Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa

Literatura na Mário: Brás, Bexiga e Faria Lima

Walnice Nogueira Galvão e Luiz Ruffato discutem formação da cidade de São Paulo a partir de obras ficcionais

 

Literatura na Mário: Brás, Bexiga e Faria Lima
16 de março, quarta
19h
Espaço Tula Pilar Ferreira
Rua da Consolação, 94
*É necessário apresentar o passaporte de vacina no momento de entrada à biblioteca.

Neste evento que prolonga e expande os debates em torno da Semana de 22 e o modernismo brasileiro, a crítica literária e professora Walnice Nogueira Galvão e o escritor Luiz Ruffato discutem os livros “Gente Rica: Cenas da vida paulistana” (1912), de José Agudo, e “Brás, Bexiga e Barra Funda” (1927), de Alcântara Machado. Entre outras questões, a conversa aborda o modo como essas obras retratam o processo de formação da cidade de São Paulo no começo do século XX. A mediação fica a cargo da jornalista Lívia Lima.

De um lado, os contos de “Brás, Bexiga e Barra Funda” lançam o leitor no universo cultural e social dos imigrantes italianos da cidade de São Paulo. Escritas num estilo jornalístico, as narrativas registram o cotidiano desses trabalhadores, incorporando a “língua carcamana” que surgia com eles. No livro, a modernidade não está presente apenas nos cenários e nas personagens, mas também no modo cinematográfico de narrar, em que as cenas são separadas por cortes rápidos.

O romance “Gente Rica”, por sua vez, pode ser lido como uma longa crônica satírica sobre a elite paulistana da belle époque. Acompanhados por políticos, advogados e fazendeiros do café, seus protagonistas flanam pela cidade que se moderniza. A narração também se dá por cenas, conduzidas numa linguagem ágil. Para Walnice, que assina o posfácio da obra na nova edição da Chão Editora, o livro é uma das muitas manifestações pré-modernistas ofuscadas pela Semana de 22.

Walnice Nogueira Galvão é professora emérita de teoria literária e literatura comparada da USP, especialista na obra de Guimarães Rosa e Euclides da Cunha. Foi professora visitante em diversas universidades e é autora de vários livros, entre eles a edição crítica de “Os sertões” (2016), “Sombras & sons” (2011) e “Euclidiana: ensaios sobre Euclides da Cunha” (2009, prêmio Academia Brasileira de Letras).

Luiz Ruffato é autor de diversos livros, abrangendo romance, conto, crônica, poesia e ensaio, publicados no Brasil e no exterior. Recebeu, entre outros, os prêmios APCA e Machado de Assis, por "Eles Eram Muitos Cavalos" (1ª ed. Boitempo, 2001), Casa de Las Americas, em Cuba, por "Domingos sem Deus" (Record, 2011), e o Prêmio Internacional Hermann Hesse, na Alemanha (2016).

Jornalista e gestora cultural, Lívia Lima é formada em jornalismo pelo Mackenzie e mestra em estudos culturais pela USP. É uma das fundadoras da empresa jornalística “Nós, mulheres da periferia” e atualmente dirige a programação de audiovisual e tecnologias e artes do Sesc Belenzinho.