Artesanato e gastronomia disputam atenção dos freqüentadores do Revelando São Paulo

Confira algumas das boa atrações deste grande festival que acontece no Parque Vila Guilherme/Trote e Mart Center

O Revelando São Paulo chega a sua 15º edição, desta vez com atrativos em dobro. Pelo menos essa é a impressão de Araci Marteli Pepe e Oswaldo Pepe, 70 e 76 anos respectivamente, aposentados, que confessam que o evento superou suas expectativas. “É mais do que a gente esperava, é tudo muito interessante” elogiam os aposentados, que gostaram especialmente de um presépio com movimento. “É tudo muito bem trabalhado, criativo mesmo”, contam. Os aposentados vieram pela primeira vez ao evento neste ano. “Chegamos às 13h00 e iniciamos o passeio pelo local mais recomendado: o rancho tropeiro”, explicam. Ali experimentaram a deliciosa comida típica, que lhes rendeu energia para passear a tarde toda pelo evento.

Quem vai ao Relevando São Paulo não pode deixar de conferir o artesanato belíssimo feito por Washington Cruz Pica Pau, 46. O sobrenome já anuncia seu talento: Pica Pau realiza há 20 anos a arte de talhar madeira, dando as mais diversas formas a elas. Entre os itens, é possível encontrar desde portas entalhadas a mão com temas da fauna brasileira a divertidas placas, feitas sob encomendas para sítios e churrasqueiras. É a porta, no entanto, o item que dá mais trabalho para ser feito. Segundo o artista, são necessários de 35 a 40 dias, trabalhando de 7 a 8 horas diárias para ficar pronta, mas ele salienta: “É penoso, mas eu adoro fazer isso!”. Podem-se encomendar também baús, além de outros itens que são verdadeiras obras de arte. O artista já está em seu quinto ano consecutivo no evento.

Em meio a tamanha diversidade artística, é possível encontrar histórias curiosas de artesãos, como a de Marcos Resende, 46, tecelão que prova que não são só mulheres que sabem fazer um bom crochê. Suas peças, como toucas e cachecóis podem ser úteis no tempo nublado, característico de São Paulo. “Aprendi a técnica olhando minha mãe e minha avó tricotarem, como uma tradição de família”, explica. Seu trabalho fica exposto no estande de Niporanga.

Além desta, outra técnica artesanal que merece atenção é aquela desenvolvida por Cândido Calça, 75, que veio mostrar um pouco de seu trabalho, que aprendeu com o pai, aos 8 anos de idade. Morador de Guararapes, próximo a Mato Grosso, Cândido faz cadeiras e bancos com material artesanal trançado. O trabalho é difícil, e suas mãos calejadas podem confirmar. Às sete da manhã, ele colhe o material natural utilizado nas cadeiras, que é retirado de dentro do rio. Em média, o artesão chega a ficar 12 horas seguidas trabalhando em um só item. “É difícil, a mão dói, mas eu adoro o que eu faço e faço com todo prazer”, revela. Suas cadeiras são encomendadas para serem usadas em casas de veraneio, por serem rústicas e confortáveis.

Quem procura os tradicionais utensílios domésticos feitos artesanalmente pode encontrar no estande de Ilha Comprida artigos diversos e muito bem trabalhados feitos com fibras de banana pintados a mão. Quem realiza este belo trabalho é a artesã Edileusa Maria Ribeiro dos Santos, 42, que já está pelo segundo ano consecutivo expondo seus trabalhos no Revelando.

Presença confirmada há 11 anos no evento, Francisco Vieira dos Santos, 70, mais conhecido como “Chico Santeiro”, chama atenção dos que passeiam pela feira por produzir entalhos em madeiras para decoração em arte sacra, com peças que podem variar de 30 centímetros a 3 metros de altura. “Aprendi tudo sozinho!”, garante. Seu trabalho pode ser conferido no estande Votorantim.

Mas nem só de belas peças artesanais vive o revelando São Paulo. No pavilhão ao lado, 90 espaços de culinária disputam o estômago dos visitantes. Os fanáticos por doces, por exemplo, encontram ali o simpático estande de Ribeirão Corrente, podendo se deliciar com 20 diferentes tipos de doces, entre eles goiabada cascão, rapadura, ambrosia, doce de leite e muitos outros. Compotas, pequenos potes, em pedaços, em barra, de colher, a barraca comandada por Zenaide Aparecida de Andrade, 56 e seu marido Antônio Olavo Pereira, 61, presente pelo quinto ano consecutivo, promete oferecer doces para todos os paladares. Na mesma barraca é possível conferir o peculiar doce feito do miolo do pau do mamão, que é confeccionado por pouquíssimos doceiros e que talvez por isso seja tão gostoso. “É de dar água na boca!”, garantem os cozinheiros.

Em sua programação permanente, o festival Revelando São Paulo conta com 160 espaços de artesanato, 90 espaços de culinária e Rancho tropeiro. A entrada é gratuita. Mais informações no site www.revelandosaopaulo.org.br.