Secretaria Especial de Comunicação

Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009 | Horário: 08:32
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Unidade Rápida de Suporte Avançado dá agilidade ao atendimento

A utilização da Unidade Rápida de Suporte Avançado possibilita que o médico seja liberado logo após o atendimento, caso a situação permita, e deve começar a operar ainda este ano. As motos do Samu devem circular em 2010.
O novo Samu de São Paulo ganha mais do que espaço, pessoal e equipamentos. A modernização trouxe uma metodologia diferenciada com enfoque na melhora e ampliação do atendimento. Entram em ação os socorristas motociclistas, com equipamentos de suporte básico, capazes de se deslocar com mais rapidez e prestar o primeiro atendimento de urgência. O Samu estuda também a utilização de Unidade Rápida de Suporte Avançado (Ursa), que possibilitará que o médico seja liberado logo após o atendimento, sem a necessidade de acompanhar a remoção, caso a situação permita. Essas unidades rápidas devem começar a operar ainda este ano.

Os socorristas do Samu recebem pelo menos 180 horas de treinamento. A diferença entre o profissional que atua no Samu e os médicos, enfermeiros e auxiliares dos postos de saúde e hospitais é que o trabalho exige mais preparo e habilidade física, uma vez que o atendimento é feito em situações adversas. Além da habilitação em saúde, esses profissionais recebem treinamento e preparo físico para enfrentar as mais diversas situações de socorro, uma vez que devem carregar e montar praticamente toda a unidade de atendimento no local do acidente.


Driblando o trânsito

O auxiliar de enfermagem Roberto Carlos Antunes, 46 anos, é um dos primeiros socorristas motociclistas do Samu. Ele já está habilitado e pronto para atuar na região da Armênia, Zona Norte, um dos postos iniciais dessa nova modalidade. Seu desafio é driblar o trânsito para chegar mais rápido ao local do acidente. Mas, ainda que o trabalho exija rapidez, Antunes ressalta que a cautela é a palavra de ordem. “Com a moto, a gente vai tentar costurar um pouco no trânsito para chegar mais rápido, para adiantar o atendimento, até a chegada da ambulância”. Sobre o medo do trânsito da Capital, ele é taxativo: “Eu confesso que tenho um pouco de medo, mas isso ajuda a ter mais cuidado, porque quem não tem medo se arrisca demais. Isso não vai impedir o trabalho”.

As motos do Samu devem começar a operar em 2010. Ao todo, serão 80 motocicletas (20 ficarão reservadas para reposição), e cada equipe sairá em dupla, cada uma com médico e enfermeiro ou auxiliar. Os socorristas carregarão os equipamentos para primeiros socorros, materiais para imobilização, desfibrilador externo automático. A base da Armênia atenderá ocorrências da região da avenida do Estado e da Marginal Tietê. Outra base já está pronta para atuar na região do Campo Belo, Zona Sul, para atender acidentes da região da avenida 23 de Maio.

Com o início das operações da Ursa, o paciente que precisar de remoção será levado pela ambulância após o atendimento médico, acompanhado de um profissional da equipe. Apenas nos casos que houver necessidade de procedimentos especializados o médico seguirá com o paciente. De acordo com o diretor do Samu, Luiz Carlos Wilke, 90% das ocorrências não exigem remoção com a presença do médico. “São os casos do tipo 2 ou 3, que não implicam risco de morte”, explica.

A mudança nos procedimentos possibilitará que o médico socorrista amplie o número de atendimentos, hoje em torno de 6 a 8 por profissional, para entre 12 e 15 casos/dia.


Integração

Outra adaptação que agilizará o serviço do Samu é a integração dos telefones de serviço 192 e 193, dos bombeiros. Isso evitará a duplicidade no atendimento de chamadas e facilitará a recepção da comunicação de acidentes. Os casos destinados a cada central serão encaminhados por uma única ligação. Além da integração das centrais, as ambulâncias do Samu serão equipadas, em breve, com Sistema de Posicionamento Global (GPS) e Localizador Automático de Veículo (AVL). Monitores de plasma poderão mostrar aos gestores da base a situação dos atendimentos. O monitoramento será feito por pessoas com deficiência, considerados profissionais de grande sensibilidade na identificação das situações de maior urgência.


Queda dos trotes

Toda a nova tecnologia do Samu prevê gerenciamento por um sistema inteligente que guardará os dados do atendimento, com geração de estatísticas. Com esses dados será possível mapear os locais de maior incidência por tipo de acidente. O diferencial que vai melhorar ainda mais o serviço é a educação dos usuários. O Samu já reduziu 85% o índice de trotes ao serviço, com a adoção, em 2008, de programa educativo nas escolas. O número de ligações falsas caiu de 81 mil para 12 mil por mês.

A sobrecarga do sistema de recepção de chamadas atrapalha o atendimento real, que muitas vezes custa a vida de pessoas. Outro problema apontado pelo diretor da unidade é o desvio de função do serviço, que não raro é chamado para casos que não são de urgência nem de emergência. Há o deslocamento de médicos e ambulâncias, que bem poderiam estar a serviço do salvamento efetivo, para situações irreais.

Algumas situações podem ser evitadas com alguns cuidados e a observação do tipo de ocorrência que exige atendimento mais rápido do Samu. As emergências atendidas pelo 192 são desmaio, convulsão, problemas cardíacos e respiratórios, trabalho de parto, suspeita de derrame cerebral, acidentes (de trânsito, quedas, choque elétrico, queimaduras graves, etc.), mordida de animais, ferimentos com sangramento intenso, dores fortes (coluna, peito, abdome), fraturas, ferimentos por arma de fogo e arma branca (faca), quadros psiquiátricos em vítimas agressivas, intoxicação, envenenamento.

Antes de chamar o Samu, recomenda-se obter informações sobre o que aconteceu com a vítima, ponto de referência da localização e, se possível, nome, idade e sexo.


Inclusão e sensibilidade no atendimento

Uma oportunidade de inserção social que também serve para humanizar o atendimento prestado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Esse é outro diferencial da nova Central de Operações. Cerca de 150 pessoas com deficiência responderão pela recepção das chamadas telefônicas feitas pela população à central, que é a maior da América Latina.

Todos os atendentes selecionados para o serviço passaram por treinamentos específicos, promovidos pelo Núcleo de Educação do Samu e pela entidade.

“Com essa medida, vamos humanizar o atendimento telefônico, já que passamos a contar com pessoas que vivenciaram situações como as que ocorrem no cotidiano, além de termos também profissionais experientes no grupo. Isso os torna atentos e sensíveis às verdadeiras emergências, o que resultará, inclusive, na redução de saídas desnecessárias das equipes de salvamento”, afirma o diretor-geral do Samu, coronel Luiz Carlos Wilke.

"A Prefeitura trabalha para que São Paulo seja uma das cidades mais inclusivas do mundo. Os portadores de deficiência têm tido diversas oportunidades na Cidade de São Paulo e aqui na central do Samu fazem um trabalho maravilhoso", destaca o prefeito.


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