Secretaria Especial de Comunicação

Terça-feira, 12 de Maio de 2009 | Horário: 11:00
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Protocolo é assinado para pesquisar quilombo urbano em Pirituba

O ínico das pesquisas na Vila Anastácio, sobre a existência do primeiro quilombo urbano do Brasil, se dará quando o protocolo for assinado, às 11h30 desta terça-feira (12/05), na Secretaria Estadual da Justiça.
O protocolo de parceria a ser assinado às 11h30 desta terça-feira (12/05) entre a Secretaria Municipal de Participação e Parceria (SMPP) e o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), na Secretaria Estadual da Justiça, será a largada para o início das pesquisas na Vila Anastácio, no bairro de Pirituba, sobre a possibilidade de existência de um quilombo urbano, o primeiro do Brasil.

A assinatura deste protocolo iniciará o trabalho que vem sendo investigado desde 2005 tanto pela Prefeitura quanto por órgãos como o Itesp, a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e a imprensa. Se comprovado, será o primeiro quilombo em áreas urbanas conhecido no Brasil e uma possível mudança na nossa História.

O evento contará com a presença do secretário municipal de Participação e Parceria; do diretor-executivo do Itesp, Gustavo Ungaro, e do secretário estadual de Justiça e da Defesa da Cidadania, Luis Antonio Guimarães Marrey.

Após a assinatura dessa parceria, a SMPP e o Itesp trabalharão em conjunto para realizar um diagnóstico sobre a existência de uma comunidade quilombola naquela região. Além dessa parceria, o Ministério Público Federal e a Unesp mostraram interesse em apoiar essas pesquisas.

Segundo o diretor-executivo do Itesp, Gustavo Ungaro, se o resultado for positivo, posteriormente as pesquisas serão ainda mais intensas. "Primeiramente faremos um estudo documental, como registros em cartórios, matérias públicas, entrevistas e reuniões in loco. Após isso, será realizado um levantamento geográfico e cultural de toda a região de Pirituba", explica.

Ainda de acordo com Ungaro, essa primeira fase do estudo será para cumprir o protocolo, que é levantar indícios da existência do quilombo. "Depois de tudo comprovado, haverá outro documento que será analisado e assinado por um antropólogo especialista", comenta o diretor-executivo do Itesp.


Dados históricos

O bairro de Pirituba era o refúgio de negros que escapavam de seus senhores no século XIX. Próximo dali, na rodovia Anhangüera, e perto da Marginal do Tietê, existia a fazenda Anastácio, de propriedade de Domitilia de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos.

Muitos escravos da fazenda Anastácio fugiam pelo mato para o outro lado do rio, na parte alta de Pirituba, onde hoje é a Vila Mangalot, nascendo, assim, um quilombo urbano.

Para Ungaro, esta história é conhecida por muitos moradores da região, entretanto há ainda muito o que pesquisar. "Há poucos fatos realmente comprovados, pois, além da história contada pelas pessoas, existe a própria estrutura do local que é semelhante a dos locais que os negros escolhiam para formar quilombos".

Outra evidência é a grande concentração de população negra na região, principalmente de idosos que vivem no local desde o nascimento, cujas origens as pesquisas devem ajudar a esclarecer.


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