Secretaria Municipal da Saúde

Sexta-feira, 25 de Julho de 2025 | Horário: 14:00
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​​​​​​​Primeira turma do Programa de Residência Médica da cidade de São Paulo completa 50 anos

Em cinco décadas, programa de residência da cidade formou mais de 7 mil profissionais

Ciente da íntima relação entre uma residência de excelência para uma boa prática médica, Leandro Bezerra Dorigo optou por fazer o programa de residência médica em ortopedia e traumatologia no Hospital Municipal Doutor Cármino Caricchio, localizado no Tatuapé: “O hospital é amplamente reconhecido como um centro de excelência em formação, oferecendo uma estrutura robusta e uma equipe de preceptores extremamente capacitados, além de proporcionar aos residentes uma intensa vivência prática e teórica”, afirma.

Já o médico José Carlos Ingrund fez parte da história do hospital do Tatuapé tanto quanto o hospital fez parte da sua: começou como residente na turma de 1979, depois passou seus ensinamentos como preceptor e, por fim, ocupou o cargo de diretor. Ao todo, ficou 46 anos no Hospital do Tatuapé. Saiu da unidade apenas em 2025, quando se quando se tornou secretário executivo de Atenção Hospitalar (SEAH).  Para ele, o ensino é um valor essencial da profissão médica: “Você tem que aprender medicina e passar para as outras pessoas”.

A cidade de São Paulo tem uma longa história de formação de médicos: em julho de 2025, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) celebra meio século desde a primeira turma do Programa de Residência Médica da cidade, ocorrida após o decreto municipal Nº 11.162 de 23 de Julho de 1974, que instituiu o sistema de residências nas unidades médicas da capital. A formação de especialistas em saúde tem sido um dos pilares da atuação da capital. Nestes 50 anos, mais de 7.300 médicos residentes foram formados nas unidades vinculadas à pasta, contribuindo diretamente para o fortalecimento da assistência à população. 

A residência médica é um curso de pós-graduação para médicos que proporciona especialização em áreas específicas da medicina. Os programas são gerenciados pelo Ministério da Educação (MEC), com regulação e supervisão da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). A carga horária da residência médica é de 2.880 horas de aula e treinamento por ano, com atendimento em plantões, emergências, ambulatórios de especialidades e acompanhamento dos pacientes, sempre supervisionados por especialistas.

O ensino fortalece a assistência
O médico Adnan Neser foi o preceptor da primeira turma do programa de residência médica, da especialidade de cirurgia geral, no Hospital do Tatuapé: “O melhor jeito de formar um profissional da área médica para que possa contribuir para a sociedade é com a residência”. Além disso, para ele, ter um programa de residência foi vital para que o hospital se tornasse uma referência na cidade, já que o programa de ensino exige protocolos para a realização de procedimentos muito bem definidos e seguidos à risca, uma vez que o objetivo é formar profissionais dentro das melhores práticas.
Dessa forma, São Paulo foi se consolidando como um polo formador de profissionais da saúde, antes mesmo do decreto presidencial Nº 80.281, de 05 de setembro de 1977, que regulamentou a residência e criou a Comissão Nacional de Residência Médica.

Atualmente, o programa é coordenado pela Divisão de Ensino e Serviço (DES), setor responsável por todas as Residências em Saúde da SMS. Vinculada à Escola Municipal de Saúde (EMS), a DES atua em conformidade com as diretrizes das comissões nacionais de residência médica e residência multiprofissional, garantindo a qualidade e a regularidade dos programas.
Hoje a cidade conta com 56 programas de residência médica distribuídos em 33 especialidades, com um total de 777 médicos residentes matriculados. O município conta ainda com oito Comissões de Residência Médica (Coreme) e uma Comissão de Residência Multiprofissional e Área Profissional da Saúde (Coremu), responsáveis por acompanhar e aprimorar os processos de formação em seus respectivos campos.

Além da residência médica, a SMS também oferta residências multiprofissionais e em áreas profissionais da saúde. Ao todo, são 4 programas multiprofissionais e 4 em áreas específicas, abrangendo 11 categorias profissionais:  Biologia, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional — das 15 categorias profissionais permitidas em Portaria Interministerial nº 16 de 22 de dezembro de 2014. O objetivo é proporcionar qualificação prática e especializada nos diversos níveis e redes de atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

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