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Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2007 | Horário: 11:15
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Área contaminada vai virar praça em Pinheiros

A partir desta sexta-feira (09/02), uma área na rua Sumidouro, em Pinheiros, vai ser transformada na praça Victor Civita. A ação vai ser realizada em parceria com a editora Abril, fundada por Civita.
Uma área contaminada, com mais de treze mil metros quadrados, será reabilitada, revitalizada e transformada em praça. A região de Pinheiros começa a ganhar, a partir desta sexta-feira (09/02), a praça Victor Civita, localizada na rua Sumidouro, que será realizada em parceria com a editora Abril e ocupará o espaço onde funcionou um antigo incinerador municipal de lixo.

A editora celebra o centenário de nascimento de seu fundador, que dá nome à praça, e fica encarregada, a partir de agora, a transformar o espaço em equipamento público equipado, com projeto paisagístico e arquitetônico, além de realizar as ações necessárias para reabilitar e revitalizar o local, contaminado no passado pelo processo de incineração do lixo. A nova praça terá playground, espelho d'água, centros para terceira idade e educação ambiental. O prazo para entrega é de 14 meses.

O prefeito e o subprefeito de Pinheiros assinaram o termo de cooperação com o diretor presidente da Editora Abril, Roberto Civita. Agora, a Prefeitura vai fornecer dados, acompanhar e promover ações de aprovação dos projetos e fiscalizações relativas à reabilitação do espaço. As diretrizes para a execução deste trabalho - fixadas em parceria com a Cetesb, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente e a agência alemã de cooperação técnica GTZ - irão nortear as ações promovidas pela editora. Depois que as ações de reabilitação e revitalização do espaço estiverem finalizadas, caberá à Prefeitura confirmar suas condições de uso e liberar o acesso à população.

Estudos realizados no local pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), do governo do Estado, e pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente verificaram que as cinzas da queima do lixo eram enterradas no local, uma prática comum para a época (os fornos funcionaram entre 1940 e 1989), mas que, como se sabe hoje, provoca a contaminação do solo. Foram detectadas quantidades de chumbo, arsênio, níquel, zinco, cobre, cádmio e bário pouco acima dos valores considerados seguros, estabelecidos pela Cetesb.

Nas paredes do incinerador foi constatada a contaminação por dioxinas e furanos, acima dos níveis recomendados. As substâncias são produzidas durante a queima do lixo e, em níveis muito elevados, podem provocar câncer. De acordo com as diretrizes, o solo deverá ser coberto com uma camada de cinqüenta centímetros de solo limpo e as paredes do incinerador serão submetidas a uma raspagem, com destinação adequada para o pó retirado do local. O incinerador da rua Sumidouro foi o segundo da cidade. O primeiro funcionou onde está hoje o cemitério do Araçá e não existe mais.

O terreno, que pertencia à Secretaria Municipal de Serviços, teve seu controle transferido à Subprefeitura de Pinheiros, que atua como gerenciador dos trabalhos. Depois de constatada a contaminação, foi providenciada pela prefeitura a remoção do local de uma cooperativa de triagem de lixo reciclável que atuava no local. O Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), responsável pelo convênio da cooperativa com a Prefeitura e pelo fornecimento dos equipamentos, fez o trabalho de mudança e limpeza da área.

A balança e o compactador foram levados para o novo espaço, provisoriamente instalado numa área da Vila Leopoldina, bem como todos os móveis e equipamentos da cooperativa. A esteira de triagem e o galpão foram desmontados pela Subprefeitura Pinheiros. Um espaço de três mil metros quadrados, antes usado pela Companhia de Engenharia de Tráfego, também foi incluído na nova praça. A unidade da CET foi deslocada para a área da Subprefeitura.

A Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) elaborou as diretrizes do projeto arquitetônico, que prevê, entre outros parâmetros e detalhes, a recuperação do edifício do incinerador e impede que ele seja demolido ou sofra alterações arquitetônicas significativas. A elaboração do projeto final ficou a cargo da editora Abril, de acordo com essas diretrizes. Todos os espaços serão públicos e a editora se compromete a realizar serviços de manutenção no local por dois anos depois de concluída a implantação do projeto.

A praça também deverá ter um centro para a terceira idade, centro de educação ambiental, playground, arena com arquibancada, núcleos de equipamentos esportivos ao ar livre, núcleos de descanso e contemplação, intervenções temáticas, espaço para exposições temporárias abertas, espelho d'água com reservatório de águas pluviais para reuso, iluminação, guarita, administração, gradil, plantio de grama e plantas, pista de caminhada, equipamentos para atividades físicas, área de apoio com sanitários, vestiários, copa e depósito.

Victor Civita, que completaria 100 anos nesta sexta-feira, fundou a Editora Abril no Brasil em 1950. Nascido em Nova York, nos Estados Unidos, descendente de uma família de italianos de Milão, Victor Civita veio ao país um ano antes, para começar a implantar a empresa do irmão, César Civita, fundador da argentina Editora Abril que, assim como a brasileira, entrou no mercado ao publicar uma revista em quadrinhos do Pato Donald, personagem criado e licenciado por Walt Disney. Depois de conhecer a matriz em Buenos Aires, visitou o Rio de Janeiro e São Paulo. Gostou mais da capital paulista. A empresa começou a funcionar numa sala na rua Líbero Badaró, no Centro.


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