Secretaria Municipal da Saúde

Segunda-feira, 11 de Agosto de 2025 | Horário: 11:00
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Amamentar, um ato - e uma atitude - para além do aleitamento

No Agosto Dourado, experiência de mãe “do coração” transcende a maternidade biológica

A história da dona de casa Thais Moura Barros, 33, ainda emociona os profissionais de saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Mitsutani, mesmo após nove anos. Na época, com o falecimento de sua cunhada pouco depois de dar à luz, Thais manifestou o desejo de amamentar a sobrinha recém-nascida, Evelyn, e sua atitude envolveu os profissionais de saúde do Hospital Municipal do Campo Limpo e da UBS, que a conduziram ao longo de todo o processo.

“Perguntei as profissionais de saúde se era possível eu amamentá-la. Ao saber da possibilidade, fiquei extremamente feliz e tive muito apoio”, diz Thais. Assim, Evelyn, que pode ser amamentada pela mãe biológica por algumas horas, recebeu da tia um amor profundo - o mesmo que Thais, mãe de uma menina de 9 anos, havia guardado para os dois filhos que perdeu, prematuramente.

Para poder amamentar, Thais fez uso de um medicamento para estimular a prolactina, hormônio secretado pela adeno hipófise que tem como função principal a produção de leite pelas glândulas mamárias. “Em uma semana comecei a produzir leite. Minha sobrinha já estava fazendo o uso da mamadeira com pouco tempo de vida”, relembra.

A imagem é dividida em duas partes, lado a lado, mostrando momentos diferentes de uma mãe e sua filha.  À esquerda, a cena é mais antiga, com qualidade levemente desfocada. A mãe, mulher negra, cabelos pretos presos para trás e usando um casaco vermelho sobre uma blusa verde, segura nos braços um bebê enrolado em um cobertor rosa com detalhes brancos. Ela olha para a câmera com um leve sorriso.  À direita, em uma foto mais recente e nítida, a mesma mãe aparece com os cabelos soltos e cacheados, vestindo uma blusa azul com mangas de tule transparente e bolinhas brancas. Ao seu lado, está a filha, agora crescida, com pele morena, cabelos longos trançados e vestindo uma camiseta branca estampada com as palavras “EIS-ME AQUI” em amarelo, acompanhada de uma saia preta. A menina abraça a mãe, e ambas sorriem para a câmera. O fundo tem uma decoração com flores de papel e a palavra “Mãe” escrita em rosa.
Thais Moura Barros e sua filha Evelyn.

Translactação
No início, para auxiliá-la na amamentação, a equipe da UBS, que é gerenciada pela Einstein Hospital Israelita, adotou a técnica da translactação, que utiliza uma sonda ou seringa para fornecer o leite ao bebê através do mamilo, quando este tem dificuldades em sugar ou a mãe tem baixa produção láctea. A sonda conduz o leite de um recipiente (como uma mamadeira ou copo) para a boca do bebê, enquanto este suga na mama, o que estimula a produção láctea e auxilia a resolver problemas de pega do bebê. “Funcionou, meu peito ficou bem volumoso”, conta a dona de casa.

A enfermeira Jerusa Costa dos Santos, que integra a equipe da UBS Jardim Mitsutani, conta que a bebê experimentou o sabor do amor no seio de uma mulher “desconhecida”, capaz de fazer brotar leite para alimentá-la e ampará-la. A profissional acompanhou o pré-natal da mãe biológica; o processo de translactação da mãe adotiva e até hoje presta assistência longitudinal à família.

A UBS Jd Mitsutani mantém a amamentação como um de seus pilares na promoção da saúde. A Unidade é pioneira na implantação de “Cabine de Amamentação” equipada com conforto, privacidade e frigobar, à disposição das colaboradoras lactantes, além de manter uma sala de amamentação para as pacientes que frequentam o serviço.

Thais amamentou a sobrinha durante 4 meses. Evelyn é fruto de uma Atenção Primária à Saúde comprometida com a vida em sua plenitude. Atualmente, Evelyn, uma menina saudável e ativa, está com 9 anos. A tia, que tem sua guarda junto com o marido, se considera sua mãe do coração.

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