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Terça-feira, 29 de Agosto de 2006 | Horário: 10:22
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Corrida dos Carteiros agita ruas da Zona Oeste

No último domingo, eles deixaram a bolsa de cartas de lado e, em uniformes azuis e amarelos mais leves, continuaram contra o tempo; no entanto, o vencedor não é carteiro.
Eles correram vestidos em um uniforme azul e amarelo como de costume. Mas era uma roupa bem mais leve. A enorme bolsa, cheia de correspondências, não era peso dessa vez. O desafio, em vez de sol, chuva, frio ou cães, era um percurso de dez quilômetros por ruas da Zona Oeste.

Era este o perfil da maioria dos mil corredores que largaram às 8h da manhã do domingo (27/08) na Corrida dos Carteiros. Os profissionais dos Correios eram maioria no evento que começou na rua Mergenthaler, em frente ao edifício sede dos Correios. Os dez quilômetros foram alcançados com duas voltas no percurso de cinco mil metros.

Lourival de Jesus é carteiro há 34 anos. O paulistano se preparava para a largada, tentando lembrar o número de corridas que já disputou. Ele diz que sempre teve vontade de correr. “Quando eu tinha uns três anos de Correios, eu comecei a treinar. Participo de várias corridas de rua na cidade”, diz o paulistano, 54 anos de idade. “As partes mais importantes são o treinamento e se manter hidratado. Tanto aqui na corrida, quanto trabalhando na rua”, completa.

Apesar do tempo relativamente frio, os corredores demonstravam animação, que ficou ainda maior depois da largada. Aos nove minutos de corrida, o pelotão de frente, composto com quatro corredores, já cruzava a Avenida Gastão Vidigal.

Com 16 minutos, o primeiro atleta completou cinco quilômetros. Era Luís Carlos Fernandes da Silva. Ele manteve a liderança até o fim, vencendo a prova em 29 minutos e 38 segundos. Entre as mulheres, a mais rápida foi a gaúcha Irlaine Wandscheer que terminou os dez quilômetros em 35 minutos e 33 segundos.

“Estou em uma fase de treinamento muito boa. Eu e meu técnico já esperávamos fazer um bom resultado”, diz Luís Carlos. “Eu estou treinando bem e tive essa importante vitória. Com este tempo, eu tenho grandes chances de ter uma boa marca na meia maratona do Rio de Janeiro e tentar o índice para o Pan”, explica Irlaine. Ela mora e treina em Atibaia. Luís Carlos é baiano, mas mora em São Paulo. Nenhum dos dois é carteiro.

O melhor entre eles foi Paulo Carvalho com o tempo de 32 minutos e 17 segundos. Ele é carteiro há três anos e mora na Zona Leste. “Já corro há seis anos. É a terceira prova dos carteiros de que participo. Fui o melhor em 2004 e o quinto melhor ano passado”, diz. Entre as funcionárias dos Correios, o melhor tempo foi de Maria de Lourdes do Nascimento, 43 minutos e 13 segundos.

Enquanto a maioria dos participantes se preparava para a largada, correndo e se aquecendo, dona Inês Botarelli caminhava tranquilamente, sem demonstrar pressa. “Vou participar da caminhada. Já fiz três cirurgias no coração e o médico sempre recomenda que eu caminhe”, justifica.

Para os inscritos que preferiam uma atividade mais calma, a Corrida dos Carteiros também oferecia uma caminhada de cinco quilômetros, no mesmo percurso. “Eu estou aproveitando a oportunidade”, disse dona Inês.

Muito mais agitado que dona Inês, Reginaldo Okuzaka corria desesperado. Ele foi o último a largar, com cinco minutos de atraso. Mesmo com a desvantagem, o arquiteto conseguiu uma façanha. Ele chegou entre os cinqüenta primeiros. “É a segunda vez que eu participo de uma corrida na minha vida. Eu moro aqui nesta rua mesmo, então fiquei tranqüilo e acabei chegando atrasado”, diz sorrindo.

Apoiada pela Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, a Corrida de Carteiros foi mais uma das seiscentas provas que devem acontecer no município em 2006, segundo estimativas da Comissão Nacional de Corridas de Rua.

Os resultados da corrida estão disponíveis no site da secretaria.


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