Secretaria Municipal da Saúde
Amamentar, um ato - e uma atitude - para além do aleitamento
A história da dona de casa Thais Moura Barros, 33, ainda emociona os profissionais de saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Mitsutani, mesmo após nove anos. Na época, com o falecimento de sua cunhada pouco depois de dar à luz, Thais manifestou o desejo de amamentar a sobrinha recém-nascida, Evelyn, e sua atitude envolveu os profissionais de saúde do Hospital Municipal do Campo Limpo e da UBS, que a conduziram ao longo de todo o processo.
“Perguntei as profissionais de saúde se era possível eu amamentá-la. Ao saber da possibilidade, fiquei extremamente feliz e tive muito apoio”, diz Thais. Assim, Evelyn, que pode ser amamentada pela mãe biológica por algumas horas, recebeu da tia um amor profundo - o mesmo que Thais, mãe de uma menina de 9 anos, havia guardado para os dois filhos que perdeu, prematuramente.
Para poder amamentar, Thais fez uso de um medicamento para estimular a prolactina, hormônio secretado pela adeno hipófise que tem como função principal a produção de leite pelas glândulas mamárias. “Em uma semana comecei a produzir leite. Minha sobrinha já estava fazendo o uso da mamadeira com pouco tempo de vida”, relembra.
Translactação
No início, para auxiliá-la na amamentação, a equipe da UBS, que é gerenciada pela Einstein Hospital Israelita, adotou a técnica da translactação, que utiliza uma sonda ou seringa para fornecer o leite ao bebê através do mamilo, quando este tem dificuldades em sugar ou a mãe tem baixa produção láctea. A sonda conduz o leite de um recipiente (como uma mamadeira ou copo) para a boca do bebê, enquanto este suga na mama, o que estimula a produção láctea e auxilia a resolver problemas de pega do bebê. “Funcionou, meu peito ficou bem volumoso”, conta a dona de casa.
A enfermeira Jerusa Costa dos Santos, que integra a equipe da UBS Jardim Mitsutani, conta que a bebê experimentou o sabor do amor no seio de uma mulher “desconhecida”, capaz de fazer brotar leite para alimentá-la e ampará-la. A profissional acompanhou o pré-natal da mãe biológica; o processo de translactação da mãe adotiva e até hoje presta assistência longitudinal à família.
A UBS Jd Mitsutani mantém a amamentação como um de seus pilares na promoção da saúde. A Unidade é pioneira na implantação de “Cabine de Amamentação” equipada com conforto, privacidade e frigobar, à disposição das colaboradoras lactantes, além de manter uma sala de amamentação para as pacientes que frequentam o serviço.
Thais amamentou a sobrinha durante 4 meses. Evelyn é fruto de uma Atenção Primária à Saúde comprometida com a vida em sua plenitude. Atualmente, Evelyn, uma menina saudável e ativa, está com 9 anos. A tia, que tem sua guarda junto com o marido, se considera sua mãe do coração.
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