Subprefeitura Lapa
Pesquisa ISA Capital 2024 traz panorama atualizado sobre saúde dos paulistanos
Neste mês de outubro, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) divulga os primeiros resultados do Inquérito de Saúde da Cidade de São Paulo, o ISA Capital, cujos resultados devem nortear a criação de novas políticas públicas e o aprimoramento das existentes na área da saúde nos próximos anos.
Desenvolvido em conjunto pela Coordenadoria de Epidemiologia e Informação (CEInfo) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e a Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP/USP), o ISA Capital é uma minuciosa pesquisa realizada com mais de 5.000 munícipes para conhecer o estado de saúde, hábitos de vida e uso de serviços de saúde pela população da capital.
Esta é a quarta edição do inquérito, que foi realizado anteriormente nos anos de 2003, 2008 e 2015. De agosto de 2023 até dezembro de 2024 foram realizadas 5.472 entrevistas com residentes no município de São Paulo, sendo considerados quatro públicos: adolescentes (10 a 19 anos de idade), adultos do sexo masculino (homens de 20 a 59 anos de idade), adultos do sexo feminino (mulheres de 20 a 59 anos de idade) e idosos (pessoas com 60 anos ou mais). A pesquisa cobriu as seis Coordenadorias de Saúde do município de São Paulo: norte, centro, oeste, sudeste, sul e leste.
“O ISA Capital é fundamental para conhecermos melhor a realidade das famílias que vivem na cidade de São Paulo. A cada nova pesquisa, os resultados servem como uma bússola precisa para nortear as políticas públicas já implementadas e dar diretrizes a novos programas e linhas de cuidado. Ele é um diagnóstico não apenas para tratarmos doenças, mas principalmente para promovermos saúde com ações preventivas, voltadas ao perfil de cada região da cidade, com suas necessidades e especificidades”, avalia o secretário municipal da Saúde, o médico Luiz Carlos Zamarco.
Resultados mostram evolução no diagnóstico de doenças crônicas
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam hoje um dos maiores desafios da saúde pública. Entre elas, destacam-se o diabetes e a hipertensão, condições fortemente associadas às transformações epidemiológicas e nutricionais que vêm ocorrendo no Brasil e em diversos países.
Em relação à hipertensão, o ISA Capital 2024 aponta que 26,3% dos respondentes com mais de 20 anos afirmaram ter recebido diagnóstico da doença; no ISA anterior, em 2015, esse percentual era de 23,2%, em 2008 era 21,7% e no primeiro inquérito, em 2003, era de 17%. Entre os idosos com mais de 60 anos, 58,5% afirmaram ser hipertensos.
Em nível nacional, o inquérito Vigitel, do Ministério da Saúde - que realiza entrevistas telefônicas com moradores das capitais e do Distrito Federal - registrou o aumento da proporção de adultos (acima de 18 anos) diagnosticados com hipertensão. Em 2023, 27,9% da população adulta apresentava a condição, contra 22,6% em 2006, início da série histórica.
No que diz respeito ao diabetes, 11% da população da cidade de São Paulo com mais de 20 anos afirmou ter recebido diagnóstico, em comparação a 7,7% em 2015, 6,4% em 2008 e 4,7% em 2003. Nas pessoas com mais de 60 anos, de acordo com o ISA Capital 2024, a incidência da doença chega a 28,2%. Já na edição de 2023 do Vigitel, o inquérito do Ministério da Saúde, 10,2% dos moradores das capitais e distrito Federal com mais de 18 anos referiram o diagnóstico de diabetes.
De acordo com a Divisão de Cuidados às Doenças Crônicas da SMS, de setembro de 2024 a setembro deste ano, foram realizados 114.742 diagnósticos de hipertensão e 80.165 de diabetes mellitus tipo II na Atenção Primária da rede municipal. No total, o número de diagnósticos na capital chega a 1.832.597 pessoas para hipertensão arterial e 892.637 para diabetes mellitus tipo II.
Prevenir
Na rede municipal de saúde, prevenir, diagnosticar e tratar as DCNTs é uma estratégia prioritária que se inicia nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com a atuação das equipes Multi, que reúnem profissionais como enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos, agentes comunitários de saúde e farmacêuticos, entre outros.
Na frente da prevenção, todas as 479 UBSs da capital contam com grupos voltados à prática de atividades físicas e orientações, inclusive nutricional, além de realizar busca ativa e encaminhamento para consultas e exames, sempre que necessário.
Aliadas da promoção da saúde também são as práticas integrativas e complementares em saúde, as Pics, presentes em mais de 90% das UBSs, que proporcionam à população o acesso a práticas e terapias da medicina tradicional chanceladas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como acupuntura, auriculoterapia, meditação, fitoterapia, dança circular, yoga, aromaterapia, massoterapia, práticas corporais chinesas, homeopatia e terapia comunitária integrativa, entre outras. Só em 2024, os equipamentos da rede municipal ofereceram 715.911 sessões individuais e coletivas de Pics.
Diagnosticar e tratar
Para aprimorar a assistência, o diagnóstico e o controle das principais DCNTs além de promover mais qualidade de vida à população paulistana, a SMS está implementando nas UBSs o Cantinho Cuidando de Todos, um espaço equipado para aferição de pressão arterial, medição de peso e altura (com balança digital e estadiômetro), além de fitas métricas e outros instrumentos. O Cantinho também possui uma versão móvel, um kit que pode ser levado a diferentes pontos do território, permitindo ações externas e alcançando munícipes que não costumam frequentar as unidades de saúde.
Ações como esta, além do protocolo de busca ativa, vigilância contínua e o trabalho das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), promovem um aumento do número de diagnósticos da hipertensão, uma doença de evolução silenciosa.
No caso do diabetes, depois dos testes rápidos e outras formas de dianóstico, a SMS promove o Programa de Automonitoramento Glicêmico (Pamg), que acontece em todas as UBSs da capital. O programa, iniciado há 20 anos, fornece aos pacientes diagnosticados insumos como tiras, lancetas e seringas, além de orientação para o automonitoramento glicêmico, uma vez que o controle da glicemia e de outras condições clínicas é necessário para prevenir ou retardar a progressão do diabetes. Por meio do suporte ao tratamento adequado, o Pamg já beneficiou cerca de 400 mil pacientes desde que o seu início.
Clique aqui para acessar a edição com os primeiros resultados do ISA Capital 2024.
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