Secretaria Especial de Comunicação

Segunda-feira, 7 de Novembro de 2011 | Horário: 17:46
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Saúde oferece atendimento específico a pessoas com deficiência intelectual

O Programa Acompanhante de Saúde da Pessoa com Deficiência está voltado para atender qualquer pessoa portadora de deficiência intelectual. Em pouco mais de um ano de funcionamento, o serviço tem cerca de 1.300 assistidos. Implantado pela Coordenação de Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde, em parceria com a Associação Saúde da Família, o programa desenvolve ações nos domicílios, na comunidade e em unidades de saúde.

“Se não fosse o Programa Acompanhante de Saúde da Pessoa com Deficiência, minha filha estaria em casa, sem orientação, e eu jamais saberia lidar com a situação que estávamos vivendo”. A declaração, emocionada, é da funcionária pública estadual Rosângela Santos, mãe de Franciele Oliveira Santos, 16, que tem deficiência intelectual moderada, caracterizada por atraso no desenvolvimento, dificuldades para aprender, realizar tarefas do dia-a-dia e interagir com o meio em que vive.

 

Ela descobriu o serviço há dez meses, por meio de uma psicóloga colega de trabalho. “Antes de entrar no programa, Fran era muito ansiosa, insegura, tinha sérias dificuldades de aprendizagem e de relacionamento”. Hoje, conta Rosângela, sua filha é outra pessoa. “Ela está mais calma e segura. Faz coisas que antes eu não imaginava que seria capaz, como andar pela Cidade sozinha, usar transporte público, pagar contas em banco com cartão de débito e fazer compras em supermercado”.

 

A adolescente faz curso de informática – foi encaminhada pelo próprio programa – e não tem mais dificuldade para se relacionar. “Minha filha achava que as pessoas a tratavam com indiferença, mas essa cisma foi embora. Ela se acha tão capaz que luta pelos seus direitos”, comemora a mãe.

 

Qualquer pessoa com deficiência intelectual pode ser atendida pelo Programa Acompanhante de Saúde da Pessoa com Deficiência. Em pouco mais de um ano de funcionamento, o serviço tem cerca de 1.300 assistidos.

 

Implantado em maio de 2010, pela coordenação de Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde em parceria com a Associação Saúde da Família (ASF), o programa desenvolve ações nos domicílios, na comunidade e em unidades de saúde. O objetivo é realizar articulações para ampliar a participação social da pessoa com deficiência intelectual, para o desenvolvimento de iniciativa e autonomia na utilização dos serviços disponíveis na região em que mora.

 

A responsável pela Saúde da Pessoa com Deficiência da Secretaria Municipal da Saúde, Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida, explica que o programa oferece suporte às famílias, fortalece os vínculos familiares, avalia as necessidades de saúde da pessoa com deficiência, identifica suas potencialidades e promove ações para o aumento de sua autonomia e maior participação e inclusão na sociedade.

 

“Esse trabalho se integra e complementa as ações desenvolvidas no Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR), que atua na prevenção de deficiências, orientação familiar, acompanhamento e reabilitação, incluindo o fornecimento de órteses e meios auxiliares de locomoção”, afirma.

 

Cosme Cristiano de Andrade Araújo, de 38 anos, é outro exemplo bem-sucedido dentro do programa. Ele tem deficiência intelectual e também motora, anda com dificuldade e não tem coordenação na mão direita. Segundo avaliação de sua mãe, Arimar da Silveira, Cosme Cristiano melhorou quase 100% em relação à época que iniciou no programa.  Ela conta que o rapaz frequentou várias escolas especiais, mas nenhuma surtiu efeito. Arimar conheceu o serviço quando trabalhava em um salão de beleza, por indicação de uma cliente, que era funcionária do programa.

 

“Graças ao Acompanhante de Saúde da Pessoa com Deficiência, meu filho melhorou no relacionamento pessoal e na integração com a sociedade. Hoje ele participa de reuniões e passeios. Apesar de não saber ler e escrever, Cosme Cristiano se expressa tão bem que, às vezes, conduz os encontros”, afirma. Por incentivo da equipe do programa na UBS Santa Cecília, Cosme Cristiano tornou-se pintor. Ele já fez seis quadros. Todos vão compor uma exposição que será montada na unidade em dezembro. “O Acompanhante de Saúde da Pessoa com Deficiência foi a melhor coisa que aconteceu na vida do meu filho”, diz Arimar.

 

Como participar

 

O acesso ao programa ocorre por meio do encaminhamento da Unidade Básica de Saúde (UBS) ao NIR de referência, na região em que ele esteja funcionando. Os interessados em participar são cadastrados e avaliados pela equipe. Depois, são submetidos a um projeto terapêutico, que envolve a participação da família. “Após a avaliação, a equipe elabora uma proposta específica para as necessidades do usuário.

 

Entre as ações desenvolvidas, podemos citar a orientação e o auxílio na reorganização do cotidiano familiar, treino para maior autonomia e independência da pessoa com deficiência, atendimento à família, articulações, suporte e acompanhamento da pessoa a serviços de saúde, espaços de convivência e outros equipamentos da rede municipal”, ressalta a médica Sandra Vieira.

 

Cada uma das 20 equipes do programa é formada por um enfermeiro, um psicólogo, um terapeuta ocupacional e seis acompanhantes. As equipes estão nos NIRs Jardim Guanabara, Tucuruvi, Nossa Senhora Aparecida, Tito Lopes, Tatuapé, Vila Prudente, Santo Amaro, Jardim Marcelo, Parelheiros, Santa Cecília e UBS Sé.

 

O que é deficiência intelectual?

 

Segundo a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual do Desenvolvimento (AAIDD), a doença caracteriza-se por um funcionamento intelectual inferior à média (QI), associado a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades (comunicação, cuidados pessoais, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho), que ocorrem antes dos 18 anos de idade.

 

Alguns sintomas podem ajudar a identificar a deficiência intelectual, como: atraso no desenvolvimento; dificuldades para aprender e realizar tarefas do dia-a-dia e interagir com o meio em que vive; existência de um comprometimento cognitivo, que ocorre antes dos 18 anos e prejudica suas habilidades adaptativas, resultado, quase sempre, de uma alteração no desempenho cerebral, provocada por fatores genéticos, distúrbios na gestação, problemas no parto ou na vida após o nascimento.

 

 

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