Entregue oficialmente em cerimônia concorrida no último sábado (15), o Parque da Integração, que agora passa a se chamar oficialmente Zilda Arns, faz seu percurso ao longo da Faixa da Adutora Rio Claro, na região do Sapopemba, e é considerado o maior parque linear de São Paulo, só perdendo para o Várzeas do Tietê, depois que este estiver pronto. Mas o grande diferencial está na forma como o parque foi concebido, totalmente aberto, uma vez que acompanha a Adutora, e que traz para a população lindeira, o benefício de pistas de caminhada, quadras esportivas, verde, melhoria urbanística e, como lembrou o governador durante a cerimônia de entrega do Parque, mais permeabilidade para o solo na hora das chuvas fortes, o que pode ajudar a combater as enchentes. Mais de 300 mil pessoas serão diretamente beneficiadas.

 

Localizado entre Vila Prudente, Sapopemba e São Matheus, zona leste da cidade, o parque tem 7,5km de extensão e fica sobre a área onde estão aterradas as tubulações da Adutora Rio Claro, da Sabesp, que abastece 1,4 milhão de pessoas e tem 77 quilômetros de extensão, dos quais 22 localizados na capital paulista.

 

O Parque da Integração foi planejado com o objetivo de preservar as faixas de adutoras e garantir à comunidade dos bairros de Sapopemba e São Mateus mais conforto e segurança, além de melhoria na qualidade de vida das comunidades, ao disponibilizar espaços interativos de esporte, lazer e cultura. Além disso, facilitará o deslocamento entre os bairros contemplados e os de entorno, além da formação de área verde - item carente na região. O local do parque é considerado um dos mais quentes da Região Metropolitana de São Paulo.

 

O verde e meio ambiente constitui um dos eixos temáticos do plano de metas da Agenda 2012 da Prefeitura, e a meta da atual gestão é deixar São Paulo com 100 parques no final da gestão - eram 34 em 2005.

 

“Foi uma luta muito grande que tivemos, e que começou em 2008”, comenta Laura Kamisaki, liderança da região e uma das responsáveis pela concretização do Parque da Integração.

Para o secretário municipal do Verde, a população da zona leste é privilegiada: “pudemos sentir a dimensão dessa idéia criativa em viagem de helicóptero que sobrevoou todo o Parque. É um grande ganho ambiental para a zona leste”.

 

A implantação do parque linear era uma antiga reivindicação da comunidade local, que desde 1985, com a duplicação da adutora Rio Claro e o aterramento da vala da Vila Belém, pedia a urbanização da área. A mesma comunidade esteve presente, 25 anos depois, para comemorar a inauguração do parque.

 

 

Na ocasião do evento, diversas atividades foram realizadas no parque, com destaque para a participação do CEU Sapopemba, com atletas e freqüentadores, apresentação da bateria da Combinados do Sapopemba, e o torneio de futebol realizado pela ONG Viva Sapopemba, coordenada por Betinho, e que ao final receberam troféus e medalhas das autoridades presentes, entre elas o prefeito e o governador. Atividades do Clube Escola também aconteceram em toda a extensão do Parque.

O governador assinou o decreto que denomina oficialmente o parque com o nome da médica sanitarista Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e da pessoa idosa. Grande figura das questões sociais no país e em outras partes do mundo, a ponto de ser indicada para o Nobel da Paz, Zilda Arns faleceu no dia 12 de janeiro de 2010, vítima do terremoto que atingiu o Haiti, onde se encontrava para dar uma palestra sobre a Pastoral da Criança.

 

Foram, também, descerradas placas dos dois postos policiais que integram a área do Parque, um no Jardim Grimaldi, outro na R. Juiz de Fora.

No final, houve distribuição de mudas e o plantio de algumas espécies arbóreas, plantadas pelos subprefeitos de Vila Prudente e São Mateus, pelo secretário do Verde, com a presença de funcionários da Sabesp, diretamente envolvidos em todo o projeto do Parque.

 

 

Parque está entre os maiores da cidade

 

 

O Parque da Integração Zilda Arns é o décimo maior parque da cidade de São Paulo, com 224 mil2 de área. O projeto é fruto de uma parceria entre a Sabesp e a Prefeitura de São Paulo, aonde foram investidos R$ 22 milhões de reais.

 

Segundo o relatório apresentado pela Escola da Cidade, entidade responsável pelo desenvolvimento do projeto, os registros de maiores parques lineares pertencem ao Caminho Verde do Rio Platte (Denver, Estados Unidos), com 16 quilômetros, e o da Bacia Hidrográfica do Rio Don (Toronto, Canadá), com oito quilômetros. Contudo, nenhum desses parques foi construído em áreas urbanas densamente povoadas, como é o caso da zona leste da Capital.

 

 

O empreendimento é composto por pista para pedestres, ciclovia, equipamentos esportivos e de lazer para diversas faixas etárias. Também possui bicicletários, bebedouros, sanitários e bases comunitárias para uso da Polícia Militar. O parque é totalmente aberto, sem a colocação de grades, e terá horta comunitária e viveiro de mudas. Para isso, uma série de encontros foi realizado com a comunidade lindeira para que ela própria preserve o ambiente local.