Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa

Quinta-feira, 15 de Maio de 2014 | Horário: 16:25
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Diretor situa “Carmen” nos anos da revolução industrial

O Theatro Municipal recebe a temporada até o dia 11 de junho
Cenários são inspirados em edificações da segunda metade dos anos 1800 da cidade de Sevilha que existem até os dias atuais


Por Gilberto De Nichile

O diretor Filippo Tonon promete uma concepção bem original para a ópera “Carmen”, do francês Georges Bizet, que será apresentada a partir do dia 29 no Theatro Municipal. Assim, o encenador italiano situou a obra dentro do contexto da revolução industrial espanhola, iniciada poucos anos antes da estreia da ópera em Paris, no ano de 1875.

Segundo o cenógrafo espanhol Juan Guillermo Nova, a ideia de Tonon é pertinente. “Foi com a revolução industrial que as mulheres começaram a poder sair de casa, trabalhar, ganhar seu dinheiro e se liberar um pouco da dependência em relação aos homens. Carmen, com seu temperamento livre e desimpedido, pode ser vista como uma precursora do feminismo.”

Para conceber os cenários, Nova inspirou-se em edificações daquela época que ainda existem em Sevilha (Espanha), cidade na qual se desenvolve a trama. “Afastando-nos um pouco do romantismo e folclore das montagens tradicionais, optamos por uma versão mais ‘verista’, na qual, no primeiro ato, em vez da fábrica de cigarros, há uma área de convivência de operários e populares. O segundo ato é uma taverna estilizada; o terceiro, um lugar ermo na periferia da cidade; e o quarto se passa diante de uma arena de touros em reforma e inacabada.”

O tenor paulistano Thiago Arancan, que se reveza com o carioca Fernando Portari no papel de Dom José, diz que o personagem que interpreta é o mais complexo da trama. “Procuro levar ao público as variações de humor que ocorrem no ingênuo soldado durante os quatro atos: a bipolaridade entre o amor da romântica Micaela e a passional Carmen, a alegria da conquista, a decepção pela rejeição, o ciúme doentio e, finalmente, o assassinato da cigana e a condenação à morte.”

A montagem é acompanhada pela Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico Municipal de São Paulo, sob a regência do maestro também espanhol Ramón Tebar, com a participação de solistas nacionais e estrangeiros.

Antecedendo a estreia, Irineu Franco Perpétuo, jornalista e professor da história da música, fala sobre a ópera, no dia 24, às 17h, no salão sobre do Municipal. 

Serviço: | +10 anos. Theatro Municipal de São Paulo. Pça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro | Bilheteria: 3397-0327, de 2ª a 6ª, das 10h às 19h, ou até o início do espetáculo. Sáb., dom. e feriados, das 10h às 17h, ou até o início do espetáculo. Nos concertos aos domingos, às 11h, aberta excepcionalmente às 9h; Ação Educativa: 3397-0382 (visitas monitoradas). Ópera. Dias 29, 31/5, 3/6, 5, 7, 10 e 11, 20h. Dia 1º/6 e 8, 18h. R$ 40 a R$ 100; Palestra. Salão nobre. Dia 24, 17h. Grátis
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