Prefeitura de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo está utilizando tecnologia ecológica e investimentos gerados pela venda de créditos de carbono para construir a Escola de Marcenaria do Parque Anhanguera, em Perus, zona norte. Neste sábado (11), uma equipe da prefeitura vistoriou as obras, cujo projeto inovador foi elaborado em parceria com a Escola da Cidade.

Para dialogar com o ambiente natural do parque, a estrutura foi erguida com troncos de eucalipto certificado. Com construção ecológica, todas as paredes são feitas de taipa, a partir da técnica japonesa tsuchi kabe, em que camadas de uma mistura de barro e capim seco são aplicadas em uma treliça de madeira, entremeadas por tela de juta. O projeto também prevê a economia de energia elétrica, favorecendo a utilização de luz natural.

A edificação abrigará cursos e estágios profissionalizantes gratuitos na área de marcenaria e manejo de resíduos de madeira em áreas verdes, voltados principalmente para os jovens da região. Sua infraestrutura, de cerca de 1.200 m², inclui um amplo galpão para a instalação de bancadas e máquinas como serras, furadeiras e lixadeiras.

Há espaços adequados para o processamento, secagem, beneficiamento, armazenamento e tratamento da madeira. A escola contará ainda com três salas de aula, auditório, refeitório, sanitários, biblioteca, salas de projetos, de produtos e de acabamento, além de cabine de pintura com compressor. Nos vestiários, os chuveiros serão aquecidos por meio da captação de energia solar.

Créditos de carbono
A obra recebe investimentos de cerca de R$ 3,5 milhões, com recursos provenientes da venda dos créditos de carbono do Projeto Bandeirantes de Gás de Aterro e Geração de Energia. Os gases-estufa produzidos pelo aterro sanitário localizado em Perus são captados e transformados em energia elétrica. Cada tonelada de gases poluentes que deixa de ir para a atmosfera gera créditos de carbono, cuja venda arrecada dinheiro para melhorias ambientais na região.

O Parque Anhanguera, com 9,5 mil m², é um dos beneficiados por esses investimentos. O local é rico em fauna com total de 154 espécies, sendo 105 de aves, entre as quais se destacam falcão-de-coleira, acauã, gralha-do-campo, maitaca-de-maximiliano e jacu-açu, este último ameaçado de extinção no Estado de São Paulo. Dentro do parque, a Prefeitura também está finalizando as obras do novo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres.

Fotos

Foto 1 - Escola de marcenaria capacitará jovens da Zona Norte

Foto 2- Projeto é inteiramente ecológico, com uso de recursos provenientes da venda de créditos de carbono

Foto 3 - Operário prepara mistura utilizada nas paredes da construção