Secretaria Municipal da Saúde

Formação de profissionais multiplicadores para política de saúde de pessoas LGBTIA+ nos territórios do Município de São Paulo

Secretaria Municipal da Saúde - LGBTIA+

Contrato: O Município de São Paulo desde agosto de 2023 conta com uma Política Pública de Saúde Integral da População LGBTIA+ no âmbito da rede de atenção à saúde. As experiências diárias nos revelam o desconhecimento dos profissionais, causando acolhimento desqualificado, violação de direitos e baixa adesão dessa população aos serviços de saúde. A ideia de trabalhar com multiplicadores é compartilhar a política municipal para a maioria dos profissionais da rede de atenção à saúde do município de São Paulo (AMA, AE, CAPS Adulto, CAPS AD, CAPS IJ, CECCO, CR Dor, CEO, CER, CR PICS, CRST, CSE, CTA, Hospitais, Prontos Socorros, SAE, SAMU, UBS, UPA, URSI, UVIS, Coordenadorias Regionais (CRS), Supervisões Técnicas (STS), Escolas de Saúde). Esses serão beneficiados com a ampliação de conhecimento sobre a temática e poderão contribuir na construção de diretrizes e estratégias para o desenvolvimento de ações educativas em saúde nos serviços do SUS e erradicar situações de discriminação e preconceito nos serviços de saúde. A longo prazo, a população LGBTIA+ será beneficiada porque os trabalhadores e os serviços de saúde estarão mais qualificados para o cuidado.

Objetivo Geral: 

  • Instrumentalizar pessoas trabalhadoras da gestão das STS, serviços de saúde e instituições parceiras para realizar multiplicação da política de saúde da população LGBTIA+. 

Objetivos Específicos: 

  • Facilitar o acesso da população LGBTIA+ às unidades de saúde.
  • Abordar as práticas de cuidados a serem oferecidas nos serviços e saúde da SMS.
  • Diminuir a evasão da população LGBTIA+ das unidades de saúde.
  • Dar visibilidade das necessidades específicas dessa população.

A ideia da formação de multiplicadores surgiu numa das reuniões ordinárias do Comitê Técnico de Saúde Integral LGBTIA+ e foi uma sugestão que agradou a todos. A partir disso criou-se um grupo de trabalho composto por profissionais de SMS, CRS, STS, Escola Municipal de Saúde e sociedade civil para elaborar e organizar a capacitação.
A capacitação foi realizada em maio, junho e setembro/25, num único encontro de 4 horas, em seis turmas, e as vagas foram distribuídas de acordo com o nº de STS por CRS. No total participaram das capacitações 258 profissionais da saúde e 11 dos Centros de Referência LGBTI+ da SMDHC.
Toda metodologia utilizada tinha como objetivo discutir a aplicabilidade nos territórios do conteúdo e dos recursos pedagógicos utilizados o que estimulava os participantes a fazerem conexões com suas próprias experiências nos territórios, promovendo uma aprendizagem mais prática e contextualizada. A avaliação extremamente positiva mostrava que as ações estavam gerando impacto e motivando os participantes a replicar e adaptar as informações em suas próprias regiões, alinhar fluxos e articular recursos do próprio território. Ao final de cada capacitação ficou pactuado que criaríamos um grupo de e-mail para manter os multiplicadores sempre atualizados e que cada interlocutor da POP LGBTIA+ das CRS organizaria o trabalho na sua coordenadoria/STS. Há também uma proposta para um encontro de todo o grupo em dezembro para relatarem as dificuldades e compartilharem as experiências. Essas são excelentes estratégias para fortalecer a rede de trabalho, compartilhar avanços e superar desafios.
O grande desafio será a multiplicação da Política Pública de Saúde Integral da População LGBTIA+ no âmbito da rede de atenção à saúde, pois isso exige organização da CRS em conjunto com as STS e os multiplicadores. O preconceito e a discriminação contra a população LGBTIA+ nas unidades de saúde ainda são desafios importantes que precisam ser enfrentados. Essas atitudes podem se manifestar de várias formas, como atitudes preconceituosas por parte de profissionais de saúde, falta de respeito às identidades de gênero e orientações sexuais, ou até mesmo negligência no atendimento. Isso pode gerar um ambiente inseguro e desrespeitoso, dificultando o acesso dessa população aos serviços de saúde, além de impactar negativamente sua saúde física e mental. Promover a capacitação dos profissionais, sensibilizar sobre a diversidade e garantir um atendimento humanizado são passos essenciais para combater essas formas de preconceito e garantir direitos iguais a todos. 
Capacitar um grupo de profissionais de saúde com a temática LGBTIA+ traz várias lições valiosas!  Primeiramente, aprendemos a importância de promover o respeito e a empatia no atendimento, criando um ambiente mais acolhedor e seguro para todos. Essa formação ajuda a desconstruir preconceitos e estereótipos, mostrando que o conhecimento e a sensibilização são essenciais para oferecer um cuidado de qualidade. Além disso, percebemos que a educação contínua é fundamental para garantir que os profissionais estejam atualizados e preparados para atender às necessidades específicas da população LGBTIA+, contribuindo para a redução de desigualdades e discriminações no sistema de saúde. Por fim, essa experiência reforça que investir na formação e sensibilização dos profissionais é um passo importante para promover direitos humanos e garantir uma atenção mais inclusiva e humanizada.