Com quantos homens se tapa um buraco?

Acompanhe um dia de trabalho dos homens responsáveis pelo serviço de tapa-buracos

Imagine se, de um dia para o outro, a rua onde você mora ganhasse inúmeros buracos no asfalto, favorecendo o surgimento de poças de água e possibilitando graves acidentes de trânsito. Obviamente, ninguém gostaria de viver uma situação como essa. Exatamente por isso podemos dizer que as áreas que mais necessitam de atenção nas cidades são as vias públicas, uma vez que precisam receber ações constantes de manutenção para garantir a segurança de motoristas e pedestres.

Para a execução dessa função, a Subprefeitura dispõe de duas equipes que se revezam entre os serviços de conservação das ruas e o atendimento aos pedidos dos moradores. Por conta de sua importância crucial para a zeladoria da cidade, a reportagem do Portal da Subprefeitura de Vila Maria/Vila Guilherme acompanhou uma das equipes responsáveis pelas operações tapa-buraco.

O local escolhido pela equipe foi entre as ruas Amambaí e Dom Luís Felipe de Orleans, na Vila Maria, onde também estava acontecendo uma intervenção próxima à sarjeta. “Essa daqui vai levar uns três dias”, comentou Antônio Rodrigues, 40 anos, que coordena uma equipe de 6 funcionários: Valdir, motorista do caminhão e encarregado pelos seus colegas, Rubens e Anderson, que são “rasteleiros”, e Jair, Marcelo e Felipe, ajudantes.

Os rasteleiros, aliás, exercem a principal função da equipe. São eles os encarregados de espalhar o asfalto para deixá-lo liso e uniforme. Mas nada adianta se todos não fizerem sua parte. É possível perceber grande agilidade e entrosamento o grupo. Enquanto os rasteleiros cumprem seu papel, os ajudantes já trazem um carrinho com mais asfalto e os demais cuidam para que não sobre nenhum resíduo na calçada ou sarjeta.

A presteza com que desempenham seu trabalho é impressionante. Talvez isso possa ser explicado pela relação de companheirismo que há entre a equipe. “Eu estou aqui há 18 anos e já trabalho com a mesma equipe há 2 anos”, conta Antônio. “Já fui também rasteleiro. Está vendo ali o Rubens? Fui eu quem o ensinou o serviço”, comenta, apontando para seu colega.

O material utilizado no processo é o asfalto ecológico, produzido através de resíduos de pneu e de outros restos de borracha. Essa ação evita o desperdício desse material, reciclando-o para outro uso.

O clima também é um desafio para esses profissionais. Num dia quente em que a temperatura beira os 35 graus, o calor é ainda maior junto ao asfalto quente. Mesmo assim, o grupo não pode desanimar. Seus trabalhos começam logo de manhã e só terminam quando o caminhão, que pode levar até 11 toneladas de asfalto, fica zerado. Só neste ano, essas equipes taparam mais de 19 mil buracos em toda a região da Subprefeitura. Tamanho esforço é a prova de que trabalhar nas ruas não é tarefa simples, afinal, é preciso muito fôlego para não sucumbir às agruras dessa tão respeitável função.