Secretaria Especial de Comunicação

Sábado, 9 de Dezembro de 2006 | Horário: 19:54
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Prefeitura e Instituto Sou Da Paz lançam plano para reduzir violência na periferia

Plano de prevenção lançado neste sábado (09/12) no Grajaú (Zona Sul), Brasilândia (Zona Norte) e Lajeado (Zona Leste), com a presença do prefeito, inclui construção de nove Telecentros e dois novos CEUs (Centro Educacional Unificado).
A construção de nove novos Telecentros e dois novos CEUs (Centro Educacional Unificado) foi anunciada neste sábado (09/12) como parte das ações da Prefeitura para o plano piloto de segurança municipal para a cidade de São Paulo, realizado em parceria com o Instituto Sou da Paz. A proposta é contribuir para a prevenção da violência e promoção da convivência harmônica e pacífica em três distritos: Brasilândia (Zona Norte), Grajaú (Zona Sul) e Lajeado (Zona Leste). Participam mais de 100 entidades e estão envolvidas diversas secretarias municipais.

"Hoje foi a apresentação da conclusão da primeira etapa do programa de combate à violência que procura integrar o poder público com a sociedade. Vamos ter mudanças no funcionamento e horários dos equipamentos públicos para que a população possa realizar atividades nas áreas de esporte, lazer e cultura. Vamos construir uma cidade melhor. Os jovens precisam de oportunidades nessas áreas para não se envolver em situações de violência", disse o prefeito.

O plano, desenvolvido em duas grandes etapas, faz parte do projeto São Paulo em Paz, apresentado para a comunidade reunida nos CEUs Navegantes, no Grajaú, Zona Sul; Paz, na Brasilândia, Zona Norte; e Jambeiro, Lajeado, Zona Leste. A primeira consistiu na elaboração de um diagnóstico, em cada um dos distritos, contendo informações quantitativas e qualitativas sobre crimes, violências, programas de prevenção do poder público e da sociedade, equipamentos e serviços públicos e percepções sobre o tema.

A segunda consistiu na elaboração de um Plano Local de Prevenção da Violência e Promoção da Convivência. O processo foi conduzido a partir da realização de grupos de trabalho, territorializados e intersetoriais, onde representantes do Poder Público e da comunidade discutiram e formularam propostas de ação para prevenir violência e favorecer a convivência.

Para se ter uma dimensão da importância do projeto, o bairro do Grajaú, por exemplo, responde, segundo estatísticas, pela quarta maior taxa de mortalidade por homicídio entre homens de 15 a 19 anos. Na Brasilândia, situações de violência, principalmente envolvendo jovens e falta de oportunidade de desenvolvimento são os principais problemas. No Lajeado, além da falta de perspectiva de desenvolvimento para jovens, a violência doméstica envolve mulheres e crianças.

O projeto envolve diversas secretarias municipais, entre elas a de Participação e Parceria, e prevê ações para unir a comunidade. Está prevista a realização de programas e ações esportivas, culturais e de outras naturezas, no período noturno às sextas e sábados, para envolver a população mais vulnerável à violência, em um horário em que a ocorrência dos crimes é mais alta. Também devem ser estimulados programas especiais para promoção da saúde, criação de pólos culturais e promoção de debates e convívio pacífico nas escolas.

Integração

O trabalho de mapeamento realizado em parceria entre a Prefeitura e o Instituto Sou da Paz começou em março deste ano. Os locais foram selecionados de acordo com os registros dos índices de violência, Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) e o potencial de articulação comunitária. Ao longo desses nove meses, foram avaliados dados de cada localidade e elaborado, juntamente com a comunidade, diagnóstico e plano de ações.

O plano contempla três compromissos: promover a convivência pacífica e segura, reduzir o envolvimento de adolescentes e jovens em situações de violência e promover a redução de crimes de maior incidência, com o fortalecimento da força de segurança nessas localidades.

O detalhamento do estudo envolveu diversas áreas e esferas do poder público. Foram pesquisadas estatísticas da violência, mapas do Infocrim, da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, e mapeados os programas e equipamentos públicos. Em cada distrito, os principais desafios foram definidos de acordo com as peculiaridades de cada região. Também foi levado em conta o potencial de articulação comunitária. Entre as metas, está a capacitação da comunidade para ocupar os espaços públicos, estimular a resolução pacífica de conflitos e promover a ocupação pacífica das áreas comunitárias.

O projeto também propõe ações para prevenir a violência e estimular a convivência pacífica nas escolas. O mapeamento dos distritos prevê como meta para o Grajaú a redução da ocorrência criminal e o fortalecimento/ incremento das forças de segurança no distrito. No Lajeado, busca-se a redução da violência doméstica e de gênero e diminuir a incidência de crimes contra o patrimônio. Na Brasilândia, as propostas principais são promover o desenvolvimento de adolescentes e jovens e reduzir a incidência de crimes contra o patrimônio. “O que mais se ouve em relação à violência é reclamação. É necessário agir, mostrar uma nova maneira de encarar a situação. A proposta não é impor barreiras, é a ocupação dos espaços públicos com atividades positivas”, disse Denis Mizne, diretor do Instituto Sou da Paz.

No lançamento dos planos de prevenção da violência, nos três bairros, houve apresentações culturais com grupos musicais da própria comunidade.

Novos equipamentos

As metas para as ações do Projeto São Paulo em Paz deverão ser cumpridas em três novas etapas: seis, 12 e 24 meses. De imediato, as Subprefeituras devem revitalizar praças, reformar unidades de saúde, executar recapeamento e pavimentação para melhorar a estrutura das áreas públicas. Deverão ser implantados em cada um dos distritos: Grajaú, Freguesia/Brasilândia e Lajeado, três novos Telecentros.

Na área da Educação, serão construídos dois novos CEUs, o CEU Parque Paulistano, na Zona Norte, e o CEU Lajeado, na Zona Leste. Na região da Freguesia/Brasilândia, também serão entregues duas novas EMEFs, uma no Jardim Guarani, outra no Jardim Damasceno.

Acompanharam o prefeito os secretários municipais de Participação e Parceria, da Educação, do Verde e Meio Ambiente, e da Coordenação das Subprefeituras, além dos subprefeitos de Capela do Socorro, da Freguesia/Brasilândia, e de Guaianases, e do presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos.

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