Secretaria Especial de Comunicação
Conferência da Igualdade Racial mobiliza diversos segmentos
A II Conferência está mobilizando os diversos segmentos, que já realizam reuniões plenárias para formar propostas que serão debatidas nos dias 8, 9 e 10 de maio, na Assembléia Legislativa. As inscrições devem ser feitas até 5 de maio.
A II Conferência da Igualdade Racial da cidade de São Paulo está mobilizando diversos segmentos sociais que já realizam reuniões plenárias para formar as propostas que serão debatidas nos dias 8, 9 e 10 de maio, na Assembléia Legislativa de São Paulo.
O evento, promovido pela Secretaria de Participação e Parceria por meio da Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (Cone), tem como objetivo formatar um plano de políticas públicas de igualdade para ser implementado na cidade de São Paulo. As inscrições para a conferência podem ser feitas pelo site da Coordenadoria ou pelo telefone 3113-9745 até o dia 5 de maio.
As vagas remanescentes poderão ser preenchidas a partir das 14h do dia 8 de maio na Assembléia, quando também serão entregues os crachás que garantem o acesso ao plenário e direito à votação. Visitantes receberão pulseiras e podem acompanhar as discussões.
De acordo com a coordenadora da Cone, Maria Aparecida de Laia, a conferência possibilita uma abertura de diálogo com a sociedade civil. "Ela cumpre o papel da gestão municipal em dar uma resposta às desigualdades, discriminações e intolerâncias, criando o espaço e as condições para que haja debate público e diálogo entre todos os segmentos que lutam contra o racismo e as diversas formas de discriminação", afirma a coordenadora.
"A conferência é importante porque ajuda na luta pela conquista da cidadania e inclusão social da comunidade", diz Márcia Yáskara Guelpa, do Centro de Estudos em Resgate da Cultura Cigana (Cersi).
A comunidade cigana promoveu uma plenária no dia 5 de abril. No evento, constataram que, das 40 reivindicações da comunidade que constaram no documento da Primeira Conferência Nacional, apenas uma foi atendida: a declaração do dia 24 de maio como Dia do Cigano Brasileiro. Segundo Yáscara, essa nem era a reivindicação prioritária para a comunidade. "Temos 35 propostas já feitas na primeira conferência, que são viáveis e garantem o acesso à saúde, o combate ao preconceito e a facilidade para retirar documentos básicos".
As propostas retiradas na Conferência Municipal devem ser ratificadas pela Estadual e depois pela Conferência Nacional. Só então passam a ser diretrizes de atuação. Na Conferência Municipal também são eleitos os delegados que participarão da Conferência Estadual.
Independentemente de as propostas serem aceitas ou não em outras esferas administrativas, o que for discutido em São Paulo servirá com subsídio para a construção de um plano de igualdade para a Cidade. "Acho que este será o grande diferencial da Conferência Paulistana", afirma o secretário de Participação e Parceria.
Em toda a Cidade estão sendo realizadas plenárias para a discussão dos temas que serão deliberados na conferência. Nesta sexta-feira, dia 17, será a vez de os judeus se reunirem, na Federação Israelita de São Paulo.
"Estamos recebendo propostas de todo o Estado, vindas da comunidade judaica e de lideranças, com sugestões para a criação de políticas públicas de igualdade", afirma Alberto Milkewitz, diretor institucional da Federação Israelita de São Paulo. Dentre as propostas há questões relativas à memória do Holocausto e ao anti-semitismo.
Milkewitz salienta, porém, que a maioria das propostas veiculadas não dizem respeito diretamente à comunidade judaica. "A sociedade tem uma dívida histórica com as comunidades negra e indígena. Isso tem que ser debatido na conferência".
Ele destaca também que os grupos nômades ciganos têm dificuldades em matricular seus filhos na escola pública ou de serem atendidos em postos de saúde, por não terem comprovantes de endereço.
O mesmo problema e outros mais afetam grupos bolivianos que vivem na Cidade na ilegalidade. "Eles chegam aqui com promessas e são vítimas até de trabalho escravo. A sociedade não poderá fechar os olhos para essas questões, se quisermos construir uma política de igualdade", salienta.
Oriana Jará Maculec, conselheira do Centro de Apoio aos Imigrantes e do Conselho da Defensoria Pública, diz que o mais importante foi ter incluído os imigrantes na proposta de plano de ação, diferentemente do que ocorreu na primeira conferência, em 2004. "É muito importante levar a discussão sobre um segmento grande de imigrantes que ainda não está incluído nas políticas públicas básicas", afirma.
Oriana foi uma das organizadoras da plenária dos imigrantes sul-americanos, que contou com a participação de cerca de 70 pessoas - a maioria jovens. "Foi muito importante porque eles trabalham e vivem clandestinamente e eles próprios puderam apontar o que é mais importante para ser discutido com prioridade: saúde, educação, moradia".
Maria do Rosário Santos, auxiliar de enfermagem de origem indígena, já participou de três plenárias. "É importante que os indígenas estejam incluídos em propostas públicas. A conferência é importante nesse sentido, porque traz para discussão as propostas para que haja essa inclusão", diz. "Fomos um dos primeiros povos a habitar a Terra e hoje não temos nem onde morar. Esperamos que as propostas sejam aprovadas e que atinjam seus objetivos". O objetivo é levar cada vez mais indígenas para essas reuniões.
Deise Benedito, educadora social e presidente do grupo Fala Preta, acredita que a conferência é fundamental para refletir o impacto das políticas públicas em São Paulo e ter um plano que avalie as políticas que temos, as que não temos e as que seriam ideais. "O segmento negro é muito vulnerável. Precisamos enxergar as demandas para propor benfeitorias em São Paulo. É preciso fazer um plano municipal que contemple não só os negros, mas todos os segmentos vulneráveis como as pessoas com deficiência, os gays, os imigrantes e as mulheres", conclui.
O evento, promovido pela Secretaria de Participação e Parceria por meio da Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (Cone), tem como objetivo formatar um plano de políticas públicas de igualdade para ser implementado na cidade de São Paulo. As inscrições para a conferência podem ser feitas pelo site da Coordenadoria ou pelo telefone 3113-9745 até o dia 5 de maio.
As vagas remanescentes poderão ser preenchidas a partir das 14h do dia 8 de maio na Assembléia, quando também serão entregues os crachás que garantem o acesso ao plenário e direito à votação. Visitantes receberão pulseiras e podem acompanhar as discussões.
De acordo com a coordenadora da Cone, Maria Aparecida de Laia, a conferência possibilita uma abertura de diálogo com a sociedade civil. "Ela cumpre o papel da gestão municipal em dar uma resposta às desigualdades, discriminações e intolerâncias, criando o espaço e as condições para que haja debate público e diálogo entre todos os segmentos que lutam contra o racismo e as diversas formas de discriminação", afirma a coordenadora.
"A conferência é importante porque ajuda na luta pela conquista da cidadania e inclusão social da comunidade", diz Márcia Yáskara Guelpa, do Centro de Estudos em Resgate da Cultura Cigana (Cersi).
A comunidade cigana promoveu uma plenária no dia 5 de abril. No evento, constataram que, das 40 reivindicações da comunidade que constaram no documento da Primeira Conferência Nacional, apenas uma foi atendida: a declaração do dia 24 de maio como Dia do Cigano Brasileiro. Segundo Yáscara, essa nem era a reivindicação prioritária para a comunidade. "Temos 35 propostas já feitas na primeira conferência, que são viáveis e garantem o acesso à saúde, o combate ao preconceito e a facilidade para retirar documentos básicos".
As propostas retiradas na Conferência Municipal devem ser ratificadas pela Estadual e depois pela Conferência Nacional. Só então passam a ser diretrizes de atuação. Na Conferência Municipal também são eleitos os delegados que participarão da Conferência Estadual.
Independentemente de as propostas serem aceitas ou não em outras esferas administrativas, o que for discutido em São Paulo servirá com subsídio para a construção de um plano de igualdade para a Cidade. "Acho que este será o grande diferencial da Conferência Paulistana", afirma o secretário de Participação e Parceria.
Em toda a Cidade estão sendo realizadas plenárias para a discussão dos temas que serão deliberados na conferência. Nesta sexta-feira, dia 17, será a vez de os judeus se reunirem, na Federação Israelita de São Paulo.
"Estamos recebendo propostas de todo o Estado, vindas da comunidade judaica e de lideranças, com sugestões para a criação de políticas públicas de igualdade", afirma Alberto Milkewitz, diretor institucional da Federação Israelita de São Paulo. Dentre as propostas há questões relativas à memória do Holocausto e ao anti-semitismo.
Milkewitz salienta, porém, que a maioria das propostas veiculadas não dizem respeito diretamente à comunidade judaica. "A sociedade tem uma dívida histórica com as comunidades negra e indígena. Isso tem que ser debatido na conferência".
Ele destaca também que os grupos nômades ciganos têm dificuldades em matricular seus filhos na escola pública ou de serem atendidos em postos de saúde, por não terem comprovantes de endereço.
O mesmo problema e outros mais afetam grupos bolivianos que vivem na Cidade na ilegalidade. "Eles chegam aqui com promessas e são vítimas até de trabalho escravo. A sociedade não poderá fechar os olhos para essas questões, se quisermos construir uma política de igualdade", salienta.
Oriana Jará Maculec, conselheira do Centro de Apoio aos Imigrantes e do Conselho da Defensoria Pública, diz que o mais importante foi ter incluído os imigrantes na proposta de plano de ação, diferentemente do que ocorreu na primeira conferência, em 2004. "É muito importante levar a discussão sobre um segmento grande de imigrantes que ainda não está incluído nas políticas públicas básicas", afirma.
Oriana foi uma das organizadoras da plenária dos imigrantes sul-americanos, que contou com a participação de cerca de 70 pessoas - a maioria jovens. "Foi muito importante porque eles trabalham e vivem clandestinamente e eles próprios puderam apontar o que é mais importante para ser discutido com prioridade: saúde, educação, moradia".
Maria do Rosário Santos, auxiliar de enfermagem de origem indígena, já participou de três plenárias. "É importante que os indígenas estejam incluídos em propostas públicas. A conferência é importante nesse sentido, porque traz para discussão as propostas para que haja essa inclusão", diz. "Fomos um dos primeiros povos a habitar a Terra e hoje não temos nem onde morar. Esperamos que as propostas sejam aprovadas e que atinjam seus objetivos". O objetivo é levar cada vez mais indígenas para essas reuniões.
Deise Benedito, educadora social e presidente do grupo Fala Preta, acredita que a conferência é fundamental para refletir o impacto das políticas públicas em São Paulo e ter um plano que avalie as políticas que temos, as que não temos e as que seriam ideais. "O segmento negro é muito vulnerável. Precisamos enxergar as demandas para propor benfeitorias em São Paulo. É preciso fazer um plano municipal que contemple não só os negros, mas todos os segmentos vulneráveis como as pessoas com deficiência, os gays, os imigrantes e as mulheres", conclui.
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