Secretaria Municipal de Esportes e Lazer
Judô paralímpico no CE Mooca é referência nacional e internacional
Dentre todos os 46 Centros Esportivos distribuídos por São Paulo, um deles se destaca por seu apoio e infraestrutura a atletas paralímpicos de judô, o CE Mooca. Com cerca de 67 mil m² e uma gama variada de atividades oferecidas, como futebol, tênis, pista de skate, pista de BMX e piscina, o Centro Esportivo é um dos maiores da cidade.
Sua história com o judô começa nos anos 70, quando diversos atletas deficientes auditivos procuraram o equipamento em busca de aulas e suporte adequado. A partir desse primeiro movimento, foi nos anos 80 que o CE marcou seu nome na história. O judoca Eduardo Sabonavaite, deficiente auditivo e participante das aulas, sagrou-se bicampeão mundial de judô na sua categoria.
Logo após a conquista, as turmas foram ganhando mais reconhecimento, e em 1989 o primeiro aluno cego ingressou nos tatames do Centro Esportivo da Zona Leste. Dado o primeiro passo, outros atletas deficientes visuais também começaram a participar, com um total de 15 atletas em pouco tempo. E a fama do CE não ficava somente em São Paulo, em 1991, o espaço sediou o segundo Campeonato Brasileiro para cegos da história.
A partir desse momento, o CE já estava inserido no cenário nacional e mundial, porém após o analista e professor de judô Jaime Bragança, atleta desde 1982 no Centro Esportivo Mooca, assumir a coordenação das aulas, a inclusão se ampliou, e atletas cegos e com baixa visão começaram a fazer parte do quadro de turmas. Com muito trabalho e títulos, o dojô conseguiu em 2013 uma parceria com a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais, sendo um dos pólos de treinamento para atletas que disputam os jogos paralímpicos. "É uma grande satisfação poder ver os atletas que passam por aqui evoluírem e atingirem altos níveis como a seleção brasileira", completa Jaime.
Entre os principais nomes ligados ao CE Mooca estão Lúcia Araújo (medalhista paralímpica em Londres, Rio e Tóquio), Alana Maldonado (ouro em Tóquio e campeã mundial), Rebeca Silva, Brenda Freitas e Rosi Andrade, todas com conquistas expressivas em campeonatos mundiais recentes. Atletas como Harlley Arruda, Erika Zoaga e Elielton Oliveira também têm utilizado o espaço como base de preparação para eventos internacionais, incluindo os Jogos Paralímpicos de Paris, 2024. A atuação do CE Mooca não se limita a conquistas individuais, ele tem sido peça chave para a liderança do Brasil no cenário mundial do judô paralímpico, especialmente após o desempenho histórico no Mundial de Astana em 2025, onde o país bateu recorde de medalhas.
Além de todas as conquistas, a Seleção Brasileira de judô paralímpico conquistou, em outubro de 2025, resultados expressivos no Grand Prix da IBSA, realizado em Gizé, no Egito, uma das etapas mais importantes do circuito mundial da modalidade. Entre os 19 atletas que representaram o Brasil na competição, 10 deles utilizam a estrutura oferecida pela SEME no Centro Esportivo da Mooca como base de treinamento.
Desse grupo, cinco judocas subiram ao lugar mais alto do pódio: Alana Maldonado, Brenda Freitas, Felipe Amorim, Lúcia Araújo e Rebeca Silva, todos com passagens pela última edição dos Jogos Paralímpicos, realizada em Paris. Três deles, Alana, Felipe e Rebeca, são os atuais campeões paralímpicos em suas respectivas categorias, consolidando o protagonismo do pólo paulistano no cenário internacional do judô paralímpico.
Texto: João Bueno | jbcastro@prefeitura.sp.gov.br
Foto: Rafaela Panzutti | rbertolotti@PREFEITURA.SP.GOV.BR
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