras são importadas e custam R$ 25 mil cada uma, já instalada.

A Subprefeitura Sé organizou uma reunião com representantes de todas as concessionárias para apresentar o projeto e pedir apoio. A Eletropaulo, por exemplo, terceirizou e montou um cronograma para disponibilizar a energia necessária nos pontos definidos.

Na central da Guarda Civil Metropolitana, um andar foi preparado para receber os novos equipamentos e profissionais. Na Central de Monitoramento, funcionarão 6 monitores gerais de 42 polegadas com plasma e 14 monitores de 17 polegadas (com disponibilidade para 7 consoles) com capacidade para abrir até 16 quadros de tela, de acordo com a necessidade.

Um supervisor, na mesma sala, acessará todas as imagens e selecionará o que achar conveniente para uma apuração. A ampliação das imagens chega a detalhes como o número da placa de um carro, por exemplo. Somente imagens selecionadas que geraram ocorrências de ordem social, policial e administrativa ficarão arquivadas em CDs por um período de 5 anos. Somente serão reutilizadas no caso de uma requisição judicial em futuras investigações.

Durante o processo, imagens de ocorrências que devem ser verificadas com urgência serão encaminhadas para o controle da Central de Telecomunicações, em uma sala próxima, onde funcionários operam seis monitores de 17 polegadas e 3 consoles que receberão as imagens enviadas.

Essa equipe terá a missão de acionar via rádio o comando operacional no Centro da Cidade e Superintendência de Fiscalização (atua no comércio irregular), membros da Guarda Metropolitana e a Polícia Militar (através do Copom - Comunicação da Polícia Militar), detalhando informações. Quando a ocorrência envolver ação social, será acionada a Secretaria municipal da área.

“Anjos da Guarda” voluntários

O inspetor Ewander Simão de Almeida é coordenador do projeto de monitoramento eletrônico e está entusiasmado com todas as possibilidades que o sistema oferece para dar mais tranqüilidade à vida do paulistano. “Não teremos resultados imediatos, mas tenho certeza que as pessoas se sentirão mais protegidas e poderão resgatar o olhar para a cidade, seus bens culturais, os detalhes de praças e monumentos que foram perdidos na correria e no medo do dia-a-dia.”

Os monitores atuarão como “Anjos da Guarda” da população. “A cidade é nossa, é como a nossa casa que temos que cuidar. Não podemos ser surpreendidos em nossa casa e nem na nossa Cidade. Com o monitoramento 24 horas poderemos prevenir e evitar vários delitos e atitudes, mantendo a tranqüilidade e a harmonia no cotidiano”, afirmou.

Atrás das câmeras, estarão funcionários selecionados para esta primeira etapa de trabalho, todos voluntários que se interessaram pelo projeto e abraçaram a idéia. Eles trabalhavam no policiamento das ruas e estavam afastados por problemas funcionais. Adaptados às novas funções, todos estão participando com muita vontade. A supervisão é feito por três assistentes sociais, uma psicóloga e uma técnica de Educação Física da Divisão Técnica de Saúde da corporação para dar o suporte psicossocial nessa readaptação a um novo trabalho que também envolve atenção constante, tensão e raciocínio rápido,além de desenvolver um conhecimento amplo sobre a Cidade.

Todos receberam um Manual de Procedimentos para que aprendam a reconhecer e evitar o chamado “elemento surpresa”. Estão nesse caso, por exemplo, casos de veículos estacionados em local proibido, veículos parados e com ocupantes diante de um banco, portas de bancos abertas em horários estranhos, pessoas com atitudes suspeitas, início de fumaça, princípios de alagamentos em regiões consideradas de risco no caso de enchentes etc.