Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
CCJ promove oficina literária com temática LGBT
Encontros acontecem entre os dias 20 e 23 de maio

Nestas oficinas, são apresentados alguns fundamentos técnicos para o desenvolvimento de obras em estilos lírico (poesia), narrativo (contos e crônicas) e dramático (roteiro para peças de teatro) sobre o universo LGBT (Foto: Wanderlei Celestino)
Por Luísa Bittencourt
Ao se reunir pela primeira vez, em 2010, com o objetivo de discutir e dar início a uma produção voltada à temática LGBT, o coletivo Literatura Travessa deparou-se com a seguinte questão: existe uma literatura específica sobre esse assunto? Com essa dúvida em mente, o grupo, ao ganhar o edital do ProAC de Literatura de 2010, passou a promover inúmeras oficinas do gênero. Este mês, elas acontecem, entre os dias 20 e 23, no ateliê do Centro Cultural da Juventude.
Sob coordenação do dramaturgo Ronaldo Ventura, da atriz Erica Rabelo e do escritor Rafael Pelvin, serão apresentados alguns fundamentos técnicos para o desenvolvimento de obras em estilos lírico (poesia), narrativo (contos e crônicas) e dramático (roteiro para peças de teatro). “A ideia é passar orientações técnicas de como construir a estrutura narrativa dentro da temática LGBT. E o contrário também: como utilizar essa temática dentro de uma narrativa”, explica Ventura.
Partindo da análise literária de escritores consagrados, assim como de uma produção mais independente voltada ao segmento LGBT, o dramaturgo esboça uma resposta à questão inicial: “Analisamos alguns elementos e símbolos e concluímos que existe, sim, uma literatura característica: um teatro totalmente lésbico ou uma poética gay, que é específica daquele ser humano, assim como existe uma poética masculina, feminina e hétero”. Para Ventura, Clarice Lispector, por exemplo, é extremamente feminina, não no sentido da “fêmea”, mas o ser humano mulher é muito claro em sua narrativa. “Já Ernest Hemingway é masculino, não no sentido de um Rambo, mas de uma poética masculina”, declara. Ventura destaca, porém, que as oficinas, assim como as produções literárias, não são voltadas somente ao público LGBT. Segundo ele, a ideia é não fechar o nicho. “O fato de uma novela ter um casal gay faz dela uma novela voltada somente a esse público? Impede que héteros a vejam? Não. Impede que gostem? Não. Posso ser gay ou não e gostar ou não. Queremos promover a cultura gay para um público não LGBT e uma produção não LGBT para a cultura literária gay.”
Os encontros têm dado frutos. Em 2011, foi lançado pelo Grupo Editorial Scortecci o livro “Armários de vidro”. A obra reúne textos de Rafael Pelvini, Rafael Valim, Karina Santos, organizados por Erica Rabelo após uma série de oficinas. De acordo com Ventura, outras produções estão por vir a partir de novos encontros.
Serviço: | +16 anos. 20 vagas por dia. Inscrições a partir do dia 6 na recepção do CCJ ou pelo site www.inscricoes.ccj.art.br . Centro Cultural da Juventude – ateliê. Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte. Tel. 3984-2466. Próximo do Terminal de Ônibus Cachoeirinha. De 20 a 23, das 18h às 21h. Grátis
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