Secretaria Especial de Comunicação
Secretaria da Saúde lança cartilha sobre a anemia falciforme e cuidados adequados
Pensando em oferecer mais informações e tratamentos adequados à saúde da população negra, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) lançou recentemente a cartilha Traço Falciforme, Doença Falciforme: tudo o que você queria saber. A publicação trata da doença mais conhecida como anemia falciforme, que é mais incidente na população afro-descendente, além de explicar o que é o traço falciforme.“Quem tem a doença falciforme tem direito a uma melhor qualidade de vida. Para isso, é necessário o diagnóstico precoce, acesso a informações e a tratamento adequado”, afirma Maria Cristina Honório dos Santos, da área técnica da Saúde da População Negra, da Coordenação de Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Mais de dois mil exemplares da cartilha estão sendo distribuídos à população e aos profissionais nas unidades de saúde.
Anemia falciforme
A anemia falciforme é uma doença hereditária, mais comum na população negra ou de ascendência africana. Em recém-nascidos, é descoberta pelo teste do pezinho, feito em todas as maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Em bebês maiores ou adultos, o diagnóstico é feito por meio de um exame chamado eletroforese de hemoglobina. Em 2009, 49 crianças nasceram com a doença na cidade de São Paulo. Em 2010, esse número caiu para 24.
Os sintomas começam a aparecer entre quatro e seis meses de idade. A criança pode ter dor nos braços, nas pernas, nas costas e na barriga. A anemia falciforme também provoca inchaço nas mãos e nos pés, rigidez e dor nas articulações e forte sensação de cansaço – as chamadas crises dolorosas.
Jane Almeida, 33, tem traço falciforme e é mãe de duas meninas que têm a doença. Desde o nascimento, elas foram direcionadas a uma unidade de referência, mais próxima de sua residência, para acompanhamento de tratamento com hematologista. “Com o passar do tempo, fui aprendendo a lidar com a doença. Acredito que saber desde o nascimento e receber orientações seja muito mais fácil do que correr atrás”, afirma.
Foi assim que a servidora pública Alessandra Santana, 30, descobriu que tem a doença falciforme. Desde criança, ao ir ao médico fazer check-up, seus exames sempre apontavam anemia. “Meus pais me davam remédio e nunca voltavam para saber se tinha curado ou não. Durante anos, tomei benzetacil para as dores na perna. Fui descobrir que era falcêmica e a explicação para minhas dores somente no pós-parto da minha primeira filha, aos 18 anos”, relembra. Alessandra, que chegou a fazer transfusões de sangue logo quando identificada a doença, hoje faz apenas controle da anemia com hematologista, pela rede municipal.
Traço x doença falciforme
A cartilha, elaborada pela médica Katharina Nelly T. Melrikoff e com a colaboração da área técnica da Saúde da População Negra – Atenção Básica/SMS, traz informações importantes, como a diferença entre traço e anemia falciforme. Nela, descobre-se que o traço falciforme não é uma doença, não é grave, nem contagioso. Trata-se, apenas, de uma característica hereditária nos glóbulos vermelhos do sangue e não é necessário tomar nenhuma medicação. A estimativa é que mais de 500 mil pessoas no Estado de São Paulo tenham traço falciforme.
A doença ou anemia falciforme é genética e surgiu nas regiões da África, países árabes e Índia e espalhou-se com a migração de escravos. Chama-se falciforme porque os glóbulos vermelhos atingidos ficam deformados e têm a forma de uma foice.
Saúde da População Negra
A área técnica de Saúde da População Negra foi criada em setembro de 2003, para formular ações que promovam a redução das iniquidades em saúde relacionadas à questão racial, reconhecendo as especificidades dessa população.
A partir daí, a área vem desenvolvendo diversas ações com o objetivo de sensibilizar e capacitar os profissionais de saúde, priorizando ações que contemplem agravos, como doenças falciformes e outras hemoglobinopatias, além de hipertensão arterial e diabetes.
Mais informações podem ser obtidas pelo site da Secretaria da Saúde
HAND TALK
Clique neste componente para ter acesso as configurações do plugin Hand Talk