Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
Musical “João e Maria” ganha nuances da cultura brasileira
Grupo Pocilgas & Companhia permanece em cartaz no Teatro João Caetano até dia 15 de junho

Com direção de Márcio Araújo, peça ambientada no Nordeste
se aproxima do folclore brasileiro (Foto: Paulo Barbagli)
se aproxima do folclore brasileiro (Foto: Paulo Barbagli)
Por Lidyanne Aquino
Esqueça o estigma da bruxa má, de nariz torto, verrugas e caldeirão. A feiticeira do musical “João e Maria”, que o grupo Pocilgas & Companhia apresenta no Teatro João Caetano, até dia 15 de junho, é bonita e bem arrumada. “Queria reforçar a ideia do feminino brasileiro”, explica Márcio Araújo, roteirista e diretor do espetáculo, interpretado por bonecos. A intenção dele é enfocar essa figura como uma espécie de mentora da jovem Maria.
O conto dos irmãos Grimm é o ponto de partida e Araújo não deixa de explorar o lado mais sombrio da história. Em sua versão, ele se apropria desse universo fantástico para recriar o clássico com marcas da nossa cultura. “Já é uma linguagem minha trazer esses contos de fadas para a realidade brasileira. Claro que são histórias universais, mas quanto mais você as aproxima de cenários nacionais, melhor para instigar o público infantil”, esclarece.
O tema central da obra é a fome, fato que motivou o roteirista a transportar o enredo para uma história de crianças que vivem na seca e precisam sair em busca de comida. Ambientada no Nordeste, a peça traz diversos traços da cultura popular do local. Maria se surpreende ao ter contato com um fogão à lenha e ao notar a ausência de elementos macabros na cozinha da bruxa. Esta explica à menina que, para ela, o poder está no manjericão, no alecrim e em outras ervas facilmente encontradas no Brasil. Dessa forma, Maria aprende a cozinhar para conhecer o potencial desses ingredientes e em que podem se transformar. Entrando em contato com a natureza, a garota começa a valorizar a própria cultura e a sobreviver em meio à fome.
Para aproximar ainda mais o espetáculo do folclore brasileiro, o narrador da história é Boitatá, uma cobra com mais de três metros de comprimento. Outro diferencial da encenação é o acompanhamento musical, ao vivo e sobre o palco, da Orquestra Filarmônica Infantojuvenil de São Paulo, com seus músicos vestidos de cangaceiros e o maestro Daniel Cornejo, de Lampião. Araújo revela que nunca tinha realizado uma montagem de manipulação de bonecos com uma orquestra ao vivo. “Isso exige uma qualidade técnica muito alta dos profissionais. Tivemos que conciliar esses detalhes.”
Serviço: Teatro João Caetano. Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino, Zona Sul. De 3/5 a 1º/6 e dias 14 e 15/6. Sáb. e dom., 16h. R$ 10
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