A partir do dia 19 de maio, a Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme realizará ações dentro do “Programa de Combate à Venda Ilegal de Bebida Alcoólica e de Desestímulo ao seu Consumo por Crianças e Adolescentes”. A primeira etapa é a união de esforços entre o poder público e a sociedade civil em palestra realizada no auditório da Subprefeitura com o Dr Luiz Alberto Chaves de Oliveira, coordenador municipal de atenção as drogas. Durante o evento, Dr Laco explica da necessidade de comprometimento das entidades representativas – Conseg, Rotary, Lions, Associação Comercial, entre outras – dos moradores e dos órgãos governamentais para diminuir os números de crianças e adolescentes envolvidos com o álcool e, principalmente, a sensibilização do comércio em geral para proibir a venda de bebidas aos jovens.
Os números são alarmantes. De acordo com recente estudo da ONU, – Organização das Nações Unidas – 46% dos adolescentes entre 14 e 17 anos consomem bebidas alcoólicas. Ainda segundo a UNIFESP – Universidade Federal São Paulo – o início do consumo é cada vez mais cedo: aos 13 anos. O primeiro contato é em casa com a família. A grande tolerância social e a banalização do uso do álcool são os principais fatores para que isto ocorra. Para muitos pais, “beber até cair” não é tão problemático quanto fumar maconha, por exemplo.
O segundo passo é a fiscalização no entorno das escolas, já que para muitos jovens o boteco mais próximo é o ponto de encontro depois do término das aulas. Lá eles passam as tardes bebendo, jogando baralho e conversando. Na pesquisa realizada pela UNIFESP os adolescentes afirmam que bebem para “aliviar as pressões do dia a dia e porque ficam mais extrovertidos e comunicativos”. Os agentes vistores da Subprefeitura irão aos bares e lanchonetes verificar se existe a venda de bebidas alcoólicas e colocar cartazes com a legislação vigente que proíbe o comércio e consumo de álcool por crianças e adolescentes. Se o estabelecimento for pego atuando ilegalmente será multado em até R$ 8 mil (dobrado na reincidência), além de ter cassada a licença de funcionamento na terceira infração.
No entanto, os problemas não param por aí. Em estudo realizado pelo IML – Instituto Médico Legal – em mais de 50% dos acidentes de trânsito fatais o motorista estava embriagado. E, a maioria destas ocorrências são com jovens entre 18 e 24 anos.
Para o subprefeito Antonio Perosa a ação é importante no sentido de diminuir o risco de dependência nos adolescentes. “Temos de nos conscientizar que a bebida alcoólica é uma droga como qualquer outra e pode matar se não fizermos nada para acabar com esta tolerância”, comenta.