Secretaria Municipal da Saúde

Sexta-feira, 15 de Agosto de 2025 | Horário: 11:00
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Agosto Dourado: Leite materno é o melhor alimento para o bebê até os seis meses de idade

Introdução alimentar nos dois primeiros anos de vida é gradativa e deve respeitar as etapas de crescimento e desenvolvimento da criança
A imagem mostra um grupo de mulheres reunidas em um palco, cada uma segurando um bebê vestido com beca dourada e chapéu de formatura. Algumas crianças também seguram diplomas simbólicos. Ao fundo, há uma decoração com arco de balões nas cores rosa, azul e dourado, com um painel circular central. As mulheres e bebês estão sorrindo, sugerindo um clima de celebração, possivelmente de um evento de formatura simbólica para os bebês. À direita, sobre uma mesa coberta por toalha rosa, há um urso de pelúcia

Formatura de bebês que completaram seis meses de amamentação exclusiva na UBS Jardim da Conquista III, em São Mateus (Acervo/SMS)

Amamentar exclusivamente nos primeiros seis meses de vida é mais do que nutrir a criança. O leite materno é o primeiro contato do bebê com a alimentação de verdade e, segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno pode protegê-lo de diversas doenças, reduzindo em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis.

O ideal é manter a amamentação até os dois anos ou mais. Até os seis meses, o bebê não precisa ingerir nem água, pois o leite materno supre todos os nutrientes e a hidratação necessária.

A partir do 6º mês, o leite deixa de fornecer todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento, e o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, do Ministério da Saúde, recomenda a introdução de alimentos in natura.

Essa fase, além de representar descobertas para o bebê, pode promover hábitos saudáveis para toda a família. Para estimular o paladar da criança, é importante apresentar uma variedade de alimentos: feijões, cereais, raízes, tubérculos, frutas, legumes e verduras.

A partir dos 6 meses, a criança também deve começar a ingerir água filtrada entre as refeições, mas atenção, as crianças nessa idade podem não verbalizar a sensação de sede, sendo importante oferecer água. A melhor dica para monitorar a hidratação é observar a cor da urina: se estiver clara indica uma boa hidratação.

Na ausência de água potável é possível utilizar o hipoclorito de sódio a 2,5% (misturar duas gotas da solução de hipoclorito para cada litro de água e aguardar 30 minutos), busque a UBS mais próxima da sua casa para averiguar a disponibilidade deste. Na falta do hipoclorito, é necessário filtrar e ferver a água por cinco minutos.

Outros sabores
Durante a introdução alimentar, os alimentos amassados e picados ajudam a criança a se acostumar com diferentes consistências até aprender a mastigar. Esse processo é progressivo e inclui alimentos amassados, ralados, desfiados ou em pedaços pequenos.

Os ingredientes devem ser oferecidos separadamente no prato, para que a criança reconheça sabores e texturas e para facilitar a identificação de possíveis alergias.

Frutas frescas como banana, abacate, manga, laranja, pera e maçã devem ser raspadas ou amassadas, dando preferência a ofertar as frutas in natura em vez de sucos. 

A papa salgada deve conter os diversos grupos alimentares:

- Cereais ou tubérculos: arroz, macarrão, batata, mandioca, mandioquinha ou cará;
- Vegetais: como abóbora, brócolis, cenoura;
- Proteínas: leguminosas como o feijão, lentilha e grão de bico, ovo (gema cozida dura e firme), carne, frango ou peixe.

Os ingredientes podem ser amassados com garfo e temperados com ervas frescas, sem adição de sal. Atenção à higiene das mãos de quem prepara e serve os alimentos, além das mãozinhas da criança.

Mesmo nessa fase, o leite materno segue sendo o principal alimento do bebê.

A introdução gradativa de alimentos deve sempre ser feita com acompanhamento de um pediatra ou nutricionista, que irá ajustar tipos e quantidades conforme o bebê.

Os alimentos podem ser os mesmos consumidos pela família, adaptados na consistência e com pouca gordura, sal e temperos. Essa pode ser uma oportunidade para toda família integrar em sua rotina alimentos in natura, e menores quantidades de uso de sal, gorduras e açúcar. 

Comer junto estimula o interesse do bebê e torna as refeições mais prazerosas.  É importante respeitar os sinais de fome e saciedade da criança, não se deve insistir nem forçar para ela “limpar o prato”, isso pode prejudicar sua habilidade de controlar o apetite e levar ao ganho de peso excessivo.

Também é preciso acompanhar a saúde bucal da criança, a cárie nos dentes de leite pode causar dor e prejudicar a mastigação e até a fala. 

A melhor maneira de saber se a quantidade de alimentos consumida está adequada é avaliar o crescimento, o peso e a altura na curva registrados na Caderneta da Criança. Se o crescimento e o desenvolvimento estiverem adequados é sinal de que a alimentação está adequada, por isso a importância de acompanhar o crescimento e o desenvolvimento com profissionais da saúde. 

A quantidade de refeições e leite humano a ser ofertado depende principalmente da idade em meses da criança, ofertando aos 6 meses um papa salgada e duas papas de fruta; e dos 7 aos 11 meses duas papas salgadas e uma de fruta, com aumento mensal gradativo de quantidade; a partir dos 12 meses a criança tende a estar apta a realizar seis refeições ao dia, mantendo o consumo de leite humano. O Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos disponibiliza opções para montagem de refeições com sugestões de quantidades conforme faixa etária. 

Se a criança não estiver mais sendo amamentada, o ideal é buscar recomendação profissional sobre a substituição do leite humano e quantidade, sendo preferível o uso de fórmula infantil adequada ao desenvolvimento, contudo, em casos de criança alimentadas com leite de vaca, este deve ser modificado com diluição em água adequada à faixa etária e avaliação de profissionais de saúde quanto a necessidade de suplementação de vitaminas e minerais. 

Açúcar só após os dois anos
Não é indicado usar sal ou açúcar nas refeições de crianças com menos de 2 anos. Evite mel e qualquer tipo de açúcar (refinado, mascavo, demerara, cristal, rapadura ou melaço), bem como alimentos processados e ultraprocessados como biscoitos, bolos e bebidas e iogurtes com açúcar. Os adoçantes não são recomendados para crianças.

Segundo o Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, o bebê não deve comer alimentos ultra processados, como chocolates, salsichas, sorvetes, biscoitos, sucos de caixinha ou em pó, refrigerantes ou molhos prontos, pobres em nutrientes e ricos em corantes e conservantes, e deve-se evitar as papinhas infantis industrializadas.

O paladar do bebê está em desenvolvimento e ele pode se acostumar com o excesso de gordura, o sabor doce ou salgado destes alimentos, contribuindo para um hábito alimentar ruim, o que pode causar obesidade ou outros problemas de saúde ainda na infância.
 

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