Subprefeitura Freguesia Brasilândia

Quinta-feira, 10 de Julho de 2025 | Horário: 14:18
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Primeiro trem da Linha 6-Laranja passa pela Brasilândia e marca novo capítulo na mobilidade da Zona Norte

Na madrugada desta terça-feira (8), a população da Zona Norte de São Paulo testemunhou um marco histórico: o primeiro trem da futura Linha 6-Laranja do Metrô foi transportado por via terrestre até o pátio Morro Grande, cruzando a região da Freguesia do Ó e a Brasilândia. A composição, ainda coberta por lonas, foi flagrada sobre carretas especiais ao longo da Avenida Edgar Facó. O momento simboliza o início oficial da fase de testes operacionais do ramal, reforçando que, após anos de expectativa, o metrô na Brasilândia está se tornando realidade.

A Linha 6-Laranja será um importante eixo de conexão entre a Zona Norte e o Centro de São Paulo. Com 15 estações distribuídas ao longo de 15,3 quilômetros totalmente subterrâneos, o novo ramal ligará a Brasilândia até a estação São Joaquim, na Linha 1-Azul, passando por bairros como Freguesia do Ó, Perdizes, Higienópolis, Pacaembu e Bela Vista. A obra é considerada a maior em andamento atualmente no Brasil no setor de infraestrutura urbana.

A operação da linha está sob responsabilidade da concessionária LinhaUni, formada pela Acciona, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo. O projeto é parte de uma Parceria Público-Privada (PPP), com investimento estimado em R$ 15 bilhões. O objetivo é transportar cerca de 633 mil passageiros por dia e reduzir o tempo de viagem entre a Brasilândia e o Centro de São Paulo de mais de uma hora para apenas 23 minutos.

Os trens da nova linha estão sendo fabricados pela multinacional Alstom na planta de Taubaté, no interior paulista. Cada composição contará com seis carros interligados, com capacidade total para mais de 2 mil passageiros. Os modelos são equipados com ar-condicionado, sinalização em tempo real, sistema de operação automatizada (GoA4, o mais avançado do mundo), Wi-Fi, câmeras de segurança, áreas acessíveis para pessoas com deficiência e monitores informativos. Ao todo, a frota terá 22 trens, que devem ser entregues até o final do segundo semestre de 2025.

Outro avanço importante é que 19 quilômetros de trilhos já foram instalados, e a infraestrutura das estações segue em ritmo acelerado. Os túneis cavados por quatro tuneladoras (conhecidas como "tatuzões") já estão praticamente conectados em todo o trajeto. A estação Brasilândia será o ponto de partida da linha, e a previsão atual é de que o trecho entre Brasilândia e Perdizes entre em operação até o final de 2026. A extensão até São Joaquim, que inclui a estação Saracura/14-Bis — atualmente com obras suspensas devido a escavações arqueológicas e revisões estruturais —, tem entrega prevista para 2027.

Além de oferecer uma alternativa rápida e segura ao transporte público da região, a Linha 6 também proporcionará integração com outras linhas do metrô e da CPTM, como a Linha 1-Azul (em São Joaquim), a futura Linha 4-Amarela (em Higienópolis-Mackenzie), e a Linha 7-Rubi (em Água Branca). Essa conectividade ampliará significativamente o acesso ao transporte de qualidade para moradores da Zona Norte e Oeste da cidade.

Após anos de paralisações, atrasos e incertezas, a chegada do primeiro trem à Brasilândia representa mais do que um avanço técnico: é um símbolo da inclusão da periferia no mapa da mobilidade moderna de São Paulo. A expectativa da comunidade local é alta, e a movimentação atual reforça o compromisso com a entrega de um projeto que tem potencial para transformar a vida de milhares de paulistanos.

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