Secretaria Municipal da Saúde
Agosto Dourado: Leite materno é o melhor alimento para o bebê até os seis meses de idade

Formatura de bebês que completaram seis meses de amamentação exclusiva na UBS Jardim da Conquista III, em São Mateus (Acervo/SMS)
Amamentar exclusivamente nos primeiros seis meses de vida é mais do que nutrir a criança. O leite materno é o primeiro contato do bebê com a alimentação de verdade e, segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno pode protegê-lo de diversas doenças, reduzindo em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis.
O ideal é manter a amamentação até os dois anos ou mais. Até os seis meses, o bebê não precisa ingerir nem água, pois o leite materno supre todos os nutrientes e a hidratação necessária.
A partir do 6º mês, o leite deixa de fornecer todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento, e o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, do Ministério da Saúde, recomenda a introdução de alimentos in natura.
Essa fase, além de representar descobertas para o bebê, pode promover hábitos saudáveis para toda a família. Para estimular o paladar da criança, é importante apresentar uma variedade de alimentos: feijões, cereais, raízes, tubérculos, frutas, legumes e verduras.
A partir dos 6 meses, a criança também deve começar a ingerir água filtrada entre as refeições, mas atenção, as crianças nessa idade podem não verbalizar a sensação de sede, sendo importante oferecer água. A melhor dica para monitorar a hidratação é observar a cor da urina: se estiver clara indica uma boa hidratação.
Na ausência de água potável é possível utilizar o hipoclorito de sódio a 2,5% (misturar duas gotas da solução de hipoclorito para cada litro de água e aguardar 30 minutos), busque a UBS mais próxima da sua casa para averiguar a disponibilidade deste. Na falta do hipoclorito, é necessário filtrar e ferver a água por cinco minutos.
Outros sabores
Durante a introdução alimentar, os alimentos amassados e picados ajudam a criança a se acostumar com diferentes consistências até aprender a mastigar. Esse processo é progressivo e inclui alimentos amassados, ralados, desfiados ou em pedaços pequenos.
Os ingredientes devem ser oferecidos separadamente no prato, para que a criança reconheça sabores e texturas e para facilitar a identificação de possíveis alergias.
Frutas frescas como banana, abacate, manga, laranja, pera e maçã devem ser raspadas ou amassadas, dando preferência a ofertar as frutas in natura em vez de sucos.
A papa salgada deve conter os diversos grupos alimentares:
- Cereais ou tubérculos: arroz, macarrão, batata, mandioca, mandioquinha ou cará;
- Vegetais: como abóbora, brócolis, cenoura;
- Proteínas: leguminosas como o feijão, lentilha e grão de bico, ovo (gema cozida dura e firme), carne, frango ou peixe.
Os ingredientes podem ser amassados com garfo e temperados com ervas frescas, sem adição de sal. Atenção à higiene das mãos de quem prepara e serve os alimentos, além das mãozinhas da criança.
Mesmo nessa fase, o leite materno segue sendo o principal alimento do bebê.
A introdução gradativa de alimentos deve sempre ser feita com acompanhamento de um pediatra ou nutricionista, que irá ajustar tipos e quantidades conforme o bebê.
Os alimentos podem ser os mesmos consumidos pela família, adaptados na consistência e com pouca gordura, sal e temperos. Essa pode ser uma oportunidade para toda família integrar em sua rotina alimentos in natura, e menores quantidades de uso de sal, gorduras e açúcar.
Comer junto estimula o interesse do bebê e torna as refeições mais prazerosas. É importante respeitar os sinais de fome e saciedade da criança, não se deve insistir nem forçar para ela “limpar o prato”, isso pode prejudicar sua habilidade de controlar o apetite e levar ao ganho de peso excessivo.
Também é preciso acompanhar a saúde bucal da criança, a cárie nos dentes de leite pode causar dor e prejudicar a mastigação e até a fala.
A melhor maneira de saber se a quantidade de alimentos consumida está adequada é avaliar o crescimento, o peso e a altura na curva registrados na Caderneta da Criança. Se o crescimento e o desenvolvimento estiverem adequados é sinal de que a alimentação está adequada, por isso a importância de acompanhar o crescimento e o desenvolvimento com profissionais da saúde.
A quantidade de refeições e leite humano a ser ofertado depende principalmente da idade em meses da criança, ofertando aos 6 meses um papa salgada e duas papas de fruta; e dos 7 aos 11 meses duas papas salgadas e uma de fruta, com aumento mensal gradativo de quantidade; a partir dos 12 meses a criança tende a estar apta a realizar seis refeições ao dia, mantendo o consumo de leite humano. O Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos disponibiliza opções para montagem de refeições com sugestões de quantidades conforme faixa etária.
Se a criança não estiver mais sendo amamentada, o ideal é buscar recomendação profissional sobre a substituição do leite humano e quantidade, sendo preferível o uso de fórmula infantil adequada ao desenvolvimento, contudo, em casos de criança alimentadas com leite de vaca, este deve ser modificado com diluição em água adequada à faixa etária e avaliação de profissionais de saúde quanto a necessidade de suplementação de vitaminas e minerais.
Açúcar só após os dois anos
Não é indicado usar sal ou açúcar nas refeições de crianças com menos de 2 anos. Evite mel e qualquer tipo de açúcar (refinado, mascavo, demerara, cristal, rapadura ou melaço), bem como alimentos processados e ultraprocessados como biscoitos, bolos e bebidas e iogurtes com açúcar. Os adoçantes não são recomendados para crianças.
Segundo o Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, o bebê não deve comer alimentos ultra processados, como chocolates, salsichas, sorvetes, biscoitos, sucos de caixinha ou em pó, refrigerantes ou molhos prontos, pobres em nutrientes e ricos em corantes e conservantes, e deve-se evitar as papinhas infantis industrializadas.
O paladar do bebê está em desenvolvimento e ele pode se acostumar com o excesso de gordura, o sabor doce ou salgado destes alimentos, contribuindo para um hábito alimentar ruim, o que pode causar obesidade ou outros problemas de saúde ainda na infância.
HAND TALK
Clique neste componente para ter acesso as configurações do plugin Hand Talk